Toyota busca parceiros para novos esportivos do passado
Depois de produzir o GR Supra em parceira com a BMW, Toyota busca novos parceiros para futuras gerações de Celica e MR2
Depois de produzir o GR Supra em parceira com a BMW, Toyota busca novos parceiros para futuras gerações de Celica e MR2
Depois do Supra, a Toyota quer reviver outros dois esportivos, mas para isso terá que recorrer a uma estratégia que não agrada aos puristas: o compartilhamento de projetos. A marca japonesa sabe da importância dos carros aspiracionais em sua gama. No passado, esses modelos ajudaram a marca a ganhar projeção internacional, assim como cativar o público jovem, mas ela deixa claro que não irá bancar a conta sozinha.
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Durante os anos 1980 e 1990 a Toyota dedicou muito de sua energia para produzir esportivos acessíveis. Modelos como Celica e o Supra (que na verdade nasceu como versão de alta performance do cupê antes de ganhar carroceria própria), assim como o pequenino MR2 fizeram muito sucesso no Japão, Estados Unidos e Europa. Eram modelos esportivos que custavam bem menos que os modelos europeus de marcas como BMW, Mercedes-Benz, Porsche, sem contar os caríssimos italianos. E ao mesmo tempo mais eficiente que os pesados esportivos norte-americanos.
Mas estes dias se foram. Os emblemáticos Toyota partiram junto com outros esportivos nipônicos legais, como Mazda RX-7, Honda Integra, Nissan Silvia e por aí vai. Fatores como rentabilidade, legislações de segurança e emissões são alguns fatores que fizeram que os esportivos “baratos” se tornassem caros.
Daí, o que ocorreu a partir dos anos 2000 foi um encarecimento desses modelos, que se posicionaram em um nicho mais exclusivo. A Nissan por exemplo manteve o Z na ativa, com valores capazes de concorrer com Camaro e Mustang. A Mazda nunca tirou de linha o MX-5 (Miata), mas não teve cacife para um legítimo sucessor do RX-7.A Honda enxugou sua linha Type R basicamente ao Civic, que também encareceu.
E a Toyota, o que ela fez? Primeiro ela se uniu à Subaru para desenvolver o divertido GT86, que utiliza motor boxer 2.0 turbo. Em 2019, encerrou um jejum de 17 anos e apresentou a quinta geração do Supra, que passou a se chamar GR Supra.
O carro só nasceu porque foi desenvolvido a quatro mãos. De fato, o GR Supra nunca foi um Toyota da gema, como as gerações passadas.
Na verdade, ele é um BMW Z4 com carroceria fechada. O japonês utiliza plataforma e conjunto mecânico do roadster alemão, inclusive o famoso motor seis cilindros 3.0 biturbo que equipa modelos como M4 e M3.
Para os puristas, fãs da imortal quarta geração do Supra, o modelo atual é uma espécie de engodo. Afinal, tem emblema da Toyota, mas tem essência alemã e é construído na Áustria.
E ela já deixou claro que manterá essa estratégia de desenvolvimento conjunto se quiser continuar produzindo modelos esportivos. E a razão é simples: volume.
Segundo a marca, o mercado de esportivos irá encolher nos próximos anos. Apesar de todo apelo de marketing que estes carros oferecem, é preciso reduzir os custos de desenvolvimento. Assim, ela já procura parceiros para resgatar nomes conhecidos como o Celica (que foi tricampeão do WRC) e o simpático MR2.
Publicações norte-americanas e europeias apontam que dos dois modelos, o MR2 é o mais cotado para voltar à vida com motorização 100% elétrica. Ele deverá ser desenvolvido em conjunto com a Mazda, que terá um novo Miata sem motor a combustão.
Assim, com um parceiro aqui e outro ali, foi a maneira que a Toyota encontrou para poder fabricar modelos esportivos de menor tiragem e tíquete mais elevados. Afinal, a Toyota se tornou líder global vendendo modelos generalistas e baratos (lá fora) de modelos como o Corolla, assim como utilitários como Hilux e RAV4, mesmo que tenha sido o Supra quem brilhou no cinema e o Celica no rali.
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