Toyota busca parceiros para novos esportivos do passado

Depois de produzir o GR Supra em parceira com a BMW, Toyota busca novos parceiros para futuras gerações de Celica e MR2

toyota celica 1992 chumbo frente e lateral
O Celica ficou em linha entre 1970 e 2006 e trouxe fama para a Toyota no WRC (Fotos: Toyota | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 18/06/2024 às 15h29

Depois do Supra, a Toyota quer reviver outros dois esportivos, mas para isso terá que recorrer a uma estratégia que não agrada aos puristas: o compartilhamento de projetos. A marca japonesa sabe da importância dos carros aspiracionais em sua gama. No passado, esses modelos ajudaram a marca a ganhar projeção internacional, assim como cativar o público jovem, mas ela deixa claro que não irá bancar a conta sozinha.

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Durante os anos 1980 e 1990 a Toyota dedicou muito de sua energia para produzir esportivos acessíveis. Modelos como Celica e o Supra (que na verdade nasceu como versão de alta performance do cupê antes de ganhar carroceria própria), assim como o pequenino MR2 fizeram muito sucesso no Japão, Estados Unidos e Europa. Eram modelos esportivos que custavam bem menos que os modelos europeus de marcas como BMW, Mercedes-Benz, Porsche, sem contar os caríssimos italianos. E ao mesmo tempo mais eficiente que os pesados esportivos norte-americanos.

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Mazda RX-7 foi um ícone entre os esportivos japoneses (Foto: Mazda | Divulgação)

Mas estes dias se foram. Os emblemáticos Toyota partiram junto com outros esportivos nipônicos legais, como Mazda RX-7, Honda Integra, Nissan Silvia e por aí vai. Fatores como rentabilidade, legislações de segurança e emissões são alguns fatores que fizeram que os esportivos “baratos” se tornassem caros.

Daí, o que ocorreu a partir dos anos 2000 foi um encarecimento desses modelos, que se posicionaram em um nicho mais exclusivo. A Nissan por exemplo manteve o Z na ativa, com valores capazes de concorrer com Camaro e Mustang. A Mazda nunca tirou de linha o MX-5 (Miata), mas não teve cacife para um legítimo sucessor do RX-7.A Honda enxugou sua linha Type R basicamente ao Civic, que também encareceu.

Esportivos Toyota com corações de Subaru e BMW

E a Toyota, o que ela fez? Primeiro ela se uniu à Subaru para desenvolver o divertido GT86, que utiliza motor boxer 2.0 turbo. Em 2019, encerrou um jejum de 17 anos e apresentou a quinta geração do Supra, que passou a se chamar GR Supra.

toyota gt86 2012 laranja de frente
Toyota GT86 foi desenvolvido em parceria com a Subaru e está atualmente na segunda geração

O carro só nasceu porque foi desenvolvido a quatro mãos. De fato, o GR Supra nunca foi um Toyota da gema, como as gerações passadas.

Na verdade, ele é um BMW Z4 com carroceria fechada. O japonês utiliza plataforma e conjunto mecânico do roadster alemão, inclusive o famoso motor seis cilindros 3.0 biturbo que equipa modelos como M4 e M3.

Toyota GR Supra 45 anos aniversario
Toyota GR Supra tem design exótico, inspirado no conceito FT1, mas debaixo da “casca” repousa um nervoso BMW Z4

Para os puristas, fãs da imortal quarta geração do Supra, o modelo atual é uma espécie de engodo. Afinal, tem emblema da Toyota, mas tem essência alemã e é construído na Áustria.

Único caminho

E ela já deixou claro que manterá essa estratégia de desenvolvimento conjunto se quiser continuar produzindo modelos esportivos. E a razão é simples: volume.

Segundo a marca, o mercado de esportivos irá encolher nos próximos anos. Apesar de todo apelo de marketing que estes carros oferecem, é preciso reduzir os custos de desenvolvimento. Assim, ela já procura parceiros para resgatar nomes conhecidos como o Celica (que foi tricampeão do WRC) e o simpático MR2.

Publicações norte-americanas e europeias apontam que dos dois modelos, o MR2 é o mais cotado para voltar à vida com motorização 100% elétrica. Ele deverá ser desenvolvido em conjunto com a Mazda, que terá um novo Miata sem motor a combustão.

toyota mr2 2000 prata em movimento
Última geração do MR2 ficou em linha até 2007 e pode voltar ao mercado junto com o futuro Mazda MX-5 elétrico

Assim, com um parceiro aqui e outro ali, foi a maneira que a Toyota encontrou para poder fabricar modelos esportivos de menor tiragem e tíquete mais elevados. Afinal, a Toyota se tornou líder global vendendo modelos generalistas e baratos (lá fora) de modelos como o Corolla, assim como utilitários como Hilux e RAV4, mesmo que tenha sido o Supra quem brilhou no cinema e o Celica no rali.

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