Corolla Cross aposta no nome para encarar Compass e Taos
Marca japonesa usa o nome do seu modelo de maior sucesso para chegar 'credenciada' ao segmento dos SUVs médios. Veja o vídeo!
Marca japonesa usa o nome do seu modelo de maior sucesso para chegar 'credenciada' ao segmento dos SUVs médios. Veja o vídeo!
Tem gente que quer resolver tudo na carteirada. Apela para o sobrenome de estirpe para conseguir algumas pequenas vitórias. A Toyota faz o mesmo com o Corolla. Usa o nome famoso para se dar bem num segmento importante do mercado. Assim, lança o Corolla Cross, primeiro SUV da marca produzido no Brasil. Feito em Sorocaba (SP), o modelo chega em quatro versões. Confira os preços.
Versão | Preço |
---|---|
Corolla Cross XR 2.0 | R$ 139.990 |
Corolla Cross XRE 2.0 | R$ 149.990 |
Corolla Cross XRV Hybrid | R$ 172.990 |
Corolla Cross XRX Hybrid | R$ 179.990 |
Corolla Cross Special Edition | R$ 183.980 |
VEJA TAMBÉM:
O utilitário esportivo médio tem a ingrata missão de enfrentar Jeep Compass, Volkswagen Taos, Ford Territory, CAOA Chery Tiggo 8, entre outros. Além disso, vem para tentar trazer de volta antigos clientes da Toyota que foram cativados por SUVs de outras fabricantes.
A reportagem do AutoPapo já teve um primeiro contato com o Toyota Corolla Cross, e irá te passar quais foram as impressões sobre o modelo. Antes, porém, vamos te mostrar quais são as versões e equipamentos de série do SUV médio.
Veja em vídeo nossas primeiras impressões do “SUV do Corolla”
Sete airbags, rodas aro 17”, rack de teto longitudinal, ar-condicionado digital, sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina em LED, computador de bordo digital em TFT com tela de 4,2”, central multimídia Toyota Play com tela de 8’’ e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay, câmera de ré, alarme, retrovisores com rebatimento elétrico, saída de ventilação traseira com USB.
Itens da configuração XR mais: rodas de 18”, bancos revestidos em couro, chave presencial, botão de partida, controle de cruzeiro, aletas para mudança de marcha, faróis em LED e limpador de para-brisas com sensor de chuva.
Agrega alertas de ponto cego e de tráfego traseiro, frenagem de emergência, assistente de pré-colisão, farol alto automático, sensor de estacionamento dianteiro e moldura cromada nas janelas.
Acrescenta ao ao pacote ar-condicionado de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, teto solar, computador de bordo com tela de TFT de 7”, interior na cor bege e rodas de 18” com design exclusivo.
A Toyota também comercializa edição especial de lançamento do Corolla Cross. Baseada na topo de linha XRX Hybrid e limitada a 1.200 unidades, a Special Edition tem carregador de celular por indução, soleiras e estribos. A fabricante oferece ainda 37 acessórios e serviço de blindagem certificada.
O Toyota Corolla Cross tem as seguintes dimensões: 4,46 m de comprimento, 2,64 m de entre-eixos, 1,62 m de altura e 1.82 m de largura. A capacidade do porta-malas é de 440 litros.
A título de comparação, vamos às medidas do maior rival do SUV da Toyota, o Jeep Compass: 4,41 m de comprimento, 2,63 m de entre-eixos, 1,63 m de altura e 1,81 m de largura. A capacidade do porta-malas é de apenas 410 litros.
Já o Volkswagen Taos, que também brigará por fatia do mesmo segmento, também tem 4,46 m de comprimento. O entre-eixos é igual ao do Compass: 2,63 m. O SUV médio da VW mede ainda 1,62 m de altura e tem 1,84 m de largura. O porta-malas tem maior capacidade que o dos adversários, com generosos 498 litros.
O Toyota Corolla Cross tem visual que procura evidenciar robustez. No entanto, seus elementos que remetem ao off-road se perdem na dianteira, que apela para um estilo mais urbanoide. Na frente, o SUV médio tem conjunto ótico espichado e com recortes pouco ortodoxos.
Na traseira, contudo, a sobriedade toma conta. Aqui, o Corolla Cross se parece com um SUV genérico qualquer. A discrição, contudo, pode agradar às pessoas que já curtem o estilo mais comedido do Corolla sedã.
No interior, o modelo também se assemelha bastante ao três volumes. O Corolla Cross é espaçoso e confortável tanto para condutor quanto para os passageiros. A central multimídia, por sua vez, pede fio para Android Auto e Apple CarPlay, mas é uma evolução ante ao que a Toyota oferecia antes.
Um dos grandes problemas do SUV, por incrível que pareça, é o acabamento. Embora as peças tenham bom encaixe, o excesso de plástico rígido e áspero ao toque incomoda bastante. Para completar, ao abrir o compartimento que fica localizado no túnel central, a reportagem encontrou revestimento de baixíssima qualidade e parafusos aparentes.
Vale, justamente por isso, ressaltar que o Jeep Compass tem acabamento mais esmerado. Até mesmo o Volkswagen Taos, que também comete seus pecados, é dono de finalização mais caprichada.
Assim como o acabamento, a dinâmica do Toyota Corolla Cross é decepcionante. A reportagem guiou o SUV equipado com motor 2.0 de 177 cv de potência e 21,4 kgfm de torque (com etanol).
Também o dirigimos em sua versão híbrida, com o 1.8 de 101 cv e 14,5 kgfm no álcool aliado aos dois propulsores elétricos que, somados, entregam 72 cv e 16,6 kgfm. Todos juntos entregam uma potência total de apenas 122 cv. A transmissão do tipo CVT é comum às duas opções de motorização.
Construído sobre a plataforma GA-C, o Corolla Cross tem tocada muito similar à do Corolla sedã. O rodar é macio, linear, e a suspensão é calibrada de forma a primar pelo conforto dos ocupantes. Além disso, ela dá firmeza a um veículo que, evidente, é mais arisco que o três volumes nas curvas.
Em ciclo urbano, o Corolla Cross tem muito potencial para se sair bem. Além de macio, tem bom raio de giro (de 10,4 m, segundo o fabricante) e, claro, posição de dirigir elevada. De acordo com a Toyota, o campo de visão ficou 120 mm mais alto que o do sedã, o que facilita muito a vida do condutor.
Além disso, o modelo é econômico – especialmente em sua configuração híbrida. Segundo o Inmetro, o Corolla Cross Hybrid faz 13,9 km/l na estrada e 17 km/l na cidade quando abastecido com gasolina. O Jeep Compass 2.0, por exemplo, não passa dos 8,8 km/l em ciclo urbano e dos 10,8 km/l em ciclo rodoviário.
Se sobra racionalidade, falta desempenho. O 2.0 aspirado do Corolla Cross e o câmbio do tipo CVT que simula 10 velocidades têm dinâmica pouco harmoniosa. Nem mesmo a mudança de marchas nas aletas tiram o SUV médio da letargia.
No caso do híbrido, então, muito pior. Nem mesmo os dois propulsores elétricos conseguem ajudar o cansado motor 1.8. Sem poder fazer trocas manuais, o condutor fica preso numa eterna anestesia, numa típica calmaria oriental.
O sono nipônico contrasta com o incômodo ruído que invade a cabine. Em quaisquer opções de motorização, o barulho do propulsor preenche a cabine sem dó nem piedade – característica típica de um conjunto com câmbio CVT. Isso mesmo com o bom isolamento acústico.
Por tudo isso que mencionamos, é muito provável que o Corolla Cross seja ultrapassado no quesito dinâmica pelos rivais. O Volkswagen Taos será vendido com motor 1.4 turbo, o mesmo de Jetta e Polo GTS. O Jeep Compass, por sua vez, abandonará o propulsor aspirado e adotará o 1.3 turbo.
O Corolla Cross tem o seu nicho. Dotado de espaço, confortável e econômico, tem tudo para conquistar o comprador racional e travar um belo embate com Jeep Compass e Volkswagen Taos. Periga até canibalizar vendas do Corolla sedã, tamanho o sucesso dos utilitários esportivos no Brasil.
Mas lembra do que falamos lá em cima? Pois é. O SUV médio da Toyota não vai conquistar os clientes graças aos seus predicados, mas sim pelo sobrenome. Se a carteirada será suficiente para que ele resista num segmento tão disputado, aí só o tempo e os consumidores dirão.
Foto: Toyota | Divulgação
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
Com a chegada do Toyota Cross como fica o Toyota RAV4 Hybrid continua sendo comercializado ?
Já que o tamanho do SUV Cross é muito semelhante, se não for igual, ao do RAV4!? Ou os preços do RAV4 vão subir ?
Vale lembrar que a Toyota tem a linha Lexus que vem vendendo bem os Hibridos da marca. ! E acho que a Toyota não vai brigar com ela mesma, certo ?
Abraços
Parabéns pela matéria!
A relação peso-potência desse carro deixa a desejar.
Decepcionado com os valores praticados nas versões. Excessivamente caros sem justificativas.
Vovorolla foi de um sedã esportivo,para uma SUV monótona. Eh laiá…
O povo quis, o povo tem.
Jamais compraria um veículo desses, mas já que é preferência mundial, nada pode-se fazer.
Felicidade aos futuros proprietários.