No Brasil ele tem a fama de ser um sedã médio bastante pacato, mas lá fora ele costumava ganhar um tempero esportivo
Diferente de seu rival, o Honda Civic, o Toyota Corolla nunca foi relacionado com esportividade. Para muitos, esse sedã médio é sinônimo de algo sem graça ou de apenas um mero meio de transporte.
Mas durante a história do Toyota Corolla sempre existiram versões esportivas de verdade. Essa tradição começou cedo, logo na segunda geração, e chegou ao ápice com o atual GR de tração integral, motor de 300 cv e câmbio manual.
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Se você só conhece o Toyota Corolla como o sedã de tiozão brasileiro, vai se surpreender com essa lista. Separamos aqui cinco versões esportivas que o modelo teve por sua carreira.
Antes de falar sobre esse modelo, vamos explicar brevemente como funciona a Toyota no Japão. A marca vende seus carros no país através de quatro redes diferentes de concessionárias, cada uma com sua gama.
Mas existem carros que são vendidos por mais de uma, mudando apenas o nome e alguns detalhes estéticos. Por muitas décadas existiu o Sprinter, um irmão do Corolla.
A versão cupê esportiva dele era chamada de Corolla Levin em uma rede ou Sprinter Trueno em outra. A primeira geração dessa versão foi a TE27, baseada na segunda geração do Corolla.
Esse TE27 tinha uma versão esportiva equipada com o motor 1.6 2T-G, um quatro cilindros em linha com comando duplo e cabeçote feito pela Yamaha. Ele rendia saudáveis 127 cv, potência boa para 1972.
Nessa época o Corolla tinha tração traseira, o peso do Levin era de apenas 855 kg. Combinação que fazia dele um carro bem divertido. A inspiração de Geisuke Kubo, o gerente da Toyota responsável pelo carro, não poderia ser outra: a icônica Alfa Romeo Giulia Sprint.
No início dos anos 80 o Toyota Corolla passou a ser um sedã de tração dianteira, configuração mais eficiente para o uso familiar. Mas a marca manteve a tração traseira na linha esportiva Levin e em seu clone Sprinter Trueno.
Essa carroceria é identificada pela sigla AE86 e foi oferecida em configurações hatch de dois volumes ou cupê de três. Na linha Sprinter haviam faróis escamoteáveis, já o Levin usava faróis retangulares fixos.
Em ambos o peso ficava abaixo de 1 tonelada e o motor 1.6 16v era o novo 4AGE. Ele também tinha cabeçote feito pela Yamaha, uma tradição nos esportivos da Toyota. A potência era de 120 cv.
A geração AE86 ficou bastante famosa por causa do mangá Initial D, que virou um anime posteriormente. A história era sobre um jovem que entregava tofu à noite e era um exímio piloto de drift.
O carro de Initial D tinha o motor original preparado, mas com o avanço da história foi trocado pela versão de 20 válvulas do 4AGE em especificação de corrida. Ele girava até 10 mil rpm e tinha mais de 200 cv.
A última geração da dupla Corolla Levin e Sprinter Trueno foi a AE111, feita de 1995 a 2000. Ele também foi a última vez que fizeram um cupê na linha, seu sucessor foi uma geração nova do Celica.
Nesse modelo final mantiveram a fórmula de fazer carros leves, mas aqui a tração já era dianteira. O peso ficou na casa dos 1.100. Sob o capô estava o 4AGE de quinta geração, com cinco válvulas por cilindros.
Esse motor chegava a 165 cv a 7.800 rpm. Ele era a resposta da Toyota para o Honda Civic VTi, com seu 1.6 VTEC de 160 cv que também girava muito.
A geração “Brad Pitt” do Toyota Corolla foi a que consolidou o modelo no Brasil. Aqui só tivemos o sedã e a perua em versões pacatas, em outros mercados existiu a carroceria hatch com duas ou quatro portas.
Na Europa havia a versão esportiva T-Sport, com motor 1.8 aspirado de 192 cv. Ele era derivado do motor que foi usado aqui, mas contava com um cabeçote feito pela Yamaha e o comando VVTL-i, que mudava o perfil de abertura das válvulas a partir de certa rotação. Como o VTEC da Honda.
Esse motor foi usado pelo XRS dos EUA, pelo Celica e também pelo Lotus Elise. Mas os europeus receberam uma versão ainda mais brava do Corolla.
Uma tiragem limitada chamada de T-Sport Compressor foi feita em 2005. O motor 1.8 recebeu um compressor mecânico, que subiu a potência para 225 cv — mais que o Golf GTI da época.
A geração que veio após a “Brad Pitt” não teve uma versão esportiva de fato com o nome Corolla. Nos EUA havia um XRS com o 2.4 aspirado do Camry, mas nem chegava perto de rivalizar com o Honda Civic Si.
Mas no Japão foi feito um carro bem interessante derivado do Corolla, mas usando o nome Blade. Era, de grosso modo, uma versão de luxo do Corolla hatch vigente.
As versões comuns usavam o 2.4 do Camry pareado com câmbio CVT. A história ficava mais interessante com o Blade Master G, que trazia o motor V6 3.5 desse sedã grande, com 280 cv.
Mesmo com câmbio automático, já era um carro interessante. Ele tinha um acerto mais esportivo para lidar com essa potência, mas sua proposta era mais voltada para o luxo. Um excelente carro para pegar desavisados e sem fazer muito esforço.
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