Trem presidencial: conheça o luxuoso transporte dos políticos no século passado

Os vagões presidenciais estavam parados em uma área da extinta Rede Ferroviária Federal, que existiu entre  1957 e 1999

interior trem presidencial sala reunião
Luxo era a marca registrada da composição (Fotos: Chico Lelis | Divulgação)
Por Chico Lelis
Publicado em 29/09/2024 às 17h00

Hoje, o presidente, os ministros e afins viajam de jatos pelos céus do Brasil e de outros países. Mas já houve tempo em que essas figuras da República viajavam de trem, que tinham o mesmo luxo que os aviões oferecidos hoje a elas. Em Santos (SP), um desses trens, importados da Inglaterra no século passado, em breve estará disponível para visitação pública.

O luxo é visível, com aquelas deliciosas poltronas de vime, igual aquelas que apareciam nos filmes rodados na Índia, nas casas e escritórios dos colonizadores ingleses, que lá estiveram entre 1750 e 1850. São três os vagões da mordomia presidencial e convidados. O primeiro, presidencial, com as confortáveis poltronas de vime, com macias almofadas. Ventiladores com pás de cobre (ai se os bandidos sabem disso!).

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O segundo vagão abrigava o bar e o restaurante. Tudo em madeira de lei, ou seja, de primeira linha. Ali eram servidas refeições ligeiras, como sanduíches e saladas e, claro drinks dos mais variados. Uma geladeira à antiga, com gelo, ajudava a conservar os ingredientes.

O quarto vagão era o administrativo, onde eram resolvidas as questões da República e uma sala com confortáveis poltronas em couro (legítimo, claro!), enquanto uma “Maria Fumaça” fazia o trem presidencial correr sobre os trilhos.

Como chegou a Santos

Os vagões presidenciais chegaram à Santos em 2014, segundo Paulo Gonzalez Monteiro que, além de cuidar do trem presidencial é diretor do Museu Pelé (conhece? Ainda não? Pois vá, vale a visita!).

Paulo, um dos fundadores da Memotranspo – Associação Brasileira de Preservação da Memória dos Transportes -, conta que teve conhecimento de que os vagões presidenciais estavam parados em uma área da extinta Rede Ferroviária Federal, que existiu entre  1957 e 1999. Havia outras cidades interessadas no trem presidencial, que acabou vindo para Santos.

Esses vagões fazem parte da história da ferrovia no Brasil, que já teve 38 mil km e hoje são apenas 10 mil, abrigando a Estrada de Ferro Vitória-Belo Horizonte e a Ferrovia Carajás, com trens que fazem o trecho entre São Luis (MA) e Paraupebas (PA), para o transporte de carga e passageiros.

Na área exclusiva de carga, a empresa RUMO, destaca-se como a primeira no País, com 14 mil km de trilhos entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins.

Nos Estados Unidos e na Europa,  são mais  250 mil km, na China 67 mil km, Argentina, 34 mil km e o México 23,4 mil km. Esses números, do exterior, incluem transporte de carga e de passageiros.

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