Tríplice coroa do automobilismo: 5 curiosidades das corridas mais importantes do mundo
A Tríplice coroa do automobilismo é composta pelas corridas mais importantes no mundo, e apenas um piloto triunfou em todas elas
A Tríplice coroa do automobilismo é composta pelas corridas mais importantes no mundo, e apenas um piloto triunfou em todas elas
Neste fim de semana, no domingo(28), vai acontecer o GP de Mônaco de Fórmula 1 e a Indy 500 – ou 500 Milhas de Indianápolis – duas das três corridas mais importantes do mundo, e compõem a tríplice coroa do automobilismo junto das 24h de Le Mans.
Esse termo, inclusive, é um título não oficial dado a um piloto que, ao longo de sua carreira, consegue vencer as três corridas mais prestigiadas do esporte a motor.
Por não ser um título oficial e não possuir um troféu, certificação, ou algo que regule o feito, não se sabe quanto a tríplice coroa do automobilismo foi formada. Mas há quem diga que o termo surgiu por volta da década de 1950.
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As estapas que fazem parte da tríplice coroa têm um significado tão grande que, no caso das 500 Milhas de Indianápolis e das 24h de Le Mans, vencer a corrida tem uma importância tão grande quanto triunfar no campeonato.
E a forma como se disputa essas etapas é o que tornam elas tão especiais, já que a diferença entre elas vai muito além dos carros que são utilizados.
Na Indy 500, por exemplo, embora a competição aconteça com um monoposto, o comportamento do carro é completamente diferente de um Fórmula 1, e a estratégia adotada na corrida nem se compara a Mônaco. A prova em Indianápolis é marcada mais pela estratégia do piloto na pista.
Tanto que, o que acontece nas 150 primeiras voltas, muitas vezes, não se reflete no resultado final. O bicho pega mesmo nos últimos 50 giros. A partir daí, os competidores precisam saber a hora certa de atacar para assumir a liderança. Um movimento precoce pode colocar o piloto de cara para o vento a mais de 350 km/h, o que pode lhe deixar vulnerável nas voltas finais. Inclusive, inúmeras vezes a corrida já foi decidida na última volta, ou na última curva.
As 24h de Le Mans, por sua vez, é marcada pelo trabalho em equipe. Os carros, geralmente, são guiados por uma trinca de participantes, que precisam estar em sincronia para fazer um acerto no carro que combine com o estilo de pilotagem de todos. Além disso, o preparo é extremamente importante para competir na prova que acontece no circuito de La Sarthe, visto que são 24 horas ininterruptas de carro na pista.
Ademais, os competidores precisam saber poupar o equipamento de forma inteligente, sem perder muita performance. Afinal, de nada adianta forçar para andar na frente, e acabar com o carro quebrado faltando algumas horas para o fim.
Por último, mas não menos importante, está o Grande Prêmio de Mônaco. Ela é a única que, para participar, o piloto é praticamente obrigado a disputar toda temporada da categoria – uma vez que ela é disputada por pilotos e equipes inscritos no campeonato.
A tendência é que quem tem o melhor carro na F1, vença o GP de Mônaco. Porém, a ‘magia’ da prova está em levar o monoposto a mais de 300 km/h, enquanto passa com o carro a poucos centímetros do muro, algo que exige muita experiência e concentração por parte dos pilotos.
A distância do GP de Mônaco e da Indy 500 são sempre a mesma. Na Fórmula 1, as corridas precisam ter cerca de 300 km de distância e ser concluída dentro de duas horas, por isso, no principado a sessão sempre tem, aproximadamente, 260 km de extensão.
Nas 500 Milhas de Indianápolis, como o próprio nome sugere, a distância da corrida sempre será de 500 milhas (que se traduz em 200 voltas ou 800 km).
No entanto, Le Mans, por ter sua realização em tempo, pode ter sua distância variada por fatores como regulamento – que deixam o carro mais rápido ou mais lento, e influencia no número de voltas -, número de bandeiras amarelas, e até mesmo chuva, é a corrida mais longa entre as integrande da tríplice coroa. A edição mais longa foi de 2010, quando o trio da Audi Mike Rockenfeller, Timo Bernhard e Romain Dumas completaram 397 voltas (5410.71 km) em 24 horas.
Vencer qualquer uma dessas etapas uma vez que seja, é um sonho para qualquer piloto, e são poucos que podem bater no peito e dizer que triunfaram nesse esporte por mais de uma vez.
No GP de Mônaco, o brasileiro Ayrton Senna se tornou ‘o rei’ em 1993, quando venceu pela última vez no principado e superou o recorde de 5 vitórias, que antes pertencia a Graham Hill. Esse número poderia ser maior, não fosse o abandono em 1988 depois de errar sozinho.
Na Indy 500 um brasileiro também se figura entre os mais bem sucedidos. Helio Castroneves, ao lado de Anthony Joseph Foyt Jr (ou simplesmente A. J. Foyt), Al Unser e Rick Mears ostentam nada menos que quatro triunfos em Indianápolis.
Castroneves, além de ser o único não estadunidense a atingir o feito, venceu a corrida nas duas primeiras etapas que participou, em 2001 e 2002, e ficou em segundo lugar em 2003. As outras vitórias aconteceram em 2009 e 2021.
Nas 24h de Le Mans, o domínio ficou por conta de Tom Kristensen. O dinamarquês venceu nada menos que nove vezes na etapa francesa, sendo seis delas seguidas (2000 a 2005). O segundo mais bem sucedido é Jacky Ickx, com seis triunfos.
Pierre Levegh ficou marcado na história de Le Mans por ter participado do maior acidente da história do automobilismo em 1955, em que 83 pessoas morreram. A tragédia acabou ofuscando um de seus maiores feitos no esporte a motor: quase completar as 24h de Le Mans sozinho.
O francês já havia batido na trave em algumas oportunidades, e estava determinado a vencer em 1952. A bordo do seu Talbot-Lago T26, Pierre conseguiu assumir a liderança e, com 266 voltas completadas e mais de 23 horas de corrida, sustentava uma boa vantagem sobre os carros da Mercedes, que vinham logo atrás.
A esse ponto, Levegh estava guiando mais de forma instintiva do que racional e os rivais alemães, que estavam a cerca de 20 minutos atrás, já nem esboçavam mais uma tentativa de ataque. Era só levar o carro para casa.
Durante as idas aos boxes, a equipe e até a esposa tentaram convencer Pierre a trocar a direção com o companheiro, mas ele estava determinado a concluir as 24h de LeMans sozinho.
Eis que o que ele mais temia aconteceu: seu Talbot-Lago acabou sofrendo uma quebra da biela, o que forçou o abandono a 12 minutos do fim. Reza a lenda que a quebra foi em decorrência do cansaço excessivo.
Relatos apontam que em um momento de desatenção, o piloto acabou colocando a segunda marcha, quando queria colocar a segunda. Isso fez o motor exceder as rotações e o francês não conseguiu controlar a aceleração repentina, o que acabou danificando o motor. Levegh nunca revelou, de fato, o que aconteceu dentro do cockpit.
Embora vencer três corridas possa parecer algo palpável, quase ninguém conseguiu vencer as etapas que formam a tríplice coroa do automobilismo. O único a realizar esse feito foi Graham Hill que, graças a isso, é considerado por muitos como o maior piloto de todos os tempos.
Hill, venceu o Grande Prêmio de Mônaco em 1963, 1964, 1965, 1968, 1969; As 500 Milhas de Indianápolis em 1966; E as 24h de Le Mans em 1972. Além disso, venceu o Mundial de F1 em 1962 e 1968.
O piloto que esteve mais próximo desse feito na história recente foi Fernando Alonso. Depois de vencer o GP de Mônaco em 2006 e 2007, o bicampeão Mundial de F1 venceu as 24h de Le Mans em 2018 e 2019. Em 2017 chegou a correr a Indy 500, e figurava entre os postulantes à vitória, mas um problema mecânico acabou lhe tirando da corrida faltando 20 voltas para o fim.
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