TVR: sem fábrica e carros, marca está cada dia mais perto do fim
Lendária marca britânica não poderá operar em instalações no País de Gales e nova geração de esportivo empaca novamente
Lendária marca britânica não poderá operar em instalações no País de Gales e nova geração de esportivo empaca novamente
A TVR, tradicional marca britânica de esportivos, vive um novo calvário. A fabricante, fundada há quase 80 anos em Surrey, na região metropolitana de Londres, tem passado de mão em mão nos últimos anos, mas ninguém consegue colocá-la nos trilhos.
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Há uma década sob controle do presidente do empresário Las Edgar, a TVR parecia que sairia de seu atoleiro, com uma nova instalação em Ebbw Valley, no condado de Blaenau Gwent, no País de Gales.
O prédio que serviria de fábrica para a construção da nova geração do Griffith, no entanto, teve sua licença de operação anulada. A decisão veio da câmara de vereadores local, que recebeu incontáveis manifestações de interesse de explorar comercialmente o prédio.
E como o Griffith foi apresentado há seis anos e até agora nada saiu do papel, os legisladores resolveram rolar a bola e liberar o imóvel para que seja aplicado em operações comerciais que gerem receita e arrecadação para a região.
Já a TVR alega que o atraso se deve a uma promessa do governo galês. Segundo a marca, o poder executivo da terra de Lady Di teria prometido a construção de um autódromo nos arredores de Ebby Valley, mas o projeto foi cancelado.
Assim, a TVR teria ficado desmotivada em tocar o projeto, pois seu superesportivo precisaria de um local adequado para seus dispostos e entusiastas clientes avaliarem o novo Griffith. Ou seja, depois de uma série de desculpas e lorotas, fato é que o futuro da TVR, que há décadas está na corda bamba, pode ser selado de vez.
A TVR começou suas operações como oficina, no final dos anos 1940. Já na década de 1950, seu fundador Trevor Wilkinson e seu parceiro Jack Pickard resolveram construir pequenos esportivos abertos para uso em pista.
Seus carros tiveram relativo sucesso no Reino Unido e foram levados para os Estados Unidos. No final dos anos 1950, a marca apresentou o cupê Grantura, que era chamado também de Jomar Coupe. Leve e bom de curva, o carrinho se deu bem nas pistas e atraiu o interesse de compradores de esportivos de série limitada.
O Grantura evoluiu para a primeira geração do Griffith. O conceito de engenharia era praticamente o mesmo, o que mudava eram os motores, cada vez maiores para entregar melhor performance.
O ápice da marca ocorreu nos anos 1990, quando a marca lançou em sequência uma geração totalmente atualizada do roadster Griffith, seguido do conversível Chimaera e do cupê Cerbera. Na época, eles figuraram como modelos britânicos exóticos e pegaram carona na injeção de recursos que a Ford tinha aplicado na Aston Martin e Jaguar.
Os carros tinham estilo arrojado e intimidador e poderiam ser equipados com diferentes versões de blocos V8, sendo que as unidades que equipavam os conversíveis eram fornecidas pela Rover, com potências que variavam de 240 cv a 340 cv. Números consideráveis para carros com peso na faixa de 1.000 kg.
Já o Cerbera foi equipado com motores V8 Speed Six e Speed Eight, desenvolvidos pela própria marca e podia render de 360 cv a 450 cv, dependendo do deslocamento e tipo de combustível utilizado. O trio ficou em linha até o início dos anos 2000 e acumulou quase 10 mil unidades produzidas, sendo que metade foi do Chimaera.
Depois disso vieram Toscana, Tamora, T350, Sagaris e Typhon. Todos com baixas tiragens, incapazes de manter a operação. O Typhon teve apenas três unidades construídas em 2006. A marca foi reativada em 2013 e desde então apenas uma unidade conceitual do novo Griffith foi construída.
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