Vendas de veículos foram pouco afetadas pela catástrofe gaúcha, em maio

Catástrofe climático que arrasou com grande parte do Rio Grande do Sul ainda não revelou impactos sobre o setor de veículos

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Mês de maio registrou retração na ordem de 12% nos emplacamentos (Fotos: Shutterstock)
Por Fernando Calmon
Publicado em 08/06/2024 às 11h03

Embora haja grande preocupação com as consequências das enchentes no Rio Grande do Sul que comprometeram tanto a frota estadual quanto as vendas, há esperança de alguma recuperação ao longo do ano. A comercialização em maio foi prejudicada por um dia útil a menos e também pela tragédia gaúcha cujo mercado representa cerca de 4% do total.

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Na soma de automóveis e comerciais leves as 183.214 unidades vendidas em maio foram 12% menores que em abril. Os números também refletiram a greve (já encerrada) na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), pois cerca de 15.000 unidades deixaram de ser produzidas no mês passado.

Para José Andreta Jr, presidente da Fenabrave, “as condições favoráveis do crédito mantiveram o mercado aquecido no restante do País, tanto em maio quanto no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, fazendo o cenário continuar em viés positivo. Ainda é cedo para analisar o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul sobre as vendas anuais”. Em 2024 a comercialização total que inclui caminhões e ônibus soma 929.550 unidades, resultado 15% maior que o mesmo período de 2023.

Aparece também na avaliação do consultor Marcelo Cavalcante a queda brusca de 23% nas vendas de veículos elétricos a bateria (VEB). Em maio foram emplacadas 5.170 unidades contra 6.700 em abril. Híbridos plenos (menos 3,3%) e micro-híbridos (menos 3,4%) também recuaram. Apenas híbridos plugáveis tiveram o modesto crescimento de 2,9%.

Entretanto, em pesquisa recente do site Webmotors, considerando que 83% dos 3.000 respondentes do levantamento revelaram disposição de adquirir ou trocar de carro neste ano, a intenção de compra de elétricos se mantém em alta. Comparada ao primeiro semestre de 2023, passou de 1,6% para 7%. A preferência continua pelos híbridos, que subiriam de 8,4% para 11%.

O intento, porém, pode mudar, por exemplo, na direção de micro-híbridos. Estes começam a chegar com força no próximo semestre por meio de produção nacional da Fiat com a vantagem de preço bem menor que um VEB. A BYD que puxou para baixo as vendas de VEBs e híbridos no mês passado, deve voltar a acelerar. Todavia, a marca chinesa reviu sua meta de 120.000 unidades (elétricos e híbridos), em 2024, para 100.000.

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