O Volkswagen Jetta GLI 2022 é o esportivo de quem tem família
A Volkswagen encontrou o lugar do Jetta no mercado brasileiro com a versão esportiva GLI, na linha 2022 o sedã ficou mais rápido e melhorou o acabamento
A Volkswagen encontrou o lugar do Jetta no mercado brasileiro com a versão esportiva GLI, na linha 2022 o sedã ficou mais rápido e melhorou o acabamento
Nos últimos anos o Brasil perdeu várias opções de versões esportivas de carros comuns. Volkswagen Golf GTI, Honda Civic Si, Renault Sandero R.S., Peugeot 208 GT e Subaru WRX são alguns carros que se despediram do nosso mercado. O Jetta GLI está sendo a pièce de résistance e chegou ainda mais rápido no modelo 2022.
O Jetta deixou de ser vendido nas versões “comuns” equipadas com motor 1.4 TSI há algum tempo e a Volkswagen está focando no sucesso do modelo esportivo GLI. Ele passa a vir com pacote fechado — e completo — de equipamentos, sem oferecer opcionais. Os únicos acréscimos ao preço de R$ 216.990 são as pinturas.
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Na linha 2022 veio um face-lift que trouxe também novidades significativas. No design mudaram apenas o desenho dos para-choques, grade, rodas e as pinças de freio passaram a ser vermelhas. Por dentro o destaque ficou para a central multimídia VW Play, com tela de 10,1 polegadas e loja de aplicativos.
O painel agora traz acabamento emborrachado no topo, dando uma sensação de qualidade maior. O painel de instrumentos continua sendo digital e configurável, com tela de 10,25 polegadas. No pacote único de equipamento inclui bancos aquecidos e ventilados, teto solar panorâmico, ar condicionado de duas zonas, carregador de celular sem fio e… acendedor de cigarros e cinzeiro.
O pacote de segurança inclui seis airbags, cruise control adaptativo com stop and go, faróis full-LED com facho alto automático, freio de estacionamento elétrico com auto-hold e indicador de desgaste das pastilhas de freio. Curiosamente, o Jetta GLI não conta com o assistente de permanência em faixa que vem em carros mais baratos como o Honda City.
Agora vamos para o que interessa em um esportivo. Na linha 2022 o motor 2.0 turbo do Jetta GLI foi adequado para atender a norma de emissões Proconve L7. Junto do acerto menos poluente veio um ganho de 1 cv, subindo a potência para 231 cv. O torque se manteve em 35,7 kgfm.
O câmbio DSG de seis marchas foi trocado pela nova caixa DQ381, que também é de dupla embreagem e banhada a óleo, mas traz sete marchas. Essa caixa possui menor atrito interno que a anterior e a maior amplitude nas relações permitira melhorar as acelerações assim como reduzir as rotações em velocidade de cruzeiro.
A força é passada para o chão pelo eLSD, um diferencial de deslizamento eletrônico desenvolvido pela VW. Ele se diferencia de um LSD mecânico por permitir diferentes níveis de bloqueio. Complementando está o sistema XDS+, que utiliza o freio nas rodas durante as curvas para ajudar a apontar o carro na direção desejada.
Com essas melhorias o tempo de aceleração de zero a 100 km/h caiu para 6,7 segundos. A velocidade máxima continua limitada eletronicamente em 249 km/h.
O nosso contato com o Volkswagen Jetta GLI foi no Circuito Panamericano, a pista de testes da Pirelli no interior de São Paulo. Em um ambiente seguro assim fica melhor para explorar o desempenho e os limites do carro.
A nova caixa DQ381 mantém as trocas rápidas e eficientes que fizeram a fama dos sistemas de dupla embreagem do grupo Volkswagen. O câmbio entende bem as intenções do motorista com o pedal do acelerador, sem hesitar em reduzir a marcha para manter o motor cheio e trocar no limite.
Esse conjunto de motor e câmbio é o mesmo que experimentamos no Audi A3 em 2021, mas o irmão rico traz um acerto mais conservador de 190 cv para garantir mais economia de combustível. O motor de 231 cv do Jetta é mais “bravo” e traz um variador de abertura nas válvulas de escape que ajuda a manter o turbo cheio.
Na hora de frear forte no final da reta você é lembrado que está ao volante de um sedã familiar com 1.476 kg: a frente afunda e a traseira fica leve, dando uma “passarinhada”. Nada que coloque o motorista em risco, mas é preciso ter a mão firme no volante.
A linha 2022 do Jetta GLI estreia uma nova caixa de direção, que traz uma relação mais direta. O volante dá duas voltas entre batentes, ou seja, uma para cada lado. A cremalheira possui relação mais direta no centro, por isso os movimentos do volante são menores e o motorista não precisa cruzar os braços.
Outra vantagem dessa direção é na hora de manobrar, não é preciso ficar dando várias voltas. O peso da direção é variável, pode ser escolhido nos modos de condução. Em baixas velocidades ela fica mais leve para as manobras.
A suspensão é do tipo Mc Pherson na frente e multilink na traseira. O acerto prioriza a esportividade, por isso ela é firme. Na hora de contornar uma curva o carro surpreende: você acha que ele está no limite, mas ao pisar mais forte no acelerador o eLSD “puxa” o carro mais para dentro. Na hora que chega no limite o carro é previsível e sai de frente.
O que chega ao limite nas curvas antes do carro é o banco. Ele traz apoios laterais mais pronunciados que os de um modelo que não é esportivo, mas não é tão pronunciado quanto o do Polo GTS. Nas curvas mais forte o corpo escorrega.
O grande trunfo de uma versão esportiva feita sobre um sedã é poder ser usada diariamente sem os inconvenientes de um cupê ou roadster. A cabine do Jetta GLI, que agora traz acabamento mais refinado no painel, é espaçosa e leva cinco passageiros com conforto.
Os passageiros contam com sistema de som com seis alto-falantes, iluminação indireta configurável, ar-condicionado de duas zonas e um generoso teto solar. O Jetta peca por não oferecer saídas de ventilação para o banco traseiro, item que o irmão menor Virtus e os outros sedãs médios trazem.
O porta-malas tem 510 litros de capacidade, ficando entre os maiores da categoria. Só é preciso tomar cuidado na hora de posicionar as bagagens devido as dobradiças do tipo pescoço de ganso. Outro detalhe que desaponta é o tanque de combustível com capacidade para 50 litros, que pode acabar rápido se o motorista tiver o pé pesado.
O preço de R$ 216.990 parece alto para um sedã médio, o Toyota Corolla não passa de R$ 187.090 na versão topo de linha, por exemplo. Mas se levarmos em conta o desempenho, o Jetta GLI não possui rivais diretos. O carro mais próximo em desempenho é o Audi A3 2.0 TFSI, que custa R$ 263.990 e traz motor menos potente.
Para quem não pode ter dois carros, tem família e gosta de dirigir esportivamente, o Jetta GLI pode ser a solução.
Fotos: Volkswagen | Divulgação
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