Fruto do conturbado casamento entre Ford e Volkswagen, VW Pointer era um Escort com motor de Gol, mas que não agradou a ninguém
Era início dos anos 1990, e o projeto da Autolatina avançava a todo vapor. Na época, Volkswagen e Ford tinham um acordo de parceria em que havia trocas de componentes mecânicos, como motores e câmbios completos, utilização das instalações industriais para uma marca produzir carros da outra, e até mesmo o fornecimento de carros completos entre elas. O objetivo era o de fortalecer as marcas pela diversificação de produtos oferecidos em cada uma de suas redes de concessionárias.
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Essa parceria entre a Ford e a Volks durou de 1987 até 1996, e rendeu alguns frutos. O Volkswagen Pointer foi um deles. O carro tinha como uma de suas principais características um desenho arrojado e muito moderno para a época. Suas linhas eram fluídas, sem cantos vivos, com tudo arredondado. Sem dúvidas, o Pointer era um Volkswagen de linhas marcantes.

Oferecido sempre com carroceria hatch de cinco portas, tinha em sua mecânica motor e câmbio produzidos pela própria VW. Podia ser 1.8 ou 2.0 dependendo da versão. Mas, a sua base mecânica, como suspensões, sistema de direção e freios eram do Ford Escort contemporâneo. Em resumo, o Pointer era um Escort com novo design de carroceria, sem calhas e com vidros colados à carroceria, equipado com um motor e câmbio da Volkswagen.
Logo na estreia, ele já cometeu uma mancada: as primeiras unidades ainda eram equipadas com o obsoleto carburador no sistema de alimentação. Alguns meses depois, a Autolatina adotou a injeção eletrônica em toda linha do modelo. Essa mudança causou revolta naqueles consumidores que adquiriram os primeiros exemplares, ainda carburados. Esses, aliás, viraram micos no mercado de usados, e desvalorizaram muito.

Além disso, aqueles consumidores acostumados com produtos Volkswagen estranharam algumas características do novo carro, como curso muito longo da alavanca de câmbio, e durabilidade de componentes muito aquém do esperado. Por ser praticamente um Escort com nova carroceria, o Pointer era fabricado nas instalações industriais da Ford em São Bernardo do Campo, em que pese o fato dele ser um Volkswagen. Assim como o “irmão” Logus, também teve problemas quanto a rigidez torcional de carroceria, e relatos de suspensão muito frágil.
Um carro bonito, de linhas atraentes, mas com uma dinâmica que não convencia. Nem mesmo o lançamento da versão esportiva GTI foi capaz de convencer o consumidor tradicional da VW a comprá-lo. O Pointer GTI era equipado com o motor AP 2000 semelhante ao utilizado pelo Gol GTi, mas disposto transversalmente e alimentado por uma injeção eletrônica digital, ao invés da analógica do Gol. Ainda assim, não agradou.
Em 1996, a parceria entre a Ford e a Volks se encerrou. Não só pelo pouco interesse do consumidor nesses carros híbridos, que uniam mecânica de um na carroceria do outro, mas também por constantes desentendimentos entre as áreas industriais de cada marca, como também conflitos de engenharias alemã e norte-americana. Nos bastidores, eram comuns casos de lotes inteiros de carros ou componentes mecânicos (motores, transmissões, suspensões e afins) rejeitados por uma das fabricantes, e devolvidos para a outra, que havia feito a produção.
Uma “brigaiada” sem fim que deixou o Volkswagen Pointer sem pai nem mãe, a partir de 1996. Um carro que já tinha sérios problemas de vendas, agora tinha ficado órfão, pois houve uma separação do casal Ford-VW. Ele acabou saindo de linha com pouco mais de 37 mil carros feitos em um período de 3 anos. Catástrofe!
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Já dirigi um carro desse ate hoje é um excelente carro motor confiável e muito macio espaçoso não concordo muito com essa negatividade excessiva a respeito dele!
Estranhei estes levantamentos NEGATIVOS pois nos tempos do auge logus pointer sempre achei esses carros mais bonitos e modernos da época.
Tive um pointer gti, meu primeiro carro, já comprei com 10 anos de uso… e que saudade que tenho, era confortável, andava bem pra epoca e aguentou muita pancada do meu eu mais jovem… lembro das caixas de roda aceitarem um jogo de roda 17, rebaixado sem pegar nada… enfim, ainda vou ter outro desses!
Não concordo que tenham sido catástrofe. Tive um Logus por 4 anos e quando o vendi não tive nenhum problema
De longe, o Pointer foi o VW brasileiro mais bonito da década de 90. Não sei quem foi o responsável pelo design, mas se foi VW, vacilaram em não produzir o modelo em suas próprias instalações, mesmo que usassem outra plataforma, poderia ser a do Golf ou Polo, enfim, um carro muito injusticado. Meu sogro teve 2 e lembro que o trambulador e a direção mecânica eram muito ruins, tirando isso era um bom carro.
Na época não tinha idade e nem poder econômico para adquirir um, mas era um dos meus favoritos. Inclusive ainda lembro dele quando vejo o Nivus.
A matéria trouxe só falou mal do carro, concordo que saiu com alguns problemas, mas no conjunto é um ótimo e belo carro… com opcionais q poucos carros saíam na época (me refiro ao Gti)… Foi um carro muito injustiçado, hj em dia está começando a despertar o interesse do mercado de carros colecionáveis. @porcelana_gti
Custava caro e estávamos na reviravolta do Real. Talvez o contexto econômico tenha influenciado mais do que os problemas do carro
Cada um tem seu gosto…
Eu, por exemplo, achava Logus e Pointer os carros mais bonitos da VW e com um nível de acabamento incrível.
Logus Wolfsburg Azul e Pointer GTI Branco Pérola ou Vermelho Metálico foram os meus sonhos nos anos 90…
Concordo, também achava lindos estes modelos, uma pena terem saído de linha.
“Maselas” é com “z”, mazelas. Já o carro, era simpático.
Discordo totalmente da reportagem! Tivemos um Pointer CLi 1.8 1996 na família. Dirigi muito esse carrro e o achava ótimo! O único porém foi o fato dele ter vindo sem ar condicionado que depois mandamos instalar.