Volkswagen Variant II tinha bons atributos, mas chegou ao mercado junto com dos modelos que se tornariam referência
No final de 1969, a Volkswagen apresentava ao mercado nacional uma perua familiar média que, na época, surpreendeu o consumidor brasileiro. A Variant, como foi batizada por aqui e no mercado alemão, era uma variação para a família do TL, que já existia no mercado europeu. Imediatamente ela foi um sucesso, mesmo sofrendo, a partir de 1971, a concorrência da Ford Belina. Além disso, seu motor traseiro 1600 refrigerado a ar, com dupla carburação e turbina da ventoinha horizontal, ocupava pouco espaço, liberando uma área maior para bagagem.
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Os anos foram passando, e as reestilizações aconteceram para tornar a Variant mais moderna. Mesmo assim, suas vendas decaíam, pois, 5 anos depois do lançamento, o público já estava cansado dela. Na concorrência, a Ford Belina II já estava no forno e a Chevrolet Caravan, perua do Opala, ganharia cara nova em breve. Por isso, a VW já preparava, na surdina, uma nova Variant, que teria tudo aquilo que o consumidor brasileiro queria: ainda mais espaço para ele e família, uma mecânica robusta e fácil de ser mantida, e o velho e bom motor arrefecido a ar que qualquer mecânico de bairro era capaz de mexer. Essas foram as diretrizes que nortearam o projeto da Variant II.
Lançada em setembro de 1977, a Variant II surpreendeu o mercado nacional com suas novidades tecnológicas. Dimensões generosas, suspensões independentes nas quatro rodas de alta eficiência, confortável espaço interno eram algumas das novidades do reformulado familiar da VW. Até no motor arrefecido a ar os alemães trabalharam, para melhorar seu rendimento e performance. Um novo comando de válvulas e sistema de escapamento de dupla saída fizeram com o que a potência saltasse de 65 para 67 cv, mesmo que o torque máximo se mantivesse igual, na casa dos 12 kgfm.
Com isso, mesmo a nova Variant sendo mais pesada que a anterior, e com dimensões maiores, inclusive no entre-eixos (o que melhorou a habitabilidade), sua performance evoluiu. Em resumo, a Variant II trazia um ineditismo: a perua foi totalmente projetada e concebida aqui no Brasil, e ela só foi comercializada em nosso mercado. Na frente, tinha suspensões e direção semelhantes às do Passat, e na traseira ganhava um inédito sistema de braços arrastados com homocinéticas na ponta dos semi-eixos. Com isso, as rodas ficavam sempre na vertical, melhorando a aderência dos pneus e, consequentemente, a segurança. Um sistema semelhante ao utilizado pela BMW.
O problema da nova station da Volkswagen é que ela chegou praticamente junto com a Belina II, sua concorrente direta, e com a Caravan, que, mesmo na versão de 4 cilindros, era mais veloz e esbanjava espaço interno superior. O modelo da VW havia sido concebido como uma evolução da Variant antiga, com o motor traseiro refrigerado a ar de pouca potência para o porte do veículo. Mesmo sendo mais moderna que a anterior, ficava devendo para as suas concorrentes.
Nem é preciso dizer que suas vendas, desde o início, foram muito aquém do que a VW tinha previsto nos planos de vendas. A Variant II era um fracasso comercial. A station foi fabricada de setembro de 1977 até dezembro de 1980 quando sua fabricação foi paralisada em virtude da marca alemã ter concentrado seus esforços de venda no recém-lançado Gol, hatch que, de fato, tornou-se um sucesso quase imbatível.
É interessante lembrar que o modelo 1981 da Variant II chegou a ser apresentado com algumas pequenas alterações, como o volante de direção semelhante ao do Gol. Poucas unidades dessas chegaram a ser comercializada. No período foram produzidas pouco mais de 40 mil unidades da perua, número muito aquém do que a VW pretendia, já que havia investido bastante naquele elaborado projeto.
Talvez, se tivesse sido lançada 4 ou 5 anos antes, sua história no mercado nacional teria sido outra, de muito sucesso. Por isso, foi a perua certa, só que lançada no momento errado…
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Hoje infelizmente nem station wagons temos mais!
O mais próximo delas são alguns modelos de crossovers com razoavel espaço interno, que são uma menor parte do atual segmento mercadologico denominado “suvs compactos”.