Boris é contra carro elétrico?

Entre prós e contras dos modelos movidos a bateria, já vale a pena investir neste tipo de veículo? Explico o meu ponto de vista

BORIS FELDMAN CARRO ELETRICO
O carro elétrico pode ser muito bom para um tipo de condutor, ao passo que pode ser péssimo para outro motorista com perfil distinto (Fotomontagem: Amanda Borges | AutoPapo)
Por Boris Feldman
Publicado em 21/10/2024 às 07h00

Muita gente que me encontra por aí pergunta: “por que você é contra o carro elétrico, Boris?” E eu respondo que não sou contra esse tipo de automóvel, mas o que eu não sou é propagandista de veículo elétrico.

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Eu vejo nesse tipo de veículo as vantagens e as desvantagens que ele apresenta. Muitas vezes, eu recomendo para alguém que me consulta comprar um híbrido que tem motor elétrico e motor a combustão.

Enquanto que, para outros com um contexto diferente eu digo: pode comprar o elétrico. Se você não anda muito todo dia, só anda no trânsito urbano, não está pensando em fazer longas viagens, pode comprar um carro elétrico, mas não se esqueça dos pontos negativos.

Um desses defeitos é o valor de revenda, que para o elétrico é menor do que de um automóvel a combustão. O preço do quilômetro rodado e da manutenção também são menores, mas outro dia eu vi o farol de um carro elétrico sendo anunciado por quase R$ 30 mil.

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Boris Feldman

Jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva. Comandou equipes de jornais, televisão e apresenta o programa AutoPapo em emissoras de rádio em todo o país.

Boris Feldman
8 Comentários
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Gustavo 12 de fevereiro de 2025

Não sou contra carros elétricos mas ao mesmo tempo não tenho nenhuma intenção de comprar um. E as razões para isso são as mais óbvias:
Sou a favor da oferta de carros elétricos porque é bom ter uma nova opção no mercado, novos modelos e novos fabricantes; isso tira as outras montadoras da zona de conforte e fazem elas melhorarem preços, tecnologia e qualidade. Novos modelos são lançados e novas soluções aparecem.
Mas não tenho interesse em comprar um carro elétrico porque as desvantagens ainda superam qualquer vantagem por larga margem. Vejam o seguinte:
(i) vou gastar menos com carro elétrico ? Não necessariamente. O preço é caro, o seguro é caro, a desvalorização é altíssima, e a conta de energia elétrica fica cara. Posso não gastar com gasolina mas a economia real pode ser ilusória.
(ii) vou ajudar a preservar o meio ambiente ? Não. Embora o carro não gere emissões, a sua fabricação gera muita poluição. E de qualquer modo, os maiores contribuintes para alterações climáticas não são pequenos veículos. São as grandes industrias, transporte pesado a diesel, e a geração de energia a carvão e petróleo.
(iii) vou ter liberdade em usar o carro ? Não, pois é inviável no Brasil viajar com o carro elétrico. Não existe estrutura de recarregamento no país e, mesmo que tivesse, quem diz que eu vou querer ficar 1h num posto no meio do nada recarregando o carro ?
Enfim, acho que existe um nicho de mercado que os elétricos se adequam bem, que é aquele cara que usa apenas na cidade, mora em casa com wallbox e tem painéis solares para reduzir a conta de energia. Ai sim faz sentido, mas cientes que o carro tem altíssima desvalorização e difícil revenda.

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Celso K 10 de fevereiro de 2025

Acredito que o problema maior do carro elétrico vai vir daqui a alguns anos. No começo tudo é lindo e maravilhoso, mas depois é que começam os problemas. Primeiro é o desgaste da bateria, depois os custos de manutenção, e o preço de revenda, pois daqui a alguns anos terão carros muito mais evoluídos e os de hoje serão carroças. Ninguém vai querer. A desvalorização é liquida e certa. Tudo oque a pessoa economizou no custo do combustível a gasolina, na comparação, vai gastar em dobro no final da vida do veículo. Esse problema vai parecer só daqui a alguns anos.

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Edson 25 de outubro de 2024

Pois eu, como consumidor de carro elétrico, vejo muitas vantagens. Obviamente que as questões levantadas de preço de revenda e autonomia são muito relevantes. Até por isso sempre digo: “Vai viajar com o carro ? Não compre elétrico”. A infraestrutura ainda não permite essas aventuras. Agora, como carro para utilizar na cidade, é perfeito. Mais de 85% da energia produzida no Brasil é renovável, então essa questão é de menor importância. Utilizo o carro apenas na cidade e tenho muita facilidade de carregar pois posso utilizar a tomada que tenho na minha garagem. Ninguém deixa o carro “zerar” bateria para carregar e basta apenas o tempo que estou dormindo para carregar completamente. O custo de manutenção é muito mais baixo (apesar que alguns carros são bem caras as peças de reposição), até por isso escolhi um modelo que tem bastante similaridade com um comum a combustão, o que reduziu bastante o custo de reparo e seguro. O custo com combustível nem se fala: 1/5 do valor normal. Para viajar, com as economias apontadas e, no meu caso, alugo um carro.

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João Paulo 23 de outubro de 2024

Também concordo que ainda não é a melhor opção para boa parte da população brasileira. Ainda falta ajustes no Mercado e infraestrutura.

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Santiago 22 de outubro de 2024

Boris,
E se você fosse contra, não haveria problema algum.
Muitos são contra, inclusive eu!
É muito bonito aquele discurso de que o elétrico não solta fumaça e nem faz ruído. Mas até hoje ninguém respondeu de onde sairia a eletricidade limpa pra diariamente recarregar as baterias de uma hipotética frota de muitos milhões de veículos elétricos.

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IVAN VASCONCELLOS 22 de outubro de 2024

Santiago você tocou em um ponto no qual insisto desde que começou a euforia dos elétricos. Se toda a frota no mundo hoje fosse elétrica certamente não haveria energia suficiente para todos.
Outro ponto interessante são as idiossincrasias dos elétricos. Me deparei hoje com uma situação inusitada, uma Van de entrega, elétrica, parou na porta do meu condomínio e o motorista não conseguiu abrir a porta porque o carro não permitiu, ele teve que dar uma volta no quarteirão para que o carro destravasse e porta.
Ou seja, pode ser econômico, menos poluente, etc… Mas ainda tem muita estrada pela pela frente, literalmente.

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Antonio Pereira 22 de outubro de 2024

Enfim duas pessoas lúcidas.
O mundo não está de todo perdido.

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Rodrigo 22 de outubro de 2024

Perfeito! Se bem que, considerando a alta desvalorização, o alto custo/valor, a diminuta oferta de opções de abastecimento (postos) e a grande dificuldade de revenda, acredito que elétricos “puros” terão muita dificuldade de emplacar como única alternativa automotiva…

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