Latin NCAP: métodos são questionáveis

Latin NCAP é importante porque seus crash tests têm objetivo de elevar a segurança de nossos carros. Entretanto, é preciso ter pé atrás

hyundai hb20 2020 crash test latin ncap
Hyundai HB20 na cor cinza durante crash test realizado pelo Latin NCAP (Foto: Latin NCAP | Divulgação)
Por Boris Feldman
Publicado em 21/10/2020 às 07h30

O Latin NCAP, uma entidade independente uruguaia, realiza crash tests em automóveis para avaliar o nível de proteção aos seus ocupantes no caso de uma batida.

É evidente a importância desses testes para subir o nível de segurança dos carros. Entretanto…

Os uruguaios usam critérios discutíveis na avaliação e na reavaliação do mesmo carro. Dois, três anos depois ele ainda é o mesmo; mas perde estrelas porque o Latin NCAP muda os seus critérios, o seu protocolo de avaliação.

O caso mais complicado – e ainda pior – aconteceu recentemente com o novo Hyundai HB20.

Testado no ano passado, ao ser lançado, foi aprovado com quatro estrelas. No começo desse ano, num novo teste, foi rebaixado de quatro para apenas uma estrela. Como desta vez o carro não mudou e nem mesmo o protocolo do Latin NCAP, a entidade foi confusa para explicar esse rebaixamento.

Hyundai HB20 na cor cinza durante crash test realizado pelo Latin NCAP
Métodos usados pelo Latin NCAP para a realização de crash test são discutíveis (Foto: Latin NCAP | Divulgação)
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Boris Feldman

Jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva. Comandou equipes de jornais, televisão e apresenta o programa AutoPapo em emissoras de rádio em todo o país.

Boris Feldman
6 Comentários
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Santos SANTOS 22 de outubro de 2020

Tenho HB20S 2020 primeira revisão,da mesma forma que a Hynday está insatisfeito com os ensaios e rebaixamento de estrel,eu também estou
A Hynday presta péssimo atendimento ao cliente, você fica sem resposta,concessionária vende carro e não tem condições de fazer revisão, sempre com agenda cheia, você vai a concessionária para sanar dúvidas, técnico sabe menos que o proprietário.
Enfim hynday está tendo o que merece.
Eu não indico hynday.
Minha próxima aquisição será um Toyota.

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Victor Hugo P.C. 21 de outubro de 2020

Não são os critérios dos testes que são confusos…
São as diferenças entre equipamentos de segurança e aços de alta resistência usadas dependendo do modelo…
No BR é assim.. Lá nos anos 90 o ford ka eurupeu tinha 2 airbags 1 no volante e 1 no painel do passageiro..
Nunca lançaram esses airbags de série no modelo brasileiro. Só vinham como opcionais, e só na versão topo de linha Ka XR. Raridade.
Só quem teve grana, e gostava muito de Ka, pra comprar um Ka XR, e só quem tinha ainda uma grana extra sobrando pra equipar com o opcional.
Os fabricantes depenam os itens de segurança faz décadas. Sé colocam se e quando se torna obrigatório.
O Ka antigo saiu de linha antes de ser obrigado a colocar os air bags com os quais foi projetado!
Agora no modelo novo, oras oras, já vem de fábrica com air bag, claro, é obrigatório… ABS? Idem…
Aí o ESP, o controle eletrônico de estabilidade? Nananinanão, só na caríssima versão ultra top de linha…
E mesmo assim depois de um ano, retiraram isso até da topo de linha!!! Agora só na versão ‘aventureira’ e mais cara…
Tem que ser tudo obrigatório senão eles depenam.
O teste revela que o modelo que vc compra na loja, não é exatamente igual ao modelo de lançamento…
Não é só a cor exclusiva.. Como um belo tom de azul por exemplo.. Que só tem no modelo de lançamento e depois sai do catálogo…
Eles mudam a composição dos aços.. Mudam equipamentos de segurança.. Mudam tudo…

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ANDRE HENRIQUE FAGUNDES DE MARIA 21 de outubro de 2020

Perfeita a sua colocação. Eles fornecem um carro preparado para o teste papara passar, depois reduzem a qualidade das chapas utilizadas. Antes eram UHSS e HSS e depois passam a usar aços comuns que não tem o mesmo comportamento.
Tem que fazer como nos EUA onde a IHSS vai até uma concessionária aleatoriamente e compra os carros do modelo que irão ser testados.

Aqui o fabricante é que fornece a unidade que será submetida ao teste. Como estamos num mercado globalizado onde modelos similares são fabricados mundo a fora, eles utilizam os componentes de carroceria de mercados que tem controle sobre os veículos produzidos e já tem processos para evitar serem enganados

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John 117 21 de outubro de 2020

A qualidade do HB20, não mudou em nada! Os testes apresentados no último teste em relação aos outros anteriores, foram os mesmos! O modelo testado, não representa toda a frota, pois outros modelos, apresentam airbags laterais o que diminuiriam o impacto e o resultado que abaixou a nota! Realmente resultados questionáveis!?!?!

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Diego 21 de outubro de 2020

Os critérios são confusos mesmo: por exemplo, a Ford Ranger, foi aprovada com 3 estrelas pela entidade, só que a versão testada nem estava a venda no nosso país (cabine dupla com 2 air bags e sem ESC). As vendidas no Brasil são da versão 5 estrelas e não foi divulgado pela entidade. Acho que ocorreu o mesmo com outros carros. As estrelas também não estão apenas relacionadas na segurança diretamente embarcada no carro, mas também de alertas no manual, por exemplo. Isso é ridículo! Ou o carro é seguro, ou não é! E carros 5 estrelas sem sistema de frenagem autônoma… me erra!

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Alex 21 de outubro de 2020

Existem mudanças não visíveis que podem ser feitas num carro, como a redução do emprego de aços de ultra e ultra alta resistência na carroceria. É uma mudança invisível para o consumidor, mas que faz o lucro da montadora aumentar. A relação custo-benefício do HB20 melhorou, talvez às custas desse tipo de mudança oculta para o consumidor. Pode ter ganhado equipamentos às custas da perda da qualidade anterior. O consumidor não tem como saber e esse tipo de inflação disfarçada é muito comum na indústria. Frequentemente pacotes de alimentos vêm perdendo peso e tamanho, por exemplo, sem baixar de preço. Será que foi o que aconteceu com o HB20? Fica difícil saber. Quem tirará a prova dos 09 por nós consumidores?

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