Carros elétricos: tudo que você precisa saber sobre eles

Esse tipo de veículo está cada vez mais popular no Brasil, para ajudar os interessados criamos esse guia com as principais dúvidas

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É um carro como qualquer outro, mas precisa ligar na tomada (Foto: Eduardo Rodrigues | AutoPapo)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 01/10/2024 às 17h00

Os carros elétricos deixaram de ser apenas um nicho no mercado brasileiro e estão crescendo com rapidez. Só no primeiro semestre de 2024 foram vendidos 35.907 carros com essa tecnologia, já é mais que o total de 2023 que foram 19.310 emplacamentos.

Com essa popularização dos carros elétricos vêm junto várias dúvidas dos consumidores que estão interessados em abandonar de vez os postos de gasolina. Se você é um desses interessados, criamos esse guia para responder os principais questionamentos. 

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O que é um carro elétrico

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O motor é mais compacto e o componente que ocupa muito espaço é o pacote de baterias (Foto: Stellantis | Divulgação)

O carro elétrico é como qualquer outro, com a diferença ficando na motorização. Sem itens como o motor a combustão, o câmbio e o tanque de combustível, entra no lugar um motor elétrico compacto e o pacote de baterias. 

Esse motor elétrico tem a vantagem de ser montado diretamente no eixo, ocupando menos espaço. O que é grande são as baterias, que costumam ficar no assoalho do veículo por serem pesadas e dessa forma mantém o centro de gravidade baixo.

Na hora de dirigir é como guiar um carro com câmbio automático, não existem marchas para serem trocadas. A diferença mais notável é na forma que o motor elétrico entrega sua força: ele produz o torque máximo desde as primeiras rotações. Isso significa que a arrancada e a resposta ao acelerador é ágil mesmo nos modelos de entrada.

Por não ter câmbio, a velocidade máxima do carro elétrico é também a rotação máxima do motor. Por isso eles têm limitadores e apenas os esportivos mais caros passam de 200 km/h.

Esse comportamento do motor é ideal para o ambiente mais recomendado para os carros elétricos, que é a cidade. Eles são mais eficientes nesse uso, pois regeneram a carga da bateria durante as frenagens. Em rodovias o consumo de energia é maior.

As vantagens de um carro elétrico

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O custo por km rodado é o maior atrativo (Foto: Peugeot | Divulgação)

O proprietário de um carro elétrico é beneficiado por ter menos custos de rodagem e de manutenção. Se ele tiver um carregador em casa, o impacto que o veículo irá causar na conta de luz será menor que os gastos com combustível no posto de gasolina. Se tiver energia solar os custos caem ainda mais.

A manutenção de um carro elétrico também é mais barata pois o seu motor não exige revisões periódicas. As visitas à concessionária são para checar a suspensão, o freio, os pneus e o líquido de arrefecimento das baterias. Sendo que esse último possui um intervalo grande entre as trocas.

Para quem roda muito em trânsito urbano e não realiza longas viagens, o carro elétrico trará mais benefícios. No Brasil ainda é mais fácil encontrar um ponto de recarga nas cidades que nas rodovias. O silêncio e a falta de vibração de um carro elétrico ajudam no conforto a bordo. 

Para finalizar as vantagens dos carros elétricos está a isenção de IPVA em alguns estados e não fazer parte do rodízio de veículos na cidade de São Paulo. 

Desvantagens

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Pegar estrada com um exige planejamento (Foto: BYD | Divulgação)

Nem tudo são flores com um carro elétrico. A autonomia limitada e a falta de infraestrutura para recarga limita o uso em rodovias. O motorista precisa planejar a roda e, dependendo do caso, rodar mais devagar para otimizar o alcance. 

Outro problema é o custo para comprar um, atualmente os elétricos são mais caros que um carro equivalente com motor a combustão. Os compactos da BYD diminuíram essa discrepância na tabela de preços.

Essa diferença entre os preços precisa ser levada em consideração no cálculo do custo por km rodado antes de decidir por um carro elétrico.

Qual o valor de um carro elétrico?

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A porta de entrada para os elétricos no Brasil é o Kwid E-Tech (Foto: Marcelo Jabulas | AutoPapo)

Até o fechamento desta matéria, o carro elétrico mais barato do Brasil é o Renault Kwid E-Tech. O compacto tem preço inicial de R$ 99.990. Acima dele está o BYD Dolphin Mini de 4 lugares por R$ 115.800.

Para quem procura algo maior que esses subcompactos existe o Dolphin GS, que é o carro elétrico mais vendido do Brasil. Ele parte de R$ 159.800.

O SUV elétrico mais barato do Brasil também é da BYD, o Yuan Pro, que custa R$ 182.800. Quem prefere uma marca com mais tempo de mercado pode escolher pelo Renault Megane E-Tech, que é comercializado por R$ 199.900.

Dentre os carros de marca premium o mais acessível é o Volvo EX30, que custa R$ 229.950. 

Quem tem carro elétrico paga IPVA?

Quem compra um carro elétrico no Brasil pode ser privilegiado com a isenção total ou parcial do IPVA. Listamos a seguir os estados que possuem esses incentivos: 

  • Alagoas: isento no 1º ano, 0,5% no segundo e 1% a partir do terceiro;
  • Distrito Federal: Isento;
  • Maranhão: Isento;
  • Minas Gerais: Isenção apenas para carro elétricos feitos no estado;
  • Pernambuco: Isento;
  • Rio de Janeiro: 0,5% do IPVA;
  • Rio Grande do Sul: Isento;
  • São Paulo: A cidade de São Paulo restitui sua parte do IPVA.

Manutenção

O que é visto nas revisões dos carros a combustão? Óleo, fluídos, filtros, correias, velas e vários outros componentes de um motor. O carro elétrico não possui esses itens, pois seu motor possui apenas uma parte móvel.

Por isso, a manutenção preventiva do carro elétrico é bem mais barata, se resumindo a componentes da suspensão e freio. O único item que foge disso é o líquido de arrefecimento da bateria, que tem um prazo grande entre as trocas.

Manutenção das baterias

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O pacote de bateiras é composto por diversos módulos, caso haja algum problema não é preciso trocar tudo (Foto: Shutterstock)

Um fator que preocupa muitos interessados em carros elétricos são os custos relacionados com a bateria de alta voltagem. O conjunto tem preço proporcional a sua capacidade, portanto o valor da troca realmente é alto. 

Mas existe um porém que facilita a vida caso seja necessário algum reparo. As baterias de carros elétricos são feitas de vários módulos e não se desgastam por igual. 

Isso significa que na necessidade de um reparo é feita apenas a troca da parte que está com problemas ou que se degradou mais. Os casos de trocar todo o pacote são mais extremos. 

O fato da garantia desse componente ser em média de 8 anos não significa que ele estará inutilizado após esse período. Assim como o motor e o câmbio de um carro a combustão, seu desgaste dependerá do uso feito pelo motorista e os cuidados com a recarga.

Autonomia

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A maior autonomia no padrão brasileiro é a do BMW iX, que fica em 528 km (Foto: BMW | Divulgação)

Atualmente a autonomia é a maior preocupação do comprador de carros elétricos. Quanto maior, mais é possível rodar com tranquilidade sem ter que preocupar onde recarregar.

Esse alcance é proporcional ao tamanho da bateria, mas pode ser influenciado por fatores como o desenho da carroceria, o peso total do veículo e a potência do motor. Sim, um carro elétrico mais potente consome mais carga assim como nos veículos a combustão.

Até o Inmetro estipular a sua metodologia de calcular a autonomia, o ciclo PBEV, cada montadora divulgava o dado que convêm mais. Existem metodologias extremamente otimistas, como a NEDC, que era a norma europeia antes da atual WLTP.

O ciclo do Inmetro é considerado como o mais pessimista, o que garante um resultado mais próximo da realidade dos motoristas brasileiros. Essa metodologia leva em consideração um circuito misto entre cidade e estrada, portanto é de se esperar que uma carga dure mais em um uso exclusivamente urbano e menos durante viagens nas rodovias.

O carro elétrico com maior autonomia no Brasil é o BMW iX xDrive 50, que pode rodar até 528 km com uma carga segundo o ciclo do Inmetro. Na segunda posição está o novo Chevrolet Blazer EV RS, homologado para 481 km. 

Pneus

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Alguns modelos generalistas já possuem homologação para elétricos (Foto: Continental | Divulgação)

Você sabia que carros elétricos exigem pneus específicos? O principal motivo para isso é o ruído. Por serem mais silenciosos, esse tipo de carro torna o som de atrito dos pneus e outros barulhos mais fáceis de serem notados.

Outro fator que diferencia os pneus dos carros elétricos é ter uma menor resistência de rolagem. Por fim, é preciso ficar atento ao índice de carga do pneu, pois um elétrico é mais pesado que um veículo equivalente a combustão. 

Alguns fabricantes de pneus já estão oferecendo modelos de linha generalista que são homologados para os carros elétricos. Os benefícios de economia e silêncio são bem vindos em qualquer carro. Por isso a preocupação com o preço do pneu na hora da troca diminuiu.

Um agravante nos carros elétricos é ter um desgaste maior nos pneus. O peso elevado e o torque instantâneo resultam numa vida útil menor. Priorizar os modos de condução econômicos, que suavizam a entrega de força do motor, ajudam a maximizar a durabilidade.

Com a chegada do BYD Dolphin Mini existiu uma preocupação sobre a sua medida de pneu, que não existia no Brasil. Mas no presente momento isso foi resolvido com a montadora importando o componente para os estoques das concessionárias e com um fabricante nacional já produzindo essa medida para o varejo.

Vale a pena comprar um carro elétrico

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Se tiver onde carregar e rodar mais na cidade, o elétrico pode ser muito vantajoso (Foto: BYD | Divulgação)

A compra de um carro novo precisa ser ponderada por vários fatores, como o uso e a verba para seguro e manutenção. O elétrico tem a vantagem de reduzir os custos de manutenção e de rodagem.

Porém ele é mais vantajoso para quem roda mais na cidade, justamente por gastar menos onde um veículo a combustão é menos eficiente. O custo mais alto na compra pode valer a pena com essa economia.

Um fator que precisa ser estudado pelo interessado é se sua residência permite a instalação de um carregador. Em casas com garagem é mais simples, porém a estrutura elétrica do imóvel precisa ser avaliada, assim como o transformador da rua.

Em prédios a situação pode complicar. É preciso puxar a fiação para o carregador direto do padrão do apartamento e avaliar toda a estrutura elétrica do local. 

Ter um carro elétrico sem ter um local em casa para recarregar pode ser problemático. A carga completa na bateria é mais demorada, com os 20 a 10% finais levando mais tempo. É similar ao que ocorre com os smartphones. 

O carro elétrico não vale a pena para quem precisa pegar muita estrada. Se a viagem rotineira for em uma rota com muitos pontos de recarga, como é entre São Paulo (SP) e o Rio de Janeiro (RJ), é até viável se o carro possui uma boa autonomia. Porém ainda existem muitas rotas com poucos eletropostos.

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