‘Carro popular’ vai ser ampliado pelo governo federal e terá ‘segunda fase’
Quase 85% dos R$ 500 milhões de crédito destinados a compra de carros zero-quilômetro já foram usados; nova fase será ampliada para pessoas jurídicas
Quase 85% dos R$ 500 milhões de crédito destinados a compra de carros zero-quilômetro já foram usados; nova fase será ampliada para pessoas jurídicas
O programa de incentivos a compra de carros 0 km do governo federal, o “carro popular2 023”, será estendido. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a jornalista Mirian Leitão. De acordo com a jornalista, esta segunda etapa se estenderá, inclusive, as pessoas jurídicas.
Na conversa, Haddad afirmou que a demanda por carros mais econômicos e menos poluentes surpreendeu as montadoras e o governo, praticamente esgotando os recursos disponíveis para o programa. Segundo o ministro, uma nova linha de subsídios será lançada e anunciada em breve.
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Originalmente, a possibilidade de empresas, como locadoras de veículos, entrarem no programa de compra de carros acabaria no último dia 20, mas a exclusividade para pessoas físicas se beneficiarem dos descontos foi estendida por duas semanas. Para as compras de ônibus e caminhões, a exclusividade acabou no último dia 21, e as empresas já podem adquirir esses veículos com desconto.
Segundo o painel de dados lançados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), R$ 420 milhões dos R$ 500 milhões em crédito tributário para a compra de carros já foram usados. Isso equivale a 84% do total.
Em algumas montadoras, o total de crédito pedido esgotou-se. Na terça-feira (27), a Volkswagen suspendeu a produção de carros no Brasil, alegando estagnação do mercado e pátios cheios. De acordo com o painel do MDIC, a montadora teve R$ 60 milhões de créditos tributários liberados.
Quanto aos subsídios de veículos pesados e de passageiros, os valores executados não sofreram alteração desde a semana passada. Os créditos tributários para a venda de caminhões somam R$ 100 milhões, 14% dos R$ 700 milhões disponíveis. Para a venda de ônibus, foram concedidos R$ 140 milhões em crédito, de um total de R$ 300 milhões disponíveis.
O programa para renovação da frota é custeado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo aos fabricantes no pagamento de tributos futuros, no total de R$ 1,5 bilhão. Em troca, a indústria automotiva comprometeu-se a repassar a diferença ao consumidor.
Está previsto o uso de R$ 700 milhões em créditos tributários para a venda de caminhões, R$ 500 milhões para carros e R$ 300 milhões para vans e ônibus. O programa tem prazo de quatro meses, mas pode acabar antes, assim que os créditos tributários se esgotarem.
Para compensar a perda de arrecadação, o governo pretende reverter parcialmente a desoneração sobre o diesel que vigoraria até o fim do ano. Dos R$ 0,35 de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) atualmente zerados, R$ 0,11 serão reonerados em setembro, depois da noventena, prazo de 90 dias determinado pela Constituição para o aumento de contribuições federais.
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Antigamente “carro popular” eram modelos compactos com cilindrada modesta e poucos opcionais, a fim de se chegar a preços mais acessíveis para os bolsos menos abonados.
Agora “carro popular” são descontos subsidiados pelo governo na tentativa de dar algum alento à indústria, já que as montadoras recusam-se a baixar os preços por conta própria – preferem deixar os veículos mofando nos pátios.
Benesses para as locadoras que não precisam do desconto.