Carros elétricos e autônomos agravam enjoo provocado por movimento

A tecnologia chega nos carros para aumentar o conforto e a comodidade dos passageiros, mas o tiro pode sair pela culatra e aumentar o enjoo

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Mal-estar pode se agravar à medida que a tecnologia automotiva está avançando (Foto: Shutterstock)
Por Bernardo Castro
Publicado em 17/05/2023 às 15h08

Atualmente, cerca de 70% das pessoas que andam de carro sofrem algum tipo de enjoo em um dado momento da viagem, e a tendência é que esse mal-estar aumente à medida que os carros elétricos e mais tecnológicos chegam ao mercado.

Os passageiros são mais propensos a se sentirem mal porque eles não têm a mesma capacidade de ‘prever’ os movimentos e trajetórias, ao contrário do que acontece com quem dirige.

Mas como a eletrificação e a tecnologia podem implicar de forma negativa nesse caso? Bom, acontece que os avanços tecnológicos podem agravar a sensação de desequilíbrio, e impedir que os ocupantes antecipem o movimento do carro. Em consequência disso, os sintomas como  náuseas, sudorese, palidez e vômitos aparecem com mais frequência.

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No caso do carro elétrico, por exemplo, com o motor mais silencioso apesar de parecer mais confortável, pode aumentar o enjoo dentro do carro. Isso porque a aceleração está associada ao aumento do giro do motor o que, de certa forma, nos permite ‘prever’ o movimento.

O uso da frenagem regenerativa, que capta a energia cinética da frenagem e a converte em energia elétrica que carrega a bateria de alta, também pode prejudicar o equilíbrio dos passageiros. As desacelerações induzidas por este sistema são geralmente de baixa frequência, o que é típico de uma força de movimento que pode induzir ao enjoo. Além disso, o torque entregue de forma imediata, que aumenta a movimentação dentro do habitáculo, também pode ser um fator.

As telas cada vez mais presentes com tamanhos maiores e recheadas de interatividade também são um agravante para o enjoo no carro. Elas, além de também impedirem a previsão do movimento, sobrecarregam os usuários com informações visuais, o que os desencoraja de olhar para fora. Assim, eles perdem a capacidade de captar os sinais visuais ‘corretos’ .

Por último, a direção autônoma, que ainda não se faz muito presente nos veículos, também aumenta a sensação de enjoo no carro, mais ou menos pela mesma razão citada anteriormente – visto que o motorista se torna um passageiro. Mas, além disso, projetos que visam erradicar o cockpit para redesenhar o interior do veículo para um layout mais aconchegante, pode complicar as coisas.

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