Mandachuva da GM volta atrás e confirma híbridos para os próximos anos
A CEO da montadora disse que lançará híbridos plug-in para fazer a transição para os 100% elétricos, contrariando a medida tomada há cinco anos
A CEO da montadora disse que lançará híbridos plug-in para fazer a transição para os 100% elétricos, contrariando a medida tomada há cinco anos
Em 2019 a General Motors anunciou que os carros elétricos seriam seu futuro a nível global, pegando carona nos anúncios de banimento dos carros à combustão em um futuro próximo. Nessa estratégia incluiu abandonar os híbridos e pular direto nos veículos 100% à bateria.
Passados cinco anos, a gigante do setor automotivo voltou atrás na decisão. Durante uma reunião para apresentar os resultados do último trimestre de 2023, Mary Barra, atual CEO da GM, anunciou que os híbridos plug-in farão parte da estratégia para a América do Norte.
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A mandachuva da General Motors diz que os híbridos plug-in traz alguns dos benefícios de um elétrico enquanto a estrutura de recarga do continente não estiver pronta para os elétricos. Essa tecnologia também auxiliará a reduzir as emissões dos carros do grupo nos próximos anos.
O único híbrido da GM atualmente é o Chevrolet Corvette E-Ray, mas, ao contrários da rivais, não existem mais carros de passeio com esse tipo de propulsão. Maior parte dos carros trazem motores à combustão e a quantia de elétricos vêm crescendo com a chegada da arquitetura Ulthium.
Esse anúncio da CEO Mary Barra não veio de forma orgânica. No final de 2023 os concessionários que representam a General Motors nos EUA fizeram uma grande pressão contra os carros elétricos.
Além dos constantes problemas, como o risco de incêndio na bateria do Chevrolet Bolt e os problemas de software nos novos Equinox EV e Blazer EV, o publico de boa parte do país não possui interesse nos elétricos. A falta de híbridos complicou ainda mais a situação dos concessionários, que perderam vendas para a concorrência.
Segundo o portal Automotive News, quase 5 mil revendedores assinaram uma carta ao presidente do EUA, Joe Biden, pedindo para adiar a obrigatoriedade dos elétricos. Eles alegam que a falta de infraestrutura de recarga, pouca oferta de modelos baratos e a autonomia limitada dos modelos atuais estão afastando os clientes.
A proposta atual de incentivos aos carros elétricos do governo estadunidense é muito agressiva. A falta de uma transição suave virou o cerne das críticas e cria problemas nas vendas de carros novos.
No dia 24 de janeiro a General Motors do Brasil anunciou um comprometimento de investir R$ 7 bilhões no país para acelerar o desenvolvimento sustentável. Na nota oficial é dito apenas sobre “veículos de novas tecnologias, em sintonia com a matriz energética predominantemente limpa do país”.
Isso pode ser indicativo para a criação de híbridos flex, investimento na célula de combustível a etanol ou até mesmo carros elétricos. Mas a falta de sucesso do Bolt no Brasil — junto dos diversos problemas do carro — e a boa aceitação dos híbridos por aqui indicam uma alinhamento com o recente anuncio de Mary Barra.
O Brasil seria privilegiado pela existência de carros híbridos na linha Chevrolet da China, como é o caso do Monza. O sedã posicionado acima do Onix traz um sistema mild-hybrid de 48 volts aliado ao motor 1.3 turbo de três cilindros, com consumo urbano declarado de 20 km/l.
Esquemas híbridos leves como esse podem ser facilmente adaptados a carros a combustão, já que as mudanças no cofre do motor são poucas e a bateria é pequena. Sistemas em série ou plug-in exigem baterias maiores e são beneficiados por plataformas já pensados nisso.
A General Motors possui uma tradição nos EUA de criar carros notáveis e não conseguir vendê-los. Um exemplo disso foi o Chevrolet Volt, um híbrido plug-in de alta eficiência que saiu de linha quando o grupo deu a guinada para os carros 100% elétricos.
Esse sedã trazia um motor elétrico de 150 cv responsável por tracionar o veículo e um conjunto de baterias com 16 kWh de capacidade. Um motor 1.4 flex atuava como gerador e podia ajudar a tracionar quando era exigido o desempenho máximo.
O Chevrolet Volt foi bastante elogiado pela imprensa, porém não conseguiu engrenar nas vendas a ponto de incomodar o tradicional Toyota Prius. Uma segunda geração, com mais potência e autonomia, apareceu em 2015, mas saiu de linha em 2019 junto da estreia do Bolt.
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Era apenas uma questão de tempo, para que o óbvio triunfasse sobre a lorota.
A transição energética exigirá um longo caminho, e não acontecerá da noite para o dia. E as tecnologias híbridas são o início mais viável e natural pra essa transição.