Mudança no modelo de fiscalização, agora também feita de forma remota, revelou casos de inspeções feitas com fotos antigas e mais
Uma mudança no procedimento de fiscalização do Detran-SP, com o uso de ferramentas de inteligência artificial, fez aumentar significativamente o número de centros de vistoria de veículos cassados por fraudes na emissão de laudos em São Paulo.
A fraude mais comum é a reutilização de imagens de vistorias anteriores, quando o veículo ainda possuía características diferentes, como motor original ou em melhor estado. Há também registros de laudos emitidos em cidades distantes do local de registro do veículo, e até de proprietários de outros estados que se deslocaram a São Paulo para obter documentos falsos.
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Até 2024, as inspeções eram feitas quase exclusivamente com a presença de fiscais nos postos. Desde então, elas também passaram a ser realizadas também de forma remota, e o número de irregularidades detectadas cresceu.
Entre os casos identificados estão fotos manipuladas ou incompatíveis com o ambiente de vistoria. Em um exemplo, um jipe foi fotografado em um campo aberto, sem que fosse informado tratar-se de vistoria móvel — condição restrita a veículos com mais de dez toneladas. Em outro, a imagem de uma motocicleta foi recortada e inserida digitalmente no cenário de um centro de vistoria.
De acordo com o órgão, até o mês passado foram fiscalizados 917 estabelecimentos presencialmente, com sete cassações por irregularidades. No mesmo período, ocorreram 1.050 fiscalizações remotas, resultando em 48 suspensões de atividades.
O Detran afirma que o volume de fraudes identificadas a distância em 2025 é quase vinte vezes maior do que no ano anterior. Atualmente, o estado possui 2.333 empresas credenciadas de vistoria (ECVs) ativas.
A vistoria é obrigatória em casos de transferência de titularidade de veículos, para verificar se as características correspondem às do documento. Nas ações remotas, a inteligência artificial cruza dados e imagens dos laudos, facilitando a detecção de fraudes.
O Detran alerta que veículos com laudos fraudados têm transações bloqueadas até a regularização. O proprietário pode responder criminalmente por falsidade ideológica, com pena de até cinco anos de prisão e multa, conforme o Código Penal. Quando há indícios de crime, os casos são encaminhados à polícia.
Os profissionais e empresas credenciadas foram priorizados no novo modelo de fiscalização por operarem em sistemas digitais, o que permite rastrear cada etapa do processo. As vistoriadoras são obrigadas a registrar fotos, vídeos e filmagens internas, armazenadas por até cinco anos, o que tem sido fundamental para identificar irregularidades
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