O protótipo francês alcançou marca histórica em rodovia mantendo média de 102 km/h, provando que eficiência e realidade podem andar juntas
A Renault encerra 2025 estabelecendo um novo parâmetro técnico para a mobilidade elétrica. O protótipo Renault Filante Record completou um teste de rodagem de 1.008 km com uma única carga, mas o dado mais relevante para a indústria não é a distância total, e sim a condição do teste. Diferente de recordes obtidos em baixas velocidades controladas, a marca sustentou uma média de 102 km/h, simulando condições reais de uso rodoviário.
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O projeto atua como um laboratório de engenharia e uma homenagem histórica. O Filante Record celebra o centenário do 40 CV des Records (1925) e faz referência ao experimental Étoile Filante (1956). Para atingir a eficiência proposta, o peso foi contido em apenas 1.000 kg, viabilizado por um chassi de carbono desenvolvido em parceria com a especialista em automobilismo Ligier e pelo uso de pneus Michelin de ultra-baixa resistência ao rolamento.
A inovação central, contudo, reside na gestão de energia. O veículo não recorre a baterias experimentais de alta densidade; ele utiliza o mesmo pacote de 87 kWh que equipa o Scenic E-Tech de produção em série. O resultado foi um consumo energético de apenas 12,8 km por kWh — praticamente a metade do consumo de um SUV elétrico médio atual.
Para atingir tal marca, a engenharia eliminou conexões mecânicas tradicionais na coluna de direção e no sistema de freios, reduzindo o arrasto parasita e a massa não suspensa. O desenho da carroceria priorizou o coeficiente aerodinâmico absoluto, moldado para “furar” o ar com o mínimo de turbulência possível.






A validação técnica ocorreu no circuito de UTAC, no Marrocos, onde o protótipo foi submetido a 10 horas de condução ininterrupta. Ao cruzar a barreira dos mil quilômetros, a telemetria indicava ainda 11% de carga residual na bateria, o que projeta uma autonomia total teórica próxima aos 1.120 km.

O Filante Record serve como um banco de dados para a próxima geração de veículos da Renault (Ampere). O objetivo industrial é claro: ao aplicar essas lições de aerodinâmica e redução de peso em carros de rua, a fabricante poderá utilizar baterias menores — e consequentemente mais baratas — sem sacrificar a autonomia, atacando o principal custo dos veículos elétricos hoje.
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