Porsche 911 Dakar deveria ter outro nome, mas a Tata não deixou
A Tata é dona do nome Safari para carros e não quis abrir mão dele para ser usado pela Porsche no carro que conhecemos como 911 Dakar
A Tata é dona do nome Safari para carros e não quis abrir mão dele para ser usado pela Porsche no carro que conhecemos como 911 Dakar
O Porsche 911 tem uma carreia extensa no automobilismo. Nos ralis ele fez história ao terminar o desafiante Rali Safari da África Oriental, uma prova de 5 mil km em que apenas 13 dos 72 carros participantes conseguiram completar.
Esses 911 com suspensão elevada, trazendo 23 cm de vão livre, quebra-mato e faróis auxiliares criaram a tendência de personalização chamada de Safari. Vendo o sucesso dos 911 antigos preparados para o fora de estrada, a Porsche criou uma versão de fábrica nesse estilo agora em 2022: o Dakar.
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Mas por que ele leva esse nome e não Safari? A culpa é dos indianos da Tata, que faz um SUV com esse nome desde 1998. O portal Edmunds conversou com Thomas Krickelberg, diretor do projeto do 911 Dakar, que explicou a situação do batismo do esportivo aventureiro:
Ele começou como 911 Safari […] conversamos com eles [Tata]. Mas eles não nos deram permissão para isso. Essa era a opção A. Aí mudamos para Dakar.
Claro que o problema não terminaria aí, já que o nome Dakar está registrado pela organização que cuida do Rali Dakar. Mas essa negociação foi tranquila e conseguiram a permissão para usar o nome. Assim como a Mitsubishi do Brasil havia conseguido para usar na segunda geração do Pajero Sport.
Recentemente a BMW realizou um acordo com a Citroën para usar o nome XM em seu novo super SUV. As negociações foram mais tranquilas que as da Porsche com a Tata, já que o fabricante francês não viu como um utilitário seria confundido com seu hatch de grande porte dos anos 90.
A Tata é dona da Jaguar Land Rover e usa plataformas dos britânicos em seus SUVs. O Safari era um utilitário com chassi e derivado de caminhonete, mas em 2021 virou um crossover monobloco feito na plataforma do Range Rover Evoque e do Jaguar E-Pace.
Ele traz sete lugares e concorre diretamente com o Jeep Meridian — nome usado na Índia pelo Commander. Sob o capô não está o motor Ingenium desenvolvido pelos britânicos e sim o nosso conhecido 2.0 diesel Multijet da Fiat, que nos carros da Tata é chamado de Kyrotec.
A Porsche apresentou o 901 no Salão de Frankfurt em 1963, um esportivo moderno feito para suceder o 356. Os franceses viram esse nome e interviram, pois já haviam patenteado os nomes de carro usando 3 dígitos e tendo o segundo sendo um zero.
Os alemães já usaram nomes assim em carros de corrida, onde esse registro da Peugeot não tinha validade. Mas para evitar problemas, rebatizaram seu esportivo de rua para 911. Alguns protótipos do 901 sobreviveram, um deles pertence ao preparador Alois Ruf.
Como a mudança foi tardia, todo carro feito até 1969 trazia o nome 901 estampado na carcaça de alumínio da caixa de marchas. Só mudou para o nome correto quando trocaram o material para magnésio. Pelo visto a patente da Peugeot não deve fazer para esse detalhe.
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