“Não estamos enfiando carros elétricos na goela”, diz presidente da Ford
Bisneto de Henry Ford, Bill não quis saber de diplomacia para responder quem acredita que indústria força a barra para migração ao carro elétrico
Bisneto de Henry Ford, Bill não quis saber de diplomacia para responder quem acredita que indústria força a barra para migração ao carro elétrico
Carro elétrico é um assunto que pode provocar divergências que mais parecem descargas elétricas. A mais recente envolveu o presidente da Ford, Bill Ford.
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Em uma coletiva, o herdeiro do império de Detroit, poupou palavras amenas e disparou: “não estamos enfiando nada na garganta de ninguém”, aponta a agência de notícias Reuters.
A bronca de Ford se deve às bravatas de consumidores que se dizem induzidos a comprar carros elétricos. Além disso, ele deixou bem claro que a virada de chave da Ford (a substituição total dos motores a combustão por elétricos) não será da noite para o dia.
Hoje a Ford vende o Mustang Mach-E, assim como a Ford F-150 Lightning, equipados com motores elétricos. A marca do Oval Azul inclusive precisou reajustar suas projeções de vendas, uma vez que sentiu o esfriamento no interesse do consumidor norte-americano por elétricos.
Isso porque, ao invés de comprar um carro 100% elétrico que sofre com a falta de infraestrutura de recarga (inclusive nos Estados Unidos), o consumidor tem optado por modelos híbridos. Afinal, a gasolina por lá ainda é barata.
Para Bill Ford não há pressão para ninguém aposentar seu velho motor a gasolina e comprar um BEV. Para atender a quem prefere os híbridos, a Ford oferece modelos como as picapes Maverick e F-150, assim como o SUV Escape.
Bill Ford também aproveitou para reclamar do clima de incertezas causado pela polarização política nos Estados Unidos. A disputa pela presidência respinga no mercado de automóveis.
Joe Biden e Donald Trump divergem sobre o tema. O atual chefe do executivo anunciou mais rigor no controle de emissões como forma de incentivar a compra de elétricos, Trump por sua vez acredita que os elétricos irão afundar a indústria norte-americana.
Assim, executivos como Bill Ford estão segurando as fichas para saber onde irão fazer suas apostas. Mas ele afirma que o plano estratégico da Ford vai além do calendário eleitoral.
“Nosso cronograma de planejamento é muito mais longo do que os ciclos eleitorais. Podemos fazer quase tudo como empresa e, francamente, como indústria, desde que tenhamos alguma certeza sobre o rumo que estamos tomando. O problema é quando somos chicoteados pelos políticos. Não podemos virar um centavo. Basta escolher um caminho e nós iremos em frente”, afirma.
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