Deputada propõe PL para reduzir vítimas de trânsito a zero

Chamado de Visão Zero, o Projeto de Lei é inspirado em sistemas mais rigorosos que focam na preservação da vida

pessoa bicicleta atravessando faixa de pedestre
O PL 722/24 atribui tolerância zero a mortes no trânsito (Foto: Shutterstock)
Por AutoPapo
Publicado em 19/07/2024 às 10h02

Criado em março, o Projeto de Lei 722/24 que está em análise na câmara dos deputados chega como uma proposta e estratégia para a melhoria da segurança dos cidadãos, pedestres, passageiros e condutores do Brasil. Denominado Visão Zero, ele propõe cursos de capacitação, campanhas, treinamentos e a conscientização de todos, junto de uma fiscalização mais firme, a fim de reduzir as mortes no trânsito a zero.

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Inspirada no programa sueco de 1997 que tem a mesma denominação, o Projeto de Lei Visão Zero – que no país conseguiu o transformar em um dos mais seguros do mundo para circular – a medida sabe que os usuários do sistema eventualmente cometerão erros, mas ainda sim busca a incansável meta de erradicar as mortes e lesões graves no trânsito brasileiro.

  • Segundo o Ministério dos Transportes, as evidências mostram que países, regiões e cidades que adotaram os princípios de sistema seguro em vez de uma abordagem tradicional de gestão da segurança viária tiveram resultados mais expressivos.
  • Um exemplo é o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), criado pela Lei 13.614/18 para orientar os gestores de trânsito do Brasil a implementarem ações com o objetivo de reduzir o número de vítimas no trânsito.

Embora já haja uma orientação em razão do Pnatrans para a adoção do Visão Zero, o objetivo da proposta da deputada Duda Salabert (PDT-MG) é estabelecer uma lei com orientações sobre o programa.

Pelo texto, a implementação do Visão Zero se dará por meio de:

  • campanhas permanentes de educação no trânsito em canais institucionais nas três esferas de governo;
  • monitoramento e identificação do perfil de circulação e sinistros de trânsito, delimitando áreas e ações prioritárias em um planejamento preciso e eficaz;
  • capacitação de gestores públicos, técnicos e de profissionais;
  • treinamento específico para condutores de veículos do transporte público de passageiros quanto à convivência com ciclistas e pedestres;
  • incentivo à ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação voltada a boas práticas de planejamento viário na linha da Visão Zero;
  • formulação de cronograma de curto, médio e longo prazo para implementação gradual de projetos alinhados com a Visão Zero, incluindo metas de segurança viária;
  • inclusão da Visão Zero como pauta em eventos públicos e datas comemorativas correlatas existentes no calendário oficial de eventos do País;
  • atualização de legislações vigentes no ordenamento jurídico brasileiro;
  • realização de inquéritos para averiguação das causas de cada morte no trânsito, identificando e priorizando ações de segurança para evitar novas mortes no mesmo local e condições.

A proposta define o terceiro domingo de novembro como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Trânsito como a data principal para dar visibilidade ao Visão Zero por meio de atividades diversas promovidas por ministérios e outros órgãos federais.

Duda Salabert afirma que o Visão Zero é um ideal a ser seguido e que deve ser construído gradualmente, com análise, monitoramento, planejamento, testagem e melhorias.

Conforme noticiado globalmente, a capital da Noruega, Oslo, não registrou qualquer morte de ciclistas ou pedestres em ruas e avenidas em 2019. O motivo: a administração pública local está totalmente comprometida com a Visão Zero, na qual toda vida é importante e nenhuma morte é tolerada no trânsito”, defendeu a parlamentar.

  • O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Viação e Transportes; de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta também precisa ser analisada pelo Senado.
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1 Comentário
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Rodrigo 20 de julho de 2024

Sério??? Estamos no Brasil, não na Noruega !!!
Propostas quase inatingíveis em se considerando que vivemos num país em que mais da metade dos “pseudo” motoristas dirige manuseando o celular direto!!! E se você reclamar é xingado sem o menor pudor. Punição/multa, somente uma mínima parte é punida. Costuma dizer que, se um fiscal de trânsito se propor a autuar este tipo de infração, se parado em um cruzamento nas grandes cidades, não daria conta de tanto trabalho… E olha que exemplifiquei apenas uma infração…
Resultado…incontáveis acidentes diariamente, e certamente muitos com vítimas…
Idéia maravilhosa, mas quase utópicas em se tratando de Brasil, infelizmente…

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