Toyota trapaceia em teste de segurança de Yaris e outros carros; Brasil está envolvido?
Montadora japonesa e sua subsidiária Daihatsu usaram recursos para garantir a aprovação em testes de colisão lateral
Montadora japonesa e sua subsidiária Daihatsu usaram recursos para garantir a aprovação em testes de colisão lateral
A Toyota, por meio de sua subsidiária Daihatsu, fraudou testes de impacto lateral, que afetam cerca de 88 mil carros vendidos pelas marcas japonesas – a maioria da própria matriz. A maracutaia foi feita principalmente no modelo Yaris: cerca de 76 mil unidades eram desse modelo com destino principalmente à Tailândia, México e países do Conselho de Cooperação do Golfo.
O presidente do conselho da Toyota, Akio Toyoda, admitiu a fraude em declaração divulgada pela montadora japonesa.
“A irregularidade da Daihatsu Motor Co., Ltd. é uma questão que diz respeito à segurança, que é o aspecto mais importante dos veículos. Consideramos isso um ato absolutamente inaceitável que trai a confiança de nossos clientes. Gostaríamos de nos desculpar sinceramente com nossos clientes em todo o mundo e todas as partes relacionadas pela inconveniência e preocupação que isso causou.
Toyoda também admitiu que uma vez que este problema ocorreu com um automóvel de passageiros da marca Toyota, ele também que o problema não se limita aos carros feitos pela Daihatsu.
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“Começaremos conduzindo uma investigação detalhada e coletando fatos minuciosamente para entender a situação, determinar a verdadeira causa e trabalhar diligentemente para evitar a reincidência”, declarou o executivo.
A Daihatsu, subsidiária da Toyota, confirmou que nos testes de colisão lateral dos veículos Toyota Yaris ATIV, Toyota Agia e Perodua Axia, além de um outro que ainda não foi lançado, o revestimento interno da porta do banco dianteiro foi modificado de forma imprópria e que houve uma violação dos procedimentos e métodos de teste de colisão lateral estipulados pelos regulamentos.
Isso foi feito para evitar que a peça se partisse em pedaços com bordas afiadas que poderiam ferir os ocupantes durante o acionamento do airbag lateral, informa a Reuters. A modificação para testes não fazia parte do veículo de produção, disseram as empresas.
Esses fatos foram descobertos em uma análise interna, e ainda não há informações de quem autorizou que tal medida fosse tomada.
Em comunicado, a Daihatsu ainda informa que os clientes que usam esses modelos não precisam realizar nenhuma ação para continuar a usá-los. E que não há nenhum relato de ferimentos ou mortes relacionados à fraude.
O Toyota Yaris vendido no mercados brasileiro não está entre os modelos que tiveram os testes de segurança fraudados pela marca japonesa. Em 2021, ele foi submetido ao teste de impacto lateral do Latin NCAP e, embora tenha obtido apenas 1 estrela em 5, não houver qualquer problema relacionado. O modelo avaliado não tinha airbags laterais.
A maior mancha nesse reputação da Toyota foi a causada pela aceleração espontânea de seus carros, detectada em 2007. No começo o culpado foi o tapete, que podia se soltar da presilha e travar o acelerador. Mas após alguns carros sem os tapetes se acidentarem, passaram a investigar o pedal do acelerador.
Foi descoberto que o pedal dos carros da Toyota podia ficar “grudento” e travar em uma posição. Para piorar, o acionamento do freio não cortava a aceleração, e os motoristas não conseguiam parar o carro nessa situação desesperadora.
Um recall gigante foi feito em todo continente americano, no Oriente Médio e na África para trocar o pedal do acelerador dos carros. Também foi adicionada uma programação que corta a aceleração do carro caso o freio seja acionado.
Em 2010, no Brasil uma falha na fixação do tapete do Corolla, que prendia o pedal do acelerador, provocou acidentes. Inicialmente, a Toyota se negou a fazer um recall. A Justiça determinou a suspensão de vendas do sedã em Minas Gerais e, depois que o Ministério da Justiça ameaçou tomar a mesma medida em todo o Brasil, a marca japonesa fez uma gigantesca ação de chamamento envolvendo 110 mil unidades do Corolla.
Outra fraude recente da Toyota envolve a sua marca de caminhões Hino e ocorreu há menos de um ano. admitiu ter falsificado dados de emissões de cerca de 860 mil caminhões. A empresa disse que modificou o hardware e o software dos veículos destinados ao teste de emissões, mediu valores incorretamente, alterou a calibração do equipamento de teste de emissões ou alterou os dados do teste após sua coleta.
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