Efeito Bajaj: marcas consagradas atualizando suas motos simples

A chegada cada vez mais intensa de marcas indianas aqui no Brasil está pressionando cada vez mais as orientais

Bajaj Dominar 250
As pequenas com ABS e outras tecnologias apertaram as locais (Foto: Bajaj | Divulgação)
Por Lucas Silvério
Publicado em 28/08/2024 às 09h00

As marcas de moto indiana mais recentes aqui no Brasil, como a Royal Enfield e especialmente a Bajaj, que chegou no país no fim de 2022, parecem ter gerado mudanças severas no nosso mercado. Agora, até a consagrada Honda e a massiva e simples Shineray estão modernizando suas motos mais populares, colocando itens que pareciam não ser de muito interesse para elas.

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Honda NXR 160 Bros 2025 (20)
A nova Honda NXR 160 Bros tem freios ABS (Foto: Honda | Divulgação)

A última atualização do mercado de motos aconteceu na Honda NXR 160 Bros, que junto de uma repaginada e outras mudanças passou a ter freios ABS e algumas luzes em LED, uma mudança que por mais que desejada por qualquer piloto e cliente consumidor não era esperada, simplesmente porque o modelo já é líder absoluto em seu segmento há vários anos e como é de costume falar: em time que está ganhando não se mexe.

Claro que não podemos descartar os planos da gigantesca Honda, que sim pode ter pensado em tudo isso e também em modernizar seu modelo. Porém é inegável que as marcas de moto indiana, principalmente a Bajaj, estão afetando os pensamentos de todas as fabricantes brasileiras.

Com menos de dois anos de mercado a Bajaj já conquistou o topo de uma categoria do segmento. Com a Dominar 400 a marca desbancou as consagradas Yamaha MT-09 e também a Honda CB 500X, se tornando a naked mais vendida do Brasil e arrecadando cada vez mais consumidores.

O valor mais competitivo do que o das concorrentes certamente contou para essa arrecadação de fãs da 400 e isso pode sim fazer com que agora, mais brasileiros se interessem pelas Bajaj de entrada, como Dominar 160 ou até a 200. Estas sim concorrentes mais próximas da NXR 160 Bros.

Essa atualização da Honda Bros com itens que não são de costume aqui no Brasil para a categoria já é de série em todas estas Bajaj desde o lançamento da marca no país. Mesmo com a insistência em um painel misto, desde a 160, as Dominar contam com: freios ABS, banco bipartido, monoamortecedor traseiro e o mais importante, o preço competitivo de R$ 16.990, para a Dominar 160, e R$ 19.990, no caso da Dominar 200. A nova Honda NXR 160 Bros parte de R$ 20.490.

Além do produto competitivo a Bajaj chega também com planos que a tiram de uma posição de marca acomodada, apontando que ela pretende sim brigar entre as maiores. Como afirmado pela própria indiana, em 2024 elas pretendem triplicar seus números em relação a 2023, meta que está sendo batida com eficiência.

Atualmente, segundo a Fenabrave, a Bajaj é a 11ª marca de motos em número de emplacamentos no Brasil. Com 4.594 unidades comercializadas até julho deste ano, ela é quase três vezes maior do que a comparação com o mesmo período de 2023, quando emplacou 1.759 motos.

A Bajaj é a 3ª maior marca de motos da Índia e também a 5ª do mundo, em números de vendas.

Honda NXR 160 Bros 2025 (7)
O farol da Honda 2025 vem em LED (Foto: Honda | Divulgação)

Quem também entrou nessa forma de modernizar seus modelos foi a Shineray, que no início do ano prometeu junto da italiana SWM, trazer motos com motor 500 aqui para o Brasil. Até o momento essa parceria não foi vista, mas outras novidades como a Shineray Storm 200, a maior da fabricante, chegaram recentemente ao mercado. A ainda pequena 200 conta com ABS de canal duplo, sistema full LED e até entrada USB.

  • Todas essas mudanças não representam necessariamente uma atualização em todas as motos 150 ou 160 do Brasil, mas talvez o consumidor possa ter esperanças de uma CG ABS.
Shineray Storm 200 (1)
A Shineray Storm 200 é a maior moto da marca (Foto: Shineray | Divulgação)

Se engana quem pensa que essa chegada da Bajaj é uma novidade no quesito “susto nos concorrentes”. Trazendo um exemplo do mercado de quatro rodas, três momentos abalaram as estruturas por aqui.

O primeiro momento foi nos anos 1990. Com o fim da ditadura militar e novas políticas de comércio, o mercado exterior foi aberto e o Brasil começou a importar produtos. Nesta linha o mercado de carros – principalmente os mais sofisticados – ganhou mais concorrentes e modelos como o Chevrolet Opala receberam páreos duros mais requintados, o que forçou a indústria a caprichar mais nos seus veículos.

Em 2010 foi a vez da chinesa Jac, que mesmo sem vingar por aqui ameaçou muito os concorrentes com sua vasta tecnologia até no seu modelo mais simples e assim obrigou as nacionais a deixarem os singelos tecnológicos. Agora mais uma chinesa está por aí e na mesma pegada, a BYD, que investindo muito no mercado de elétricos fez com que os preços dos veículos sofressem uma queda bruta e assim se destacou até alcançar o marco de maior elétrica do país.

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12 Comentários
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Tabajara 5 de setembro de 2024

Só para ilustrar, na Índia, se vende em média, 16 milhões de motocicletas por ano(sim, 8 milhões a cada 6 meses), a primeira japonesa está na quarta posição à décadas. Bajaj nasceu antes da Honda, e lembrando, a parceira da Dafra, a SYM de Taiwan, é mais antiga que a Kawasaki na fabricação de motos. A qualidade melhorando muito no geral. Bom pra nós consumidores.

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Jose pedecouve 30 de agosto de 2024

A honda era boa ,agora só faz motos descartaveis e frágeis ,a 160 honda já vem com o comando com férias de tanta folga ,embreagem com 3 molas pra gastar rapido com menos de 20,000 já tem que trocar sem falar nas 300 que trincam o cabeçote sem falar que é pelada sem tecnologia , a Yamaha tem a faizer que quebra o quadro e a crosser quebra o cubo traseiro nunca fazem recol e não estão preocupados em sanar os defeitos pois ganham mais com venda de peças que na venda da moto ,tem mais que entrar concorrentes mesmo pra acabar com a moleza!

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Mariano 3 de setembro de 2024

Iso, tem que acabar com o monopólio dessas duas marcas. Já estava na hora de ter concorrência, a concorrência é boa para o consumidor, dessa forma as marcas terão que rebolar para ganhar o dinheiro do consumidor.

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Roberto 29 de agosto de 2024

Chega de Honda e Yamaha tô em outra

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Roberto Lara 29 de agosto de 2024

Há décadas, só tive motos honda e yamaha, depois passei para next 250 e agora estou de dominar 400. Tchau japas exploradoras gananciosas.

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Jan G Carvalho 29 de agosto de 2024

Que me elogie a franqueza: Converter regime militar em período de ditadura não ascende o seu canal e suas matérias atualizadas. Sem demagogia.

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Matheus 31 de agosto de 2024

Eu não era vivo na época do “regime militar”, mas fica a pergunta: por qual motivo mais candidatos militares não se elegem? Mas de todo modo, chamar uma ditadura de regime, é semelhante ao que a Rússia faz ao chamar uma guerra de operação.

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Sergio 29 de agosto de 2024

Não tem como.ler a matéria de tanta propaganda

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Vlademir Porto 29 de agosto de 2024

Usa o navegador “brave” e não sofra mais com tantas propagandas…

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Wagner marques 29 de agosto de 2024

Eu acompanho a evolução das motos desde sempre , e sempre fiquei triste pela falta relevância que nós como pais e como mercado consumidor que tem enriquecido a Honda e a Yamaha…
Sempre sendo tratados com deferência no sentido pejorativo da palavra, me lembro muito bem quando chegaram as agrales a Cagivas mais ou menos em 83 que começaram a dar banho nas nacionais pelo fato de serem arrefecidas a água e não afrouxaram pelo calor igual as outras …l
A evolução dos motores tem provado que arrefecidas a. Liquudo é o melhor para a durabilidade e conservação dos motores..
Nós merecemos o melhor e mais atual que o mercado oferece…
Obrigado a Bajaj e Royal que fizeram um divisor de “águas” na história brasileira do motociclismo, a Honda e a Yamaha fica a lição nada é estático todo muda tudo se transforma, Honra quem te acolhe….

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Felipe 29 de agosto de 2024

Bom dia. Assim como está incomodando, a Bajaj está aprendendo. As D400 tinham 3 velas e para 2025 alteraram o projeto e o motor passará a ter uma vela somente. Alegam que não haverá perda de performance. A alegação deles para as 3 velas era desempenho superior. Na Índia esta modificação não ocorrerá. Moral da história: querem o espaço de Honda e Yamaha mas já estão cortando custos para eles e o preço final continuou o mesmo. Como sempre os fabricantes querem nosso mercado e podam as melhorias

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David 28 de agosto de 2024

Honda e Yamaha são as as duas maiores do brasil acho que nisso todos concordamos mas seus preços subiram de forma espantosa e ridícula nos últimos anos a cg e a Bros são motos de entrada deveriam custar no máximo 15mil elas não oferecem nada absolutamente nada já a Shineray tem umas motos que estão chamando a atenção sim a bajaj também mas lembrando que tudo isso aconteceu com a haujue com a dr 160 foi a primeira a vir depois a Shineray começou inovar e apareceu a zontes pra depois a bajaj chegar todas elas com preços atrativos tirando a zontes que é um pouco mais por ser muito mais tecnológica era óbvio que a Honda iria mudar a Bros pra competir com as marcas que estão chegando e o público brasileiro que é bobo vai comprar a Bros e nem olhar para as outras marcas.

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