Fabricantes chinesas dominam o segmento que promete predominar em todo o mundo até 2050; apenas uma brasileira está na lista
O mercado de motos elétricas vem crescendo cada vez mais, tanto que este ano a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – Fenabrave – passou a quantificar os emplacamentos nessa categoria.
Diferente das clássicas marcas de moto convencionais, as elétricas de destaque não são japonesas, mas chinesas e a maioria pouco conhecidas. Listamos abaixo as cinco marcas de motos elétricas que atualmente mais emplacam no Brasil.
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Colocação | Fabricante | Unidade emplacadas | Percentual |
---|---|---|---|
1º | VMoto | 2.405 | 38,50% |
2º | GCX | 875 | 14,01% |
3º | Watts | 436 | 6,98% |
4º | Shineray | 424 | 6,79% |
5º | Supera Soco | 342 | 5,48% |
A VMoto lidera com folga o mercado brasileiro de motos elétricas. A fabricante tem sede na Austrália, produção na China e parceria global com a Super Soco, com quem divide projetos e tecnologia. O modelo VMoto Soco CPx foi a moto elétrica mais vendida do Brasil em 2024, com 2.032 unidades emplacadas — número muito acima da segunda colocada, a GCX.
Curiosamente, a CPx não possui rede oficial de concessionárias no Brasil, com pontos de venda oficiais apenas em países vizinhos como Argentina, Colômbia e Paraguai. Seus modelos chegam aqui importados e boa parte deles por encomenda da locadora Riba, que em parceria com o iFood oferece motocicletas elétricas para entregadores na Grande São Paulo.
Essa parceria traz de volta o nome CPx, carro chefe da marca e mais alugado por ela, capaz de entregar até 130 km de autonomia, velocidade máxima de 90 km/h e potência de 5,4 cv.
Essa moto elétrica pode receber até duas baterias removíveis de 74 V (45 Ah ou 30 Ah), que recarregam de 0 a 100% em 2 a 5 horas, dependendo do carregador. No modo rápido, vai de 0 a 80% em apenas 30 minutos. A bateria tem garantia de três anos ou 1.500 ciclos de carga.
No exterior, a CPx custa cerca de A$ 7.690 na Austrália, o equivalente a R$ 28 mil em conversão direta.
Além da CPx, a VMoto também aposta em soluções corporativas, como a F01, pensada para frotas e entregas, e fortalece sua operação no Brasil por meio da parceria com a fabricante de baterias Unicoba, em Manaus, que ajuda a reduzir custos de importação e a ampliar sua presença no país.
Ainda pouco conhecida no mercado nacional, a GCX vem ganhando espaço entre os consumidores brasileiros. A marca chinesa aposta em scooters acessíveis, voltadas para deslocamentos curtos e médios nas cidades, com foco em praticidade e eficiência energética.
Poucas informações sobre a marca estão disponíveis na internet, mas seu maior exemplo de eficiência por aqui é a GCX S8, que como dito aparece entre as motos elétricas mais vendidas do Brasil. Trata-se de uma pequena scooter, pensada para o trânsito urbano mais lento. O modelo pode vir equipado com motores de 2.000W (2,7 cv) ou 3.000W (4 cv), atingindo velocidades de até 70 km/h.
A bateria de lítio de 20Ah garante autonomia de até 50 km, variando conforme a versão, e pode ser recarregada em cerca de quatro horas.
Mesmo simples, a scooter traz alguns recursos modernos, como iluminação full LED e um painel digital de 5 polegadas.
A Watts Mobilidade é a representante brasileira da lista. Fundada em 2018, a fabricante que começou como uma startup hoje pertence ao Grupo Multi e em 2024 foi a 5ª maior marca de motos elétricas do país – hoje já em terceiro lugar.
A brasileira possui uma vasta quantidade de elétricos, que variam desde autopropelidos (que não precisam de CNH) até motos estilo trail.
Na tentativa de firmar sua presença no mercado nacional, a Watts já criou sua linha de fabricação em Manaus. Segundo a própria, a capacidade de produção pode chegar a 200.000 mortes por ano. Hoje a marca emplaca menos de 1000 unidades por ano.
Essa talvez seja a única marca realmente conhecida pelos brasileiros. Diferente do que já representou no passado, a Shineray não é mais apenas uma chinesa de pequenas motonetas, mas sim fabricante de motos pequenas, médias e até elétricas.
Na categoria das motos elétricas sua maior representante é a SHE 3000, uma antiga da marca que nem está mais dentre as destacadas no line-up da chinesa. Porém, ela ainda é revendida em algumas concessionárias e pode ser encontrada zero quilômetro.
Bem semelhante a uma moto convencional esta elétrica atinge até 3000 W de potência e velocidade máxima de até 79,5 km/h. Com a bateria de 72V 50 Ah, que demora 8 h para receber uma carga completa, ela tem autonomia de até 120 km.
Na lista das motos elétricas atuais da chinesa o maior destaque é a SHE-S. O modelo traz motor de 3.000 W (4 cv), velocidade máxima de 90 km/h e bateria de 72 V removível, que recarrega em até 3 horas em tomada comum.
Com uma bateria extra opcional, a autonomia pode chegar a 150 km. A vida útil é estimada em 2.500 ciclos de recarga, equivalente a cerca de 6 a 7 anos de uso.
Entre os destaques, a SHE-S oferece freios a disco nas duas rodas, rodas de liga leve aro 14, iluminação em LED e painel digital. A moto ainda terá duas versões especiais de tiragem limitada, nas cores preta com azul e dourada com vermelho, inspiradas em super-heróis.
Além de sua mudança no line up, a Shineray também passa por um rebranding. Em maio de 2025 ela lançou sua marca de luxo, a SBM. Nessa investida a fabricante tenta deixar sua fama “simplista” para trás.
A Super Soco, embora já mencionada, retorna a lista como uma marca independente. Mesmo que apresente praticamente os mesmos modelos que sua representante internacional, a VMoto, em seu país de origem, a China, ela segue com seu próprio nome.
Mesmo que sem precisão das informações cedidas pela Fenabrave, é provável que ela apareça na lista pelo mesmo motivo que sua emissária: importação da locadora Riba.
Marcas de motos elétricas que mais comercializam no Brasil
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