Há 1 ano sem fábricas no Brasil, Ford vê vendas despencarem 72,9%
Participação da marca no mercado nacional caiu de 7,14% para apenas 1,91%; multinacional busca compradores para imóveis, que seguem fechados
Participação da marca no mercado nacional caiu de 7,14% para apenas 1,91%; multinacional busca compradores para imóveis, que seguem fechados
Exatamente um ano atrás, no dia 11 de janeiro de 2021, a Ford anunciou o encerramento da produção de veículos no Brasil. Então, a multinacional operava uma fábrica de veículos de Camaçari (BA) e outra de motores e transmissões em Taubaté (SP), além da unidade de Horizonte (CE), que montava os jipes da marca Troller. De lá para cá, a empresa tornou-se importadora e viu suas vendas despencarem 72,9% no mercado.
Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave): em 2020, último ano no qual operou as fábricas no Brasil, a Ford comercializou um total de 139.255 veículos, entre automóveis e comerciais leves. Já em 2021, o número de unidades emplacadas despencou para apenas 37.778.
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A participação da Ford também caiu bastante durante esse período. Enquanto, em 2020, a multinacional estava na quinta posição entre as marcas mais vendidas do país, com uma parcela de 7,14% do mercado, no ano passado esse percentual diminuiu para apenas 1,91%. A empresa terminou 2021 na 11ª colocação: foi ultrapassada por Toyota, Jeep, Renault, Honda, Nissan e Caoa Chery, respectivamente.
Com o fechamento das fábricas, a Ford extinguiu mais de 5.000 postos diretos de trabalho em Taubaté (SP) e Camaçari (BA). A empresa ainda mantém o campo de provas de Tatuí (SP), mas demitiu 110 funcionários do complexo em 2019: atualmente, apenas 150 profissionais trabalham no local. No mais, a multinacional também opera uma sede administrativa em São Paulo e um centro de desenvolvimento na Bahia.
As três unidades industriais que a multinacional operava no país continuam fechadas, sem desempenhar qualquer tipo de atividade. Procurada pelo AutoPapo, a Ford informou que “continuamos no processo de vendas das fábricas e não temos nada de relevante para anunciar no momento”.
A Ford chegou a negociar a fábrica de Camaçari (BA) com as chinesas Great Wall Motors, Changan Auto, Geely e GAC. No entanto, até o momento, nenhuma empresa arrematou as instalações. Em Taubaté (SP), a situação é parecida: o governo estadual até anunciou que ajudaria a multinacional a vender o imóvel, que, contudo, também segue fechado.
O caso da Troller é diferente: inicialmente, a Ford informou que buscaria um comprador que mantivesse as atividades no local. Porém, posteriormente, vieram à tona informações de que a multinacional estaria negociando apenas o imóvel e o maquinário, mas não cederia os direitos sobre a marca ou o projeto do jipe T4. A unidade seguiu produzindo veículos até o último mês de agosto.
Troller: um negócio nebuloso do início ao fim! Assista ao vídeo e entenda!
Vale lembrar que, em 2019, a Ford já havia desativado a unidade industrial de São Bernardo do Campo (SP), onde produzia o Fiesta hatch e a linha de caminhões. O complexo permaneceu fechado por alguns meses, até cair nas mãos de uma construtora. No último mês de novembro, a fábrica, que era uma das mais antigas do setor no Brasil, começou a ser demolida para dar lugar a um centro de logística.
Cronologia | Fechamento das fábricas da Ford no Brasil |
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Agosto de 2018 | Informações da agência Bloomberg revelam prejuízos de US$ 178 milhões nas operações da Ford na América do Sul; o AutoPapo publica matéria questionando a viabilidade das operações industriais da empresa no Brasil, que, por sua vez, nega possível encerramento das atividades |
Outubro de 2019 | Ford anuncia fechamento fábrica de São Bernardo do Campo (SP) |
Janeiro de 2021 | Ford anuncia fim das atividades nas fábricas de Taubaté (SP) e Camaçari (BA); ambas seguem com operações reduzidas durante alguns meses, produzindo peças de reposição |
Abril de 2021 | Estoques de concessionários dos modelos Ka e EcoSport, os mais vendidos da Ford, chegam ao fim; os dois somem do site comercial da marca e, assim, abandonam oficialmente o mercado |
Agosto de 2021 | Fábrica da Troller deixa de produzir veículos; inicialmente, a Ford havia anunciado que venderia a unidade, mas documento vem à tona e revela que plano de negócio inclui apenas prédio e maquinário: multinacional não cederá a marca nem o projeto do jipe T4 |
Janeiro de 2022 | Balanço da Fenabrave revela queda de 72,9% nas vendas de veículos Ford; participação da marca no mercado brasileiro cai de 7,14% para apenas 1,91% |
Em março do ano passado, um levantamento da Associação Brasileira dos Distribuidores Ford (Abradif) indicava que, das 283 concessionárias da marca que então atuavam no território nacional, 166 deveriam fechar as portas. Trata-se de uma consequência direta da queda nas vendas, decorrente do enxugamento da linha de produtos.
Nem a Ford nem a Abradif informam quantas autorizadas deixaram de funcionar até o momento. Entretanto, há relatos sobre fechamento de pontos assistenciais em diversas cidades do país. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), três de um total de seis concessionárias entregaram a concessão da marca.
A Ford nunca negou que, ao fechar as fábricas, adotaria uma nova estratégia comercial no Brasil: em vez de grandes volumes de vendas, buscaria aumentar a margem de lucro por veículo, graças a uma gama importada, com produtos mais sofisticados. Atualmente, o modelo mais acessível da empresa é a Ranger XL Cabine Simples 2.2 turbodiesel, cujo preço sugerido é de R$ 203.190.
Além da picape Ranger, que é importada da Argentina, a linha atual da Ford conta com os SUVs Territory e Bronco e com o esportivo Mustang Mach1: o primeiro é originário da China, enquanto os dois últimos vêm dos Estados Unidos. Há ainda a recém-lançada van Transit, proveniente do Uruguai. Por enquanto, o modelo chega apenas na versão para passageiros, mas a configuração Furgão desembarca neste ano.
A gama deve crescer em 2022 com a estreia de pelo menos dois novos produtos. Um deles será a Ford Maverick, uma picape de porte menor, para concorrer com a Fiat Toro. O modelo já é produzido no México, de onde será importado. Outra novidade será a F-150, uma caminhonete de grande porte, que rivalizará com a linha RAM.
Desde o ano passado, a Ford já não comercializa mais o SUV Edge no Brasil. Por sua vez, o luxuoso Fusion deixou de ser importado em 2020. Não custa lembrar que o Ka, nas configurações hatch e sedan, e o EcoSport saíram de linha com o fechamento da fábrica de Camaçari (BA).
Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman explica em vídeo!
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A ford desprezou o Brasil e os Brasileiros foi embora e agora com a entrada das montadoras Chinesas possibilitando aquisição de novos veículos inovadores com tecnologia de ponta e com preços cada vez mais próximo as realidade da maioria dos brasileiros em adquirir um carro zero e tecnológico seguros de fato a ford nos fez um favou de ir embora.
Eu teve um fora k teve q vender na pandemia ele ficou comigo 9 anos ele era dois mil eu amava ele vcs não tem usado pra mim da ou volor barato tou sofrendo tem 67 anos sou apaixonada mim da este presente ou valor barato sou sozinha salário mínimo Mem da esta felicidade Deus li da u dobro sou de juis de fora vcs foi enviar a q tristesa
Caro Polvo tudo bem que a situação no Brasil não é das mais favoráveis para indusyria.
Mas o que me diz da Argentina acredito sua situação pior que muitos lugares e lá tem fabrica fa Ford.
Portanto que vendam veiculos onde tem fabrica.
Aqui maus de 5.000 funcionarios foram pra rua dispensados pela ford
Concordo plenamente, temos que comprar carro de empresa que gera emprego e prestigia o Brasil
Essa piada de mau gosto chamada Ford… Tem mesmo é que sumir mesmo, tanto das ruas, quanto da memória dos compradores/consumidores.
Carros não tão bons quanto queríamos, caros, peças difíceis de conseguir em muitos casos, e o abandono do fabricante em relação aos seus clientes.
E não venham me dizer que há legislação impondo um prazo de dez anos para peças de reposição, pois, se o fabricante já não existe, e as fabricantes de peças de reposição não podem colocar no mercado algo que ainda não tem permissão legal, tal como uma ‘similar’ ou ‘genérica’, então, sinto muito, o comprador está sozinho,na chuva e sem alento. Eu, comprar um Ford ? Nem pensar !!!
O mercado de pick-ups medio-grandes já é dominado por Toyota, Mitsubishi e Chevrolet. O mesmo vale para os SUVs (os de verdade, é claro).
O mercado dos esportivos mais sofisticados Já pertence às marcas premium.
Então a Ford, que parece nunca ter sabido direito o que quer, vai ficando “a pé” mais uma vez.
Melhor se informar mais. A Ford Ranger alterna entre o segundo e , terceiro lugar no ranking das pick-ups mais vendidas do Brasil todos os meses.
Meu amigo a venda de ford no Brasil tem é que zerar pois fecharam suas fabricas aqui dispensando msis de 5.000 funcionarios.
Agora querem importar veiculos ford para venda aqui sendo os seus empregados de fora. Então que vendam la.
Prezados (as)
A Ford recusou uma série de protótipos feitos por Engenheiros Brasileiros, ou seja só ideias de americanos valem para o nosso mercado
Vamos esquecer essa empresa, mas nunca os prejudicados trabalhadores
Atenciosamente.
Até hoje o pessoal não superou o fim do Ka e do Ecosport, veículos totalmente irrelevantes em termos de qualidade e tecnologia.
Isso sem falar nos bilhões que levaram de incentivo fiscal. Tem devolução da grana? Creio que não. Quando vejo o comercial deles dá vontade de rir: uma menina brincando com um Mustang e, quando cresce , está passeando num Mustang. Deve ser alugado e, se for brasileira, lá nos EUA.
A Ford quer mudar de Status Quo como marca… Ela quer deixar de ser uma concorrente meramente de Fiat para ser concorrente de Ferrari,nem que pra isso ela ter que mudar a linha da ferrarj ,como vem acontecendo já a algum tempo:sai a 512 Testarossa e entra um modelo V12 de motor dianteiro ,mais em concorrência com o Mustang!e em breve vem o SUV ferrarj por conta das exigências do concorrente que ameaça uma guerra contra ela! SUV,Aliás é uma das coisas bem americanas que a ferrarj terá de fazer para seguir adiante!!!
Pois é:
Fecha todas as fábricas, torna-se mera importadora, além de focar em modelos mais caros e sofisticados.
Esperava o quê???
Recomendei meu cunhado a compra um Ford Ka 1.0 3 cilindros ano 2019… poucos meses depois a Ford encerrou as atividades no Brasil.
Isso queimou o meu filme e o da Ford.
Ford nunca mais vou querer ter e nem indicar.
Mas junto com o HB20 é o melhor custo benefício em popular de entrada. Muito melhor que Gol e Onix por exemplo. Tive um Onix 2016 e um Ka 2015 juntos, o Ka é muito melhor, minha mulher chegava a fazer 20km/l na rodovia, sem contar o acabamento. Agora a Ford….
Bobagem, Mister. O carro foi amplamente vendido, terá peça de reposição por muitos e muitos anos.
Toma que você esteja certo…
Mister, o problema é quem tem carro da ford com power shift, esses sim estão lascados.
Eu estava ligado nisso na época… câmbio robotizado.
A exceção de São Bernardo, onde o imóvel tem localização estratégica perto da rodovia Anchieta, caminho para o porto de Santos, os demais imóveis dificilmente serão vendidos, principalmente a planta da Bahia. Só rodar pela grande SP e ver a quantidade imensa de galpões industriais fechados de empresas que encerraram suas atividades por aqui ou faliram. Indústria brasileira em decadência há muito tempo e a Ford é só mais uma de inúmeras e dos mais variados segmentos.