10 carros chineses vendidos aqui que talvez você não lembre

Em meados dos anos 2000, algumas marcas chinesas se aventuraram no mercado brasileiro com modelos que venderam pouco... ainda bem!

geely gc2 branco
Em meados dos anos 2000 diversos fabricantes chineses chegaram por aqui com preços agressivos e produtos de diferentes segmentos (Foto: Geely | Divulgação)
Por Fernando Miragaya
Publicado em 29/03/2024 às 11h03

Os fabricantes chineses desembarcaram aqui nos últimos anos com carros luxuosos e de alto valor agregado. Bem diferente da primeira onda de marcas asiáticas, que se aventuraram no mercado brasileiro no fim da década de 2000 e primeira metade dos anos 2010.

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Foi um período em que os carros chineses deixaram uma reputação ruim. Veículos extremamente simples, de qualidade duvidosa e construção questionável macularam a imagem dos modelos asiáticos. Para completar, importadores e marcas não fizeram o dever de casa na questão de rede e pós-venda.

Tanto que muita gente nem se lembra de muitos carros chineses vendidos aqui. Relembre nove destes modelos. E se avistar algum na rua, não se assuste e mande uma foto para a gente.

1. Effa M100

effa m100 azul
Effa M100 foi uma abominação da engenharia e até de marketing, com uma foto manipulada que parecia ser o primeiro carro autônomo da história (Foto: Effa | Divulgação)

O primeiro entre os carros de passeio chineses a desembarcar oficialmente no Brasil foi esse pequenino modelo, em 2007. Com motor 1.0, pode-se dizer que foi um péssimo cartão de visitas para os modelos do país asiático.

Antes de começar a ser vendido, já teve de mudar de nome. Chamado de Ideal em outros mercados, por aqui a Effa adotou o M100 depois que a Fiat ameaçou barrar a alcunha para evitar qualquer relação com a sua minivan Idea. Mas isso foi apenas um detalhe na passagem turbulenta da marca e do carro por aqui.

Com desempenho fraco e acabamento bem abaixo do aceitável, o hatch parecia que ia desmontar em qualquer curva ou rua com buracos. Compensava com preço agressivo e com mais equipamentos que o Fiat Mille Fire, então o automóvel mais barato do Brasil.

Mesmo assim, pouca gente embarcou nesta furada. A tímida rede de distribuidores e a desconfiança com a marca nova também não ajudaram. O M100 felizmente deixou de ser vendido em 2010.

2. Chana Family

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Chana, além de ruim, era uma piada de quinta série sobre rodas por conta de seu nome (Foto: Chana | Divulgação)

Vender carros chineses no fim dos anos 2000 já não era uma tarefa fácil. Imagine vender uma marca com esse nome que soa como música para aquela turma da quinta série que fica sempre de plantão para piadinhas infames.

Representada pela Districar (que operava também a SsangYong), a marca foi a primeira da China a ter atividades por aqui em 2006, com a van Family na tentativa de fisgar viúvos da Asia Towner. Logo surgiram as piadas pedindo comparativos entre os veículos da Chana e o Citroën Xsara Picasso…

A montadora mudou de nome em 2011 e adotou Changan, denominação usada para os carros de passeio do grupo chinês. Só que naquela época começou a vender a picape Utility, voltada realmente para o trabalho. Ao longo dos anos, a Chana – ou Changan – jamais conseguiu se estabelecer, de fato, no Brasil.

3. Chery Face

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Medo: é a palavra que poderia definir a sensação de guiar o Face (Foto: Chery | Divulgação)

Antes de a Caoa salvar a Chery por aqui, a marca lançou uns carros chineses que foram só dor de cabeça. Começou com o QQ, subcompacto que assustava pela aparência de fragilidade. Depois trouxe a minivan Face e o hatch S18, que pouca gente deve lembrar que foram carros chineses vendidos aqui. Menos quem teve um deles.

Em 2013, vários consumidores relataram falhas de eficiência nos freios do Face, que teriam provocado até acidentes. O modelo foi vendido de 2010 a 2015, mas a realidade é que poucas unidades foram emplacadas no país.

4. Chery S18 engrossou lista de carros chineses fracassados

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Chery S18 também padecia de falhas assustadoras de qualidade, como pedal de freio que se deformava (Foto: Chery | Divulgação)

O S18 teve vida ainda mais curta. Só foi vendido por alguns meses em 2012, mesmo ano em que a revista “Quatro Rodas” revelou que o pedal do freio do carro tinha entortado em um teste de frenagem na pista. Ele ainda esteve envolvido (ao lado dos igualmente exóticos Cielo e Tiggo) em um recall bizarro devido à presença de amianto na junta do coletor de admissão e escape do motor.

5. Jinbei Topic

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A Topic da Jinbei chegou para ocupar o lugar deixado pelas vans sul-coreanas da Asia, mas não foram capazes de cativar o consumidor (Foto: Jinbei | Divulgação)

A CN Auto tentou reviver o sucesso das Asia Topic e Towner que invadiram as ruas brasileiras nos anos 1990 e foram símbolo do transporte público irregular em algumas capitais. Em 2008, a empresa começou a importar e vender a van maior.

A Jinbei Topic até foi bastante usada no transporte escolar e teve versões furgão. Depois veio a Towner. Mas nada lembrou o sucesso de suas antecessoras. Deixaram de ser comercializadas em 2016.

6. Rely Q22B

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a Q22B era uma espécie de Bongo da China, mas longe da confiabilidade da sul-coreana (Foto: | Divulgação)

No Salão de São Paulo de 2012, em um canto no pavilhão de exposições do Anhembi, uma desconhecida linha de veículos comerciais chamou a atenção. Tanto pelo obscurantismo da marca Rely, que poucos conheciam, como pelo fato de que nos primeiros dias do evento não tinha uma viva alma no estande.

Mesmo assim, a Rely, divisão de comerciais leves da Chery global, começou a ser vendida no Brasil em 2013 pelo Grupo JLJ. Mas poucos devem lembrar que esses carros chineses foram vendidos aqui, até pela passagem quase que instantânea pelo nosso mercado.

Começou com a picape Q22B, que oferecia até 800 kg de capacidade de carga e que queria brigar com Kia Bongo e Hyundai HR. Depois veio a H13, van com até 15 lugares e com motor 2.0 de 170 cv.

No ano seguinte surgiu a Link, pequena van de 7 lugares que queria ser uma espécie de rival do Fiat Doblò. Usava motor 1.3 de 84 cv. Mas tanto ela como os demais modelos deixaram de existir por aqui naquele mesmo ano de 2014.

Detalhe que a meta de Rely era ambiciosa. Falou-se em 30% no mercado de veículos comerciais compactos e 4 mil unidades emplacadas…

6. Brilliance

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Com passagem meteórica, o Brilliance FVR GL teve unidades importadas para homologação, mas ninguém se interessou a representar a chinesa (Foto: Brilliance | Divulgação)

A fabricante nunca chegou a ser vendida oficialmente no Brasil. Contudo, em 2010, a CN Auto montou um estande para a marca no Salão do Automóvel de São Paulo com diferentes modelos para testar a reação do público. A expectativa era que a operação iniciasse já em 2011.

O primeiro modelo seria o hatch FRV GL e sua variante aventureira Cross, que tinham a assinatura de um cara chamado Giorgetto Giugiaro. Além disso, um SUV e uma station wagon também estavam nos planos. Mas nada disso aconteceu.

Alguns carros chineses da Brilliance chegaram a ser licenciados para testes e homologação. Porém, não houve nem estabelecimento de concessionárias no país para a marca.

7. Geely GC2 e os carros chineses vendidos no Brasil

carros chineses
O Pokemón da Geely vendeu bem em mercados latinos, mas micou por aqui (Foto: Geely | Divulgação)

Em 2014, o Grupo Gandini começou a importar de forma oficial a Geely para o Brasil. Começou com o sedã EC7 e logo depois passou a vender o subcompacto GC2, carrinho com desenho inspirado em um urso panda.

Mas esses carros chineses não são nem lembrados por aqui. A Geely chegou a ter uma rede com quase 20 concessionárias, todavia não vendeu nem 800 carros em dois anos – o GC2 emplacou menos de 300. A marca encerrou os trabalhos no país em 2015.

8. Effa Plutus

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Se o amigo critica a Fiat Titano por derivar de um projeto chinês, é porque não conheceu a Effa Plutus (Foto: Effa | Divulgação)

Não satisfeita em trazer o M100, a Effa ainda insistiu com uma picape que deve ser mais rara de ver do que um Hobbit pelas ruas de São Paulo. Em 2011, lançou essa picape média com a mesma proposta de custo benefício agressivo que os carros chineses demonstraram naqueles tempos.

A qualidade, contudo, lembrava a do M100 e o veículo vendeu pouquíssimo. A Effa largou a bomba na mão dos seus clientes e encerrou as vendas do Plutus um ano depois para ser um dos carros chineses que você nem lembrava que tinha sido vendido por aqui.

9. Lifan 620

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Lifan 620 quis ser o Corolla chinês, mas não convenceu quase ninguém, da mesma forma que clonou o Mini Cooper com o 320 (Foto: Lifan | Divulgação)

A marca chinesa até está mais ou menos fresca na memória dos brasileiros. Afinal, teve uma época em que o X60 foi um dos SUVs mais vendidos do país e o 320 é sempre referência de clone mal feito do Mini Cooper. Mas a Lifan trouxe outros carros chineses que ninguém lembra.

Um deles é o 620. Sedã com espaço de médio e preço de compacto premium, foi apresentado no Brasil em 2010. Era importado do Uruguai com motor 1.6 de 106 cv. Só que não durou nem dois anos no nosso mercado.

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