Confira quais são os 10 carros há mais tempo em linha no Brasil
Saiba quais são os 10 modelos de automóveis que se perpetuam por uma ou mais gerações e que atravessaram décadas - e até o milênio
Saiba quais são os 10 modelos de automóveis que se perpetuam por uma ou mais gerações e que atravessaram décadas - e até o milênio
Brasileiro já está acostumado com carro que fica muito tempo em linha. Aliás, o Brasil é quase um campeão, quando o assunto é carros há mais tempo em linha. Tem aqueles que se perpetuam em uma mesma geração à base de remodelações, ou os que mantêm o nome e se consolidam em seus segmentos com diferentes plataformas – a exemplo do que acontece em outros países.
No nosso mercado não faltam os dois exemplos. Desde carros longevos que viraram o milênio com a mesmíssima base e foram descontinuados só recentemente, até automóveis que foram lançados no século passado, porém continuam aí, firmes e fortes, mesmo que com arquiteturas diferentes e designs atualizados.
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Não tem como abrir uma lista dessas sem o Gol. O carro mais vendido do país de todos os tempos beira 7 milhões de unidades entregues desde 1980, quando nasceu como parte do Projeto BX. Teve os mais variados conjuntos mecânicos, versões de acabamento, séries limitadas e por 26 anos consecutivos foi o automóvel mais emplacado do mercado.
Ao longo desses mais de 40 anos, são três gerações (1994, com o Bolinha, e 2008, sobre a base do Fox) e mais de cinco remodelações as quais a Volks batiza de “Gê alguma coisa”. Curiosamente, o hatch foi o automóvel de passeio mais emplacado em junho de 2022, segundo a Fenabrave, justamente quando já ensaia sua despedida.
Desde o início do ano é negociado apenas em uma versão solitária com motor três-cilindros e sobrevive mais de vendas diretas – o desempenho de junho, a propósito, é atribuído a encomendas atrasadas para frotas de locadoras.Sairá de linha até 2023, quando chegará o Polo Track para assumir a função de ser o carro mais barato da marca no país.
O Corolla é um dos carros há mais tempo em linha vendidos do mundo e no Brasil não é diferente. O consagrado sedã médio da marca japonesa chegou aqui em 1992, na sétima geração, como um dos primeiros Toyota importados para o país. O primeiro produzido aqui foi o da fase seguinte, em 1998, que marcou os inícios dos trabalhos na fábrica de Indaiatuba (SP).
Era o Corolla com faróis ovalados e com grade ralador de coco, que não caiu muito nas graças – do mundo, tampouco dos brasileiros. Tanto que mudou em 2002. Novas gerações vieram na sequência: 2008, 2014 e, mais recentemente, 2019, quando passou a ser o primeiro híbrido flex do mundo. Reina hoje absoluto e sozinho na categoria de médios.
Falar do Corolla e não falar do Civic é quase dar a cara à tapa aos haters de plantão. Até porque o Honda é outro carro longevo mundo afora. Lançado no Brasil em 1992, também como um dos primeiros automóveis importados da marca japa, teve seis gerações no nosso mercado, sendo cinco produzidas em Sumaré (SP).
Depois de mais de 700 mil unidades produzidas, diferentes motores e versões, algumas poucas variantes targa, cupê e hatch, e a boa reputação da marca que carregou por toda a vida, o Civic se despediu no apagar das luzes de 2021, em sua décima geração global. Só voltará para cá no ano que vem, em sua geração 11, importado na aguardada versão esportiva Type-R e na variante híbrida.
A primeira picape média brasileira começou a ser feita por aqui em 1995 com frente de Isuzu Hombre e motor do Omega. Graças ao design, ao porte intermediário que a posicionava entre as compactas e a grandona D20 e ao suporte das centenas de concessionárias da Chevrolet no Brasil, logo a S10 fez a cabeça de muitos picapeiros.
Com cabines simples, estendida e dupla, motores diesel e a gasolina e diferentes opções de acabamento, a primeira geração da S10 se manteve como há mais vendida do seu segmento por anos. Depois das reestilizações de praxe, ganhou nova geração em 2012, desta vez inspirada na norte-americana Colorado. Recentemente perdeu as versões flex e mantém a disputa com a Toyota Hilux pela liderança da categoria.
Em 1984, o Uno representou uma quebra de paradigmas para o segmento de compactos. Projeto global da marca italiana, apesar de usar por aqui a plataforma do 147, o hatch logo se destacou pela mecânica robusta e econômica, pelo espaço interno bem aproveitado, pela aerodinâmica e pelas ótimas soluções ergonômicas, especialmente para o motorista.
Por anos foi o principal adversário do Gol, teve versões icônicas esportivas e foi o pioneiro entre os “populares” da década de 1990, quando adotou motor 1.0 de olho no IPI mais baixo. O compacto se manteve em linha mesmo após a chegada de duas gerações do Palio (teoricamente, o seu sucessor), sempre como a porta de entrada da marca no Brasil, foi rebatizado de Mille e ainda conviveu com uma segunda geração.
Sim, em 2010 a Fiat lançou um novo Uno projetado especificamente no Brasil, com estilo quadradinho e que destacou-se em vendas nos anos iniciais. O primeiro ficou pelo caminho em 2014, enquanto o segundo teve a produção encerrada no fim de 2021. Juntos, totalizaram 37 anos de história e 4,4 milhões de unidades produzidas.
Em 2003, o segundo carro do Projeto Amazon salvou a Ford (pelo menos naquele momento) do Brasil e mudou o conceito de utilitário esportivo de forma global. Francamente urbano e feito sobre a base do Fiesta, o EcoSport chegou como um SUV para a cidade, sem pretensões lameiras e por quase a metade do preço do jipinho mais em conta da época (o Mitsubishi TR4).
Foi um sucesso estrondoso e quem pensou que fosse modinha, se deu mal. O Eco reinou absoluto por 10 anos no mercado, sustentou as operações da Ford brasileiras, ganhou uma nova geração em 2013 e mostrou o caminho que a indústria trilhou dali para a frente. Tanto que seu domínio só começou a desmoronar quando as concorrentes passaram a investir em SUVs genuinamente urbanos.
O EcoSport que teve versões 1.0, com compressor mecânico, 1.6 e 2.0, diferentes configurações e até variante 4WD – que se mostrou totalmente sem sentido no Brasil. Despediu-se em janeiro de 2021, quando a Ford decidiu não fabricar mais nada por aqui, contudo foi um dos carros mais longevos deste século e mais vendidos: em quase 20 anos, foram mais de 1,2 milhão de unidades.
A marca sul-coreana acaba de lançar a nova geração do Sportage, agora híbrida e com design ousado. Mas o utilitário esportivo médio já está há quase 30 anos no nosso mercado. Começou a ser vendido aqui em 1995, importado da Coreia do Sul com motor diesel de quatro cilindros e singelos 65 cv de potência.
Mudou de conjunto mecânico diversos, até ficar sem ser importado por dois anos antes de a segunda geração chegar, em 2005. Foi um dos Kia mais comercializados do país no fim dos anos 2000 e início da década de 2010, mas as cotas impostas pelo InovarAuto para quem não tinha fábrica por aqui freou o ímpeto do SUV e da marca. Mesmo assim, ainda é uma referência na sua categoria e continua à venda em sua quinta geração.
O compacto foi pensado para diluir os custos da moderna plataforma que o então primeiro Polo brasileiro trouxe para cá. Lançado em 2003, o Fox também inaugurou o sub segmento de hatches altinhos – seguido por Renault Sandero e Chevrolet Agile, e que será ressuscitado agora por VW Polo Track e pelo novo Citroën C3 – e sobreviveu como um dos carros mais longevos deste século e na mesma geração.
Curiosamente, apesar das muitas versões e séries limitadas, o Fox nem teve uma variedade muito grande de motores – basicamente ficou com opções 1.0 e 1.6 ao longo de quase 20 anos de trajetória. Nesse período, somou mais de 1,8 milhão de unidades produzidas.
A Strada, além de ser um dos carros mais longevos do país neste século, é um case de sucesso. Atravessou o milênio e é a picape – e comercial leve – mais vendida do país por mais de 20 anos, boa parte dela sobre uma mesma geração, derivada do primeiro Palio, de 1996. Teve diferentes versões, motores e foi pioneira em vários sentidos: primeira compacta a ter cabine estendida, dupla, quatro portas e até bloqueio eletrônico do diferencial.
Mesmo com a nova Strada lançada em 2020, o sucesso comercial do modelo não foi abalado. Independentemente de 85% de suas vendas serem para frotistas, locadoras e PJs, hoje oito em cada 10 picapes compactas emplacadas no país são do modelo da Fiat. De 1998 para cá, são mais de 1,6 milhão de unidades entregues.
Com seu design ousado e acabamento caprichado, o C3 foi o primeiro Citroën fabricado na então unidade da PSA em Porto Real (RJ), em 2003. O compacto “premium” ajudou a moldar a imagem que a marca francesa iria manter por muitos anos no Brasil e alavancou as vendas da montadora. Para se ter ideia, no primeiro ano cheio de vendas, em 2004, foram menos de 8 mil unidades. Em 2010, quase 40 mil.
A segunda geração lançada em 2012 não repetiu o mesmo sucesso. Mesmo assim, aprimorou a dirigibilidade e continuou a agregar uma imagem mais requintada à Citroën. Saiu de cena em 2020 enquanto aguarda a chegada da nova geração, baseada em um projeto indiano e prometida para 2021, mas que só vai chegar nos próximos meses.
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Lembremos que o Gol nasceu “quadrado” em 1980, permanecendo assim até 1996 (neste ano apenas com motor 1.0 l AE / o CHT da Autolatina), convivendo com o “bolinha”, este lançado no final de 1995.
Sobre o Gol “bolinha” 1995, convém ressaltar a versão GTI A ÁLCOOL, cujo motor rendia declarados 114 CV ABNT, mas que, igual aos GTS 1.8 S ÁLCOOL, mostrava mais, entre 121 e 125 CV ABNT no dinamômetro, motor que emitia um ruído semelhante ao de uma moto Yamaha RD350, e que – guardadas as devidas proporções – acelerava feito uma “viúva negra”!
Interessante, meu Gol mais arisco foi um CL 1995, AP600, quatro marchas, que “virava” os 200 km/h (no velocímetro / fim de escala) na menor descida.
Já meu Gol GTI 16V foi a minha “joia-da-coroa”, superando por pouco o GTI A ÁLCOOL, embora perdesse para um Gol “bolinha” AP1600 todo refeito, com escapamento dimensionado sem uma ruga sequer (Tavinho Soffiato), injeção monoponto aumentada (corpo da borboleta /Jorge Boliviano), freios de Gol GTI 16V (os quatro a disco), interior em couro preto, rodas 16”, som Pioneer mais amplificador, painel de instrumentos CRONOMAC, câmbio PV (4,111:1), comando de válvulas FORD (PN 097 109 101 7), etc., etc.
O Polo Track não vai acabar apenas com o Gol. Ele irá acabar com o resto da linha Polo também, porque quase ninguém irá querer um Polo mais sofisticado, sabedor que é quase igual ao carro mais barato da marca.
Eu não me importo, mas sei que para a maioria dos brasileiros importa.