No Dia de Finados, relembre 10 carros que se foram e não deixaram saudades
No Dia de Finados relembramos automóveis que morreram, mas que renderam poucos lamentos dos consumidores - e das montadoras
No Dia de Finados relembramos automóveis que morreram, mas que renderam poucos lamentos dos consumidores - e das montadoras
Dia de Finados, dia de homenagear os mortos. No mundo dos automóveis muitos se foram e merecem ser celebrados até hoje, mesmo depois de passagem. Outros, porém,estão naquelas lápides esquecidas, onde o mato invade a mármore sem piedade. São carros que saíram de linha e não deixaram muitas saudades.
Mas nós vamos pelo menos trazê-los de volta à memória. Tem hatch, aventureiro, sedã, carro com motor turbo e até picape que foram varridas de nossa memória pelas estradas do tempo. Relembre agora 10 desses carros que morreram e que poucos se lembram de prestar homenagens.
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Em 2008 a Peugeot resolveu pegar a base do seu best seller 206 no Brasil, botar uma casca do sucessor europeu do hatch compacto e chamá-lo de 207 por aqui. Foi só o primeiro de muitos equívocos da marca francesa, que ainda usaria essa plataforma para fazer um sedã e uma station-wagon. Mas o pior ainda estava por vir.
Dois anos depois, a marca decidiu desmembrar o 207 (ou 206,5) em picape e brigar em um segmento que já era bastante disputado por Fiat Strada, VW Saveiro e Chevrolet Montana. Lançou a Hoggar com as mesmas opções de motores 1.4 e 1.6 do hatch.
Teve uma uma variante aventureira Escapade que até poderia ser “imortal”, já que a dianteira com para-choques com molduras destacadas rendeu-lhe o apelido de Conde Drácula. Morreu mais rápido que o 207, com o fim de produção em 2014, e sem deixar saudades – um ano antes, emplacou apenas 744 unidades, contra 122 mil da Strada…
No fim da primeira década do século 21 a Chevrolet já tinha seu campeão de vendas, o Celta, que usava a base do antigo Corsa e que fazia as vezes de porta de entrada da marca no país. Mas a General Motors inventou de fazer outro produto em cima dessa arquitetura, o Agile, que se tornou um dos carros que morreram e não deixaram muitas lembranças.
O carro inaugurou o Projeto Viva (que felizmente foi suspenso após o segundo produto, a Montana 2) e pegava carona no mercado de hatches altinhos, de compactos que passavam uma percepção de mais espaço interno e tinham maior vão livre do solo. Com desenho controverso e plataforma antiga, logo foi apelidado de Fragile.
Apesar de ter vendido quase 200 mil unidades no Brasil em cinco anos de produção, nunca foi páreo para VW Fox ou Renault Sandero. Hoje, porém, poucos sobreviventes do hatch da GM produzido na Argentina são avistados na rua, o que colabora para o seu eterno esquecimento.
Em 2013 a Chery começou a vender no Brasil a linha compacta Celer, ainda importada da China. Tudo para pavimentar o caminho para a nova fábrica de Jacareí (SP), que começou a produzir o hatch e o sedã (na verdade, um notchback) dois anos depois.
Nem chinês, nem brasileiro: o Celer nunca é lembrado. Com motor 1.5 16V de 113 cv e construção que não inspirava muita robustez, o carro foi vendido até 2018, mas não chegou a somar nem 4 mil unidades emplacadas em cinco anos de mercado.
A Caoa, que assumiu metade da participação da operação brasileira da Chery em 2017, tratou de enterrar o carro. E deixá-lo esquecido.
Em 2006, a Citroën começou a desenvolver uma minivan compacta em uma fase em que os monovolumes ainda estavam alta. Mas mapeou mal o mercado, pois quando a C3 Picasso chegou, em 2011, um ano depois de sua variante aventureira Aircross, a categoria já estava em queda.
Para piorar, pesada e com motor 1.5 8V ou 1.6 16V, a C3 Picasso tinha desempenho ruim e era beberrona. Foi encerrada em 2014, quando vendeu menos de 4 mil unidades, mas a Aircross – sem o nome C3 – ainda perdurou por mais seis anos.
O C3 voltou totalmente diferente; confira em nosso vídeo:
Nos anos 2000 o segmento de médios ia bem e o Tiida também. A Nissan, então, apostou na configuração sedã do modelo que acabava por disputar espaço com compactos “premium” da ocasião: VW Polo Sedan, Fiat Linea, Honda City e cia.
Em 2009 o Tiida Sedan passou a ser importado do México com o mesmo motor 1.8 16V de 126 cv. Ainda sofria concorrência interna do Versa, que era mais espaçoso e usava plataforma mais moderna, além de ser mais barato. Não admira ser pouco lembrado.
O Clio Sedan ficou meio perdido a partir de 2007, com a chegada do Logan. A Renault, então, pegou a plataforma do veterano modelo e tentou fazer um sedã compacto premium, o Symbol.
Produzido na Argentina, o sedã tinha mais equipamentos e acabamento melhor que o Logan para justificar seu posicionamento. Além de só usar o 1.6 16V Hi-Flex de 115/110 cv. Contudo, o parente de vitrine era bem mais espaçoso e tinha custo de manutenção mais baixo.
Obviamente, não deu muito certo. Lançado em 2009, o Symbol até fez uma graça nos primeiros anos de venda, mas perdia feio para Polo Sedan e City. A Renault tentou deixá-lo mais competitivo com versões com o motor 1.6 8V Hi-Torque, mas foi em vão. Em 2013, foi para a lista dos carros que saíram de linha – com pouco mais de 6.500 unidades naquele ano.
Lembra que o i30 foi um dos primeiros Hyundai a ser o “melhor do mundo” em alguma coisa? Pois é, mas enquanto a primeira geração é lembrada com carinho e chegou a ser o hatch médio mais vendido do país por alguns meses em 2011 – superando pesos-pesados como VW Golf, Ford Focus e Chevrolet Astra -, a segunda geração passou despercebida e não deixou saudades.
O Grupo Caoa passou a importar o i30 apenas com motor 1.6 16V flex. Ou seja, com o mesmo motor do compacto HB20, que já era um dos carros mais vendidos do país e, claro, custava bem menos. Em 2014, a empresa ainda tentou melhorar as vendas com o 1.8 a gasolina de 150 cv, mas já era tarde. Em 2016, entrou para a lista dos carros que saíram de linha, com vendas anuais abaixo das 4 mil unidades.
Como assim o carro de maior sucesso da história do país está entre os carros que morreram e não deixaram saudades? Calma, até porque o Gol (ainda) não morreu – isso vai acontecer até dezembro. Falamos aqui de versões específicas, com motor 1.0 16V, seja aspirado ou turbo.
A opção aspirada foi lançada em 1997, ainda no Gol Bolinha. Depois, em 2000, surgiu turbo no então G3 – pós-remodelação de 1999. Os dois, porém, deixaram muitos donos traumatizados. Isso porque o conjunto mecânico tinha um problema crônico na polia do comando de válvulas com variador de fase, que fez muito proprietário do hatch recorrer a retíficas.
O carro que é sempre lembrado como bomba acaba sendo pouco reverenciado – na verdade, pisam muito na cova do pobre sedã. Culpa do motor Fivetech, de cinco cilindros, muito avançado e tecnológico, mas que não teve uma adaptação para a gasolina brasileira – com mais de 20% de etanol em sua composição.
Assim como na Europa, a Fiat manteve as trocas de óleo em intervalos de 20 mil km. Ao mesmo tempo, a manutenção era complexa e precisava ser feita na concessionária, com ferramental específico e mão de obra especializada. E nem todos os donos de Marea estavam a fim de gastar a mais por isso.
Deu ruim: muitos sedãs começaram a apresentar formação precoce de borra no conjunto e foi um tal de motor quebrar. O carro ganhou a fama de bomba que o perseguiu até se juntar aos que saíram de linha, em 2007 – e o persegue até hoje no purgatório.
A Geely foi lançada aqui em 2014 pelo Grupo Gandini (mesmo importador da Kia Motors), mas não só teve carros que morreram e não são lembrados, como nem a marca está na lembrança da maioria dos brasileiros. Além do sedã EC7, a montadora trouxe o GC2, subcompacto que tinha design inspirado em urso panda.
Em menos de dois anos, se juntou aos carros que saíram de linha. Em 2016, o GC2 sumiu do país juntamente com a Geely. Nesse período, não chegou a vender 200 unidades no Brasil.
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No caso do Agile, careceu de uma contextualização melhor. O carro saiu rapidamente de linha porque simplesmente era um natimorto. Pegou bem o período da crise mundial e a matriz estava em processo de falência com muitas indefinições e investimentos congelados. Sabendo-se que o mercado latino estava aquecido e necessitava de novidades, foi a solução caseira que encontraram para trazer “frescor” ao line-up requentando a plataforma do Celta / Corsa B. Com a reestruturação da marca veio a plataforma Gamma apresentando a nós o Onix, Prisma e Cobalt. Ou seja, era sabido desde o começo que a solução era paliativa.
Saudades sim do nosso mercado até 2019, quando era bem mais democrático e nos oferecia segmentos e modelos variados, para todos os gostos e bolsos.
O que antes era bom, tornou-se caro e insosso: Agora só “suvs” de mentirinha, todos parecidos uns com os outros, e a preços superfaturados…
Fallout o Fiat Linea
Gol 1.0 16v só é dor de cabeça para dono que não gosta de fazer manutenção preventiva só corretiva.
Tenho um bolinha 98 nunca me deixou na mão e na ultima vigem que fiz ele fez media de 17km/L.