De tiozão a playboy: traçamos 10 perfis do consumidor de carros
Quais tipos de modelos e carrocerias servem aos variados clientes do universo automotivo? Enumeramos alguns deles
Quais tipos de modelos e carrocerias servem aos variados clientes do universo automotivo? Enumeramos alguns deles
Dizem que o automóvel tem de vestir o motorista. Só que, muitas vezes, o consumidor de carros é motivado por outros fatores – em geral, emocionais. É o tal aspiracional que o veículo tenta vender no mercado, sob diferentes carrocerias, versões e desenhos.
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Fizemos uma brincadeira sobre carros distintos para diferentes perfis de consumidores. Tem pacatos sedãs médios, picapes imponentes, inofensivos subcompactos e os inevitáveis SUVs. Confira a nossa lista.
Você já ouviu dizer que Corolla e Civic são carros de tiozão, né? Não é para tanto, mas realmente é uma definição boa para aquele cliente mais tradicional e conservador, que encontra na dupla de sedãs médios da Toyota e da Honda um porto seguro.
É o tipo de motorista que já teve outros modelos de automóveis, tem certo poder aquisitivo, ainda não se rendeu à avalanche de SUVs e quer carros com confiabilidade mecânica para não ter problemas no pós-venda. Além disso, não abre mão do conforto ao rodar e de um estilo mais clássico de carroceria.
Não surpreende que, tanto Corolla, como Civic (que, em breve, deixará de ser produzido em definitivo no Brasil), gozam dos maiores índices de fidelização do segmento automotivo – quando um cliente fica no mesmo carro -, com algo em torno de 70% (quando a média do mercado costuma ficar abaixo dos 50%).
O nome é vintage, mas, para este perfil de consumidor, o que vale mais é a proposta esportiva dos carros – no design e sob o capô. Aqui, não importa a idade, mas a imagem jovial que o carro tem de passar. Tanto que esse consumidor basicamente sé tem os hatches médios como sua maior representação.
Mas não é qualquer hatch. Para este tipo de motorista, o Volkswagen Golf – independentemente da geração – costuma ser o queridinho. Além de carregar um desenho com proposta mais esportiva (mesmo a geração 4,5 brasileira, apelidada de Sapão), o médio da marca alemã sempre foi desejado por quem gosta de tirar onda com o carango.
Outro que é idolatrado por playboys mais endinheirados é o Audi A3 – também de gerações atuais ou passadas. Curiosamente, o carro por décadas usou a mesma plataforma do… Golf. Contudo, o status das quatro argolas e o acabamento mais refinado o tornam objeto de desejo de muita gente.
Outro carro que fez e faz a cabeça da galera que se recusa a envelhecer dentro do carro é o Hyundai Veloster. A despeito da polêmica da potência do motor de HB20, o estilo hatch-cupê do “carro de três portas” também virou sinônimo de “carro de playboy”.
Outra dupla da Toyota e da Honda que faz sucesso, só que com essa turma minoritária do mercado automotivo: aquela que compra carro de forma 90% racional. Aqui, não importa design, acabamento, status. Esse consumidor quer um carro confiável, equipado, confortável e que ande de forma competente.
Esse cliente praticamente sustenta as vendas da linha Yaris e do falecido Fit. Vamos combinar: no quê esses dois modelos empolgam? Têm desenho previsível, conjunto mecânico pacato e acabamento interno que até deixa a desejar em termos de qualidade e estilo. Ah… eles carregam aquelas duas marcas japonesas na grade.
Pois é, tanto Yaris como Fit entregam a reputação mecânica e eficiência no rodar que esse tipo de cliente procura. Trata-se de um consumidor que precisa de um automóvel para o dia-a-dia, para fazer uma viagem, e que não precisa de nenhuma firula, motor potente ou grandes acertos dinâmicos para sua rotina.
Aqui, é para aquele consumidor que busca carros que levem-no “do ponto A para o ponto B” ao custo mínimo possível. Ou ainda para jovens motoristas em busca do primeiro carro. Geralmente, é o cliente o que vai direto nos subcompactos e hatches de entrada, em especial Renault Kwid e Fiat Mobi.
Os dois pequeninos são os carros mais baratos do país à venda atualmente. São suficientes para quem necessita de um carro pequeno, fácil de achar vaga e econômico. Além disso, têm custo de manutenção baixa e acabam como boas opções também para quem usa o veículo para trabalhar.
Os SUVs acabaram por ocupar o espaço de carro para família que antes era protagonizado por stations-wagons e minivans. Principalmente os crossovers médios, que oferecem espaço interno mais generoso – às vezes, com direito à configuração 7 lugares – e nível de equipamentos melhor.
Neste contexto, modelos como Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos acabam fisgando esse tipo de cliente, que quer um carro confortável, com amplo porta-malas e desempenho forte para levar a família – e a casa dentro.
Algumas variantes dos suvs médios ainda trazem a opção de sete lugares. Geralmente, são modelos para famílias mais abastadas, como VW Tiguan Allspace ou Mitsubishi Outlander.
Quem tem (bem) mais bala na agulha prefere ter uma minivan tradicional para levar a família, recorre a modelos importados – ou seminovos. Mas falamos de um nível maior de conforto e requinte, de modelos com muitos equipamentos embarcados, cabine sofisticada e, no mínimo, sete lugares.
Para este tipo de cliente familiar que está disposto a pagar pela sofisticação e conforto, o único representante 0 km é a nova Kia Grand Carnival, que sai por quase meio milhão de reais. Mas também tem opções entre seminovos e usados, como a imponente Chrysler Town&Country, que custa entre R$ 60 mil R$ 150 mil (com bons anos de uso) no segmento de usados.
Tem aquele consumidor que vai na certeza: “se o carro vende bem e é de marca conhecida, é porque é bom”. Essa premissa é uma das razões que explica o sucesso de compactos como Chevrolet Onix (líder do mercado nos últimos cinco anos), Hyundai HB20 (que vive na cola do Onix e esse ano já foi o primeirão) e Fiat Argo (outro que beliscou a liderança em 2021).
Nestes casos, vale a lógica do custo/benefício destes modelos. Não chegam a ser baratos, mas ainda se seguram abaixo dos R$ 100 mil. Além disso, oferecem uma boa variedade de versões, motores (em geral) eficientes, custo de manutenção razoável, seguro condizente e uma ampla rede de concessionárias.
Você já leu que o mercado de picapes médias é muito forte em mercados do Centro-Oeste, do Nordeste e do interior paulista, em especial em áreas rurais. Isso criou um perfil de consumidor chamado de agroboy, que é o cara ligado ao universo rural, com bom poder aquisitivo, que quer uma picape que seja útil para andar na roça, mas também tenha apelo visual.
Nessa esteira, modelos como Toyota Hilux, Chevrolet S10, Nissan Frontier e Mitsubishi L200 botam banca e atraem esses clientes. Só que as marcas, atentas a este perfil, vêm criando versões ainda mais elaboradas e “picapeiras” dessas picapes, como a S10 High Country.
Tem um pessoal aí que não tem sequer sítio, mora na cidade, mas quer tirar onda de picapeiro. E se tem a picape versátil para o homem do campo, também tem aquelas cheias de firulas para o homem urbano. É o caso de certas versões de picapes conhecidas.
A Ford Ranger estreou esse ano sua versão Storm de olho nesse público que usa mais a picape para passear no shopping. A Chevrolet foi na onda e apresentou, recentemente, a variante Z71 da S10. Mesmo a grandalhona RAM 1500 se mostra uma picapona mais voltada para trilhas urbanas, até como contraponto à RAM 2500.
Avaliamos a RAM 1500: assista ao vídeo!
Nem precisa explicar muito que esse tipo de cliente correu com força para os SUVs. Em busca de uma suposta maior segurança no trânsito, posição elevada de dirigir e imagem de jipeiro, os consumidores não param de correr para os utilitários esportivos, em particular os do mercado de compactos.
Mas, não se iludam. Carros como Hyundai Creta, Chevrolet Tracker, Honda HR-V Nissan Kicks, VW Nivus e T-Cross, Caoa Chery Tiggo 2 e Tiggo 3X e Fiat Pulse foram feitos para transitar no asfalto da cidade, ir trabalhar, dar um passeio no shopping ou levar as crianças na escola – de vez em quando, para uma escapadinha naquela estradinha de terra até o sítio. Até porque esses SUVs não têm qualquer pretensão fora de estrada.
Todos são oriundos de automóveis de passeio, com estrutura de monobloco e sequer oferecem tração 4×4 – a exceção do Jeep Renegade nas versões turbodiesel, ou configurações específicas de Ford EcoSport e Renault Duster usados. E é justamente isso que esse perfil de consumidor procura: carro alto, com bom vão livre do solo, para encarar a buraqueira da cidade.
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