Conheça 5 carros que ficaram bem melhores com motor turbo
Aplicação do equipamento está cada vez mais comum, e isso é bom: há ganhos para a dirigibilidade e para o meio-ambiente
Aplicação do equipamento está cada vez mais comum, e isso é bom: há ganhos para a dirigibilidade e para o meio-ambiente
Aplicado inicialmente em carros esportivos, o motor turbo, hoje, é item comum. Como esse recurso, é possível reduzir a capacidade cúbica do bloco – e, consequentemente, minimizar consumo e emissões -, e ainda ganhar desempenho. Alguns consumidores ainda torcem o nariz para essa tendência, chamada de downsizing, mas ela é universal.
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Quem dirige carros com motor turbo logo costuma notar a diferença: o veículo responde bem em todas as faixas de rotação, devido à ótima distribuição de torque. Em determinados modelos, os ganhos em desempenho e consumo são ainda mais expressivos. E o listão de hoje é exatamente sobre eles: listamos 10 automóveis que melhoraram muito com a adoção do turbocompressor.
A relação inclui apenas carros que trocaram um motor aspirado por um turbo sem mudança de geração. Isso, porque a ideia é focar unicamente nos benefícios da tecnologia de sobrealimentação: quando um veículo é totalmente reprojetado, toda a dirigibilidade é alterada. Assim, fica impossível atribuir os ganhos unicamente à mecânica. Explicados os critérios, confira o listão!
Em desempenho, a Fiat Toro subiu de patamar na linha 2022, graças ao inédito motor T270, um 1.3 turboflex da família FireFly. Enquanto o novo propulsor desenvolve 180 cv de potência com gasolina e 185 cv com etanol, a antiga versão 1.8 não passa de 135 cv com o primeiro combustível e de 139 cv com o segundo.
O torque deu um salto ainda maior: foi de 18,76 kgfm com gasolina e de 19,27 kgfm com etanol para 27,5 kgfm com ambos os combustíveis. E o melhor é que a força máxima passou a ser entregue a apenas 1.750 rpm; antes, o valor total surgia a apenas 3.750 rpm. Segundo o fabricante, a Toro turboflex atinge a velocidade máxima de 202 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos.
Após o lançamento da linha 2022, a Toro recebeu justas críticas devido ao consumo, que pouco se alterou. Mas o caso é que obter desempenho bem melhor sem aumentar o consumo já é um feito. Trata-se de motivo mais que suficiente para colocar a picape no rol dos carros que melhoraram bastante com a chegada do motor turbo.
Segundo dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE) do Inmetro, com etanol no tanque, as médias na cidade melhoraram discretamente, de 6,3 km/l para 6,5 km/l, enquanto, na estrada, mantiveram-se e 8 km/l. Já com gasolina, houve melhora no ciclo urbano, de 9 km/l para 9,4 km/l, e piora no rodoviário, de 11,1 km/l para 10,8 km/l.
O Jeep Compass 2.0 flex não era lerdo como a “irmã” Fiat Toro 1.8 flex. Afinal, o SUV tinha motor mais forte: o propulsor da família Tigershark rendia 166 cv de potência e 20,5 kgfm de torque com etanol. Já com gasolina, os números iam para 159 cv e 19,9 kgfm. Ademais, o SUV pesa cerca de 100 kg a menos que a picape.
Ainda assim, o Compass ficou melhor na linha 2022, com o 1.3 FireFly. Vale lembrar que os dois carros compartilham o mesmo motor turbo do grupo Stellantis: são 180 cv com gasolina, 185 cv com etanol e 27,5 kgfm com ambos a 1.750 rpm.
E o melhor é que, ao contrário do que ocorreu com a Toro, o Compass ficou bem mais econômico com o novo motor, em todas as circunstâncias. Com etanol, o consumo na cidade melhorou de 6,1 km/l para 7,4 km/l, enquanto, na estrada, foi de 7,5 km/l para 8,7 km/l. Com gasolina, os números baixaram de 8,8 km/l para 10,5 km/l, no ciclo urbano, e de 10,8 km/l para 12,1 km/l, no rodoviário.
Outro dos carros que mudaram da água para o vinho com a chegada do motor turbo é o Renault Captur. A novidade da linha 2022 é justamente uma unidade 1.3 de quatro cilindros, capaz de entregar 170 cv com etanol, 162 cv com gasolina e 27,5 kgfm de torque com ambos os combustíveis, a apenas 1.600 rpm.
A diferença é abissal em relação ao 1.6 de aspiração natural que equipava o SUV anteriormente. O antigo motor rendia 120 cv com o combustível vegetal e 118 cv com o derivado da cana, enquanto o torque ficava em 16,2 kgfm a 4.000 rpm.
O propulsor 1.6 leva muito bem veículos mais leves, mas não o Captur, que beira os 1.300 kg de peso. Isso, porém, é coisa do passado: segundo a Renault, o motor novo faz o Captur acelerar 0 a 100 km/h em 9,2 segundos; com o motor 1.6, eram 13,1 segundos.
E, para coroar os avanços, o consumo também melhorou discretamente: com etanol, foi para 7,5 km/l na cidade e para 8,3 km/l na estrada, ante 7,2 km/l e 8,1 km/l, respectivamente, do modelo anterior. Com gasolina, o cenário é ainda mais favorável, com 11,1 km/l no ciclo urbano e 12 km/l no rodoviário, enquanto o 1.6 fazia 10,5 km/l e 11,7 km/l, na ordem.
Não, a foto acima não está errada: é que o texto refere-se à antiga geração Chevrolet Tracker mesmo. Isso, porque a atual safra já nasceu com motores turbo em todas as versões e foi completamente reprojetada, com direito até a plataforma nova. Portanto, fica difícil mensurar os ganhos do sistema de sobrealimentação por si só.
Por outro lado, no antigo Tracker, os ganhos proporcionados por essa tecnologia são evidentes. O motor 1.4 turbo que até hoje equipa outros carros da Chevrolet – no caso, os da linha Cruze – rende 153 cv e 24,5 kgfm com etanol, além de 150 cv e 24 kgfm com gasolina.
O ganho de potência é discreto em relação ao 1.8 de aspiração natural que equipava o SUV anteriormente: ele desenvolvia 144 cv com etanol e 140 cv com gasolina. Contudo, o ganho em torque é expressivo, pois o antigo motor entregava 18,9 kgfm com o derivado da cana e 17,8 kgfm com o formulado do petróleo. O “detalhe” é que essa força chega a 3.800 rpm, enquanto no 1.4 turbo o valor máximo, além de maior, está disponível a 2.000 rpm.
Interessado na antiga geração do Tracker? Então assista à avaliação do modelo em vídeo!
Em desempenho, os números se traduzem em uma aceleração de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos com o motor 1.4 turbo: são exatos 2 segundos a menos que o modelo equipado com o antigo 1.8, de acordo com a própria Chevrolet.
E no consumo? Nesse caso, não é possível tomar como referência os números do PBE, uma vez que o Tracker 1.8 não participava do programa. O SUV só passou a integrar a base de dados após a chegada do motor 1.4 turbo: as médias dele são de 7,3 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada, com etanol, além de 10,6 km/l e de 11,7 km/l nos mesmos tipos de trajeto, com gasolina.
A situação do Jetta é semelhante à do Tracker: assim como o SUV da Chevrolet, o sedã da Volkswagen incluído no listão é o da geração passada. O modelo oferecia inicialmente, nas versões de entrada, um ultrapassado motor 2.0 de aspiração natural, que desenvolvia apenas 116 cv com gasolina e 120 cv com etanol, além de 17,7 kgfm de torque com o primeiro combustível e de 18,4 com o segundo.
Assim, o modelo deu um salto quando o velho 2.0 deu lugar ao 1.4 turbo que equipa diversos outros carros da Volkswagen. Com 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque com qualquer combustível, o motor sobrealimentado deu a verve que faltava ao Jetta.
Os índices de consumo de combustível, segundo o PBE, também melhoraram bastante. O Jetta 2.0 não passou de 6,1 km/l na cidade e 7,8 km/l na estrada, com etanol, e de 8,8 km/l e de 10,8 km/l, nos mesmos ciclos, com gasolina. Por sua vez, com o motor 1.4 turbo, o sedã atingiu 11,3 km/l no ciclo urbano e 13,9 km/l no rodoviário, mas com um porém: unicamente com o combustível fóssil, pois, na época, esse propulsor não era flex.
O Volkswagen up! entrou como bônus porque, ao contrário dos outros carros do listão, ele não recebeu motor turbo em substituição a um similar aspirado. Pelo contrário: o modelo teve, paralelamente, duas opções de propulsor 1.0, com ou sem sobrealimentação. Mas a unidade mais potente se tornou a preferida dos consumidores e era a única oferecida quando o hatch saiu de linha, no último mês de abril.
O motor turbo, chamado de 170 TSI, tinha, claro, muito mais disposição: entregava 101 cv com gasolina e 104 cv com etanol, enquanto o torque era de 16,8 kgfm com ambos os combustíveis. A opção menos potente 1.0 MPI entregava 82 cv e 10,4 kgfm com o derivado da cana, ou 75 cv e 9,7 kgfm com o subproduto do petróleo.
Como o up! é bem leve, com pouco mais que 900 kg, o motor 1.0 turbo proporciona desempenho de gente grande: a Volkswagen informa 9,1 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h e 184 km/h de velocidade máxima.
Até quando o assunto é consumo, o 170 TSI permanece em vantagem. O PBE indica médias de 9,6 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada, com etanol, e de 13,8 km/l e 16,1 km/l nas mesmas situações, respectivamente, com gasolina. Não que o 1.0 MPI seja beberrão, mas cravou médias piores 9,5 km/l no percurso urbano 10,4 km/l no rodoviário, com o combustível vegetal, e 13,7 km/l e 14,7 km/l, na ordem, com o derivado do petróleo.
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O álcool não é derivado da cana porque não é um processo de craqueamento, é um processo de fermentação e destilação. Também não entendo como o Boris tenha deixado passar semelhante bobagem.
Capacidade cúbica do bloco não, pelo amor de algum deus da mecânica. Deslocamento, pkor favor. Com o mesmo bloco podem-se fazer motores com muito diferentes deslocamentos. Muito me admira que o Boris tenha deixado passar uma besteira dessas.
O turbo no Jetta 1.4 com 25,5 de torque é fantástico! Sugerem que, com o passar do tempo, a manutenção torna-se ainda mais cara. Que pena que a montadora preferiu o tal de Taos ao belíssimo, porém discreto sedã médio. E parece um caminho sem volta, a considerar que o 2.0 não terei acesso nem em outro encarnação, se houvesse., e a modinha dos SUVs altnhos que não passa …
Pois é, eu não trocaria NUNCA nosso sedã médio por compactos populares altinho, chamados erroneamente de SUV… quem tem família sabe que um bom sedã médio tem porta malas espaçoso, conforto para os passageiros que vão atrás e estabilidade nas curvas… SUV de verdade é SW4, TraillBlazer,Everest,PajeroFull e etc… como o brasileiro compra pelo gosto da mídia e não de acordo com a razão… é velho ditado: onde a vaca vai o boi vai atrás…
Concordo plenamente