Esses 5 carros fracassaram devido à demora das montadoras

Falta de agilidade dos fabricantes fez com que as vendas desses modelos não decolassem: a maioria teve vida curta no mercado

chevrolet vectra gsi lateral em movimento 1
Vectra de primeira geração chegou com atraso de 5 anos (Foto: Chevrolet | Divulgação)
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 15/05/2022 às 08h01
Atualizado em 11/08/2022 às 16h25

É comum que os lançamentos de carros no Brasil ocorram pouco depois que nos chamados mercados desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa: em geral, essa defasagem é de pelo menos um ou dois anos. Entre outros fatores, isso ocorre porque os veículos precisam passar por um processo de “tropicalização”, que visa adaptar o projeto às condições de rodagem locais. Essas modificações quase sempre envolvem os sistemas de suspensão e de arrefecimento, por exemplo. Porém, às vezes os novos produtos acabam chegando tarde demais.

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O projeto de um veículo pode atrasar por diferentes motivos, como problemas inesperados de engenharia, falta de capacidade industrial ou simplesmente demora na tomada de uma decisão comercial. O caso é que essa morosidade pode ser fatal para determinados produtos, que acabam chegando já defasados, ou então após a renovação dos concorrentes.

5 carros cujos lançamentos demoraram demais

O AutoPapo enumerou 5 carros cujos lançamentos ocorreram tarde demais no Brasil. Nenhum deles fez grande sucesso: talvez a história tivesse sido diferente se eles tivessem chegado ao mercado mais cedo. Seja lá como for, confira o listão!

1. Renault Oroch

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Oroch permaneceu muito pouco tempo sem concorrência direta

Até que a Renault não demorou muito para trazer o Duster ao Brasil:  o lançamento global data de novembro de 2009, enquanto a estreia no mercado local ocorreu em outubro de 2011. Só que o fabricante tardou para desenvolver a configuração picape, que só veio quase 4 anos depois do SUV, em setembro de 2015. É verdade que, ainda assim, a Oroch foi a pioneira do segmento das ditas “caminhonetes intermediárias”, entre as compactas e as grandes.

O problema é que a Renault não tinha tradição com esse tipo de veículo e, para piorar, a Fiat lançou a Toro, concorrente direta, apenas 5 meses depois, em fevereiro de 2016. O resultado é que o modelo da marca italiana logo dominou a categoria, enquanto a picape da fabricante francesa nunca despontou em vendas. Se tivesse chegado pelo menos 1 ano antes, a caminhonete da Renault poderia ter se consolidado no mercado antes da estreia da rival.

Já dirigimos a Renault Oroch 2023: assista ao vídeo!

2. Kia Rio

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História do Kia Rio no Brasil é digna de roteiro de novela

O Rio tem presença obrigatória em listas de carros cujos lançamentos atrasaram demais. A Kia passou anos prometendo trazer o hatch: chegou o confirmar a importação em 2016, no Salão do Automóvel de São Paulo. Não por coincidência, foi justamente naquele ano que o modelo começou a ser produzido no México, de onde poderia entrar no Brasil com isenção fiscal. Só que o tempo foi passando e… nada!

O desembarque do Rio acabou acontecendo somente em 2020, em um momento mais que desfavorável. É que, naquele ano, o mercado brasileiro já sofria com a desvalorização do Real e com a retração do segmento de hatches compactos. Não deu outra: as vendas ficaram abaixo das expectativas, e a Kia deixou de importar o modelo já em 2021. No total, apenas 540 unidades foram emplacadas no país.

3. Chevrolet Vectra (primeira geração)

chevrolet vectra a cd azul de frente
Primeiro Vectra teve vendas tímidas

Antes que os fãs do Vectra venham atirar pedras na reportagem, cabe deixar bem claro: a menção aqui é somente para a primeira geração, conhecida globalmente como “A”. As duas safras seguintes venderam muito bem e permaneceram à venda por bastante tempo. Porém, esse não foi o caso modelo primogênito, que durou menos de 3 anos no mercado brasileiro. E isso se deve à demora da Chevrolet em nacionalizá-lo.

A estreia ocorreu em setembro de 1993, nada menos que 5 anos depois do lançamento na Europa, que data de outubro de 1988. Para completar, o sedan ainda sofreu com a concorrência interna do antecessor  Monza, que tinha preços mais baixos e ainda vendia muito bem, e também com a avalanche de modelos importados que atingiu o país naquele ano. Na prática, o Vectra A foi sucesso de crítica, mas não de público. Pelo menos a Chevrolet não repetiu o erro com a segunda geração, que chegou apenas 7 meses após a apresentação global.

4. Fiat Brava

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Brava acabou ofuscado por concorrentes mais jovens

A história da Fiat no Brasil inclui lançamentos de carros que criaram categorias e estrearam novas tecnologias. Contudo, a empresa tardou demais a trazer o Brava ao país: o modelo só chegou em setembro de 1999, com uma defasagem de quase 4 anos em relação ao similar europeu, que já havia vindo ao mundo em dezembro de 1995. Para piorar, àquela altura, o fabricante estava fora do segmento de hatches médios há mais de dois anos, desde a extinção do Tipo.

No fim das contas, o Brava nacional enfrentou uma situação mercadológica radicalmente oposta à ocorrida no velho continente: por lá, ele chegou antes da concorrência e somou bons números de vendas; entretanto, por aqui, acabou desembarcando depois que a Volkswagen e a Chevrolet já haviam renovado o Golf e o Astra, respectivamente. Coincidência ou não, os dois rivais dominaram o segmento por mais de uma década, enquanto o hatch médio da Fiat saiu de cena já em 2003.

5. Ford Verona

ford verona glx duas portas de frente
Ford demorou 6 anos para lançar o sedan baseado no Escort

O caso do Verona é, de certo modo, parecido com o da Oroch: ambos derivam de carros que já existiam no mercado, mas os respectivos lançamentos só ocorreram muitos anos depois. O modelo da Ford, em particular, chegou ao mercado em novembro 1989, enquanto o Escort, que serviu de base para o projeto, já circulava pelas ruas do país desde julho 1983. Assim, houve uma longa lacuna de 6 anos entre os dois produtos da linha.

Uma das principais causas para tamanha demora foi, possivelmente, a criação da AutoLatina em 1987. Mas, conforme revelou a AutoEsporte, o desenvolvimento ainda sofreu atrasos devido a problemas estruturais na carroceria, que era exclusiva para o Brasil. O golpe de misericórdia foi a abertura do mercado às importações, que forçou a Ford a lançar a nova gama Escort em 1993. Por sua vez, o Ford Verona de primeira geração saiu de cena precocemente em 1992 junto com o Apollo, um clone da Volkswagen.

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5 Comentários
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Rodrigo MARTINIANO 19 de maio de 2022

Por gentileza,
Permitam-me uma leve ponderação, o ‘Fordwagen’ APOLLO era (é) um “clone” da Ford, especificamente um “clone” do Ford VERONA, e um produto da atrapalhada AUTOLATINA.
O APOLLO nunca foi um “clone” da Volkswagen, simplesmente se utilizou da logomarca VW, igual aos infelizes LOGUS e POINTER, desigual dos derivados do SANTANA e da QUANTUM, a saber, VERSAILLES e ROYALE.
Notar que a versão Ghia do VERSAILLES era (é) superior à versão GLS do SANTANA.
Na VW o APOLLO simplesmente nada poderia “clonar”.
. . . . .

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Wilson 17 de maio de 2022

Sem falar da primeira geração do Astra aqui, deveriam ter trazido a versão esportiva para substituir o Kadett GSi, pisaram na bola !!!!!

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Ricardo Pinto 16 de maio de 2022

Vectra A nunca foi o foco da GM para ser nacionalizado, ele foi o tampão entre o Fim do Monza e a entrada do Vectra B… Precisavam ganhar tempo para montar a linha de montagem do B aqui então, neste meio tempo montaram o A por 2 anos e meio… Ate o B poder ser fabricado e montado aqui… Assunto controverso com diversas versões na web… MAs que foi pisada de bola da GM em demorar para trazer o A aqui foi afinal de contas ele ja estava na Europa desde 88

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Fabio 15 de maio de 2022

Hoje, quando há demora para trazer algum modelo, fica claro que o problema é ter que trazer todo o ferramental pra produção, já depreciado, pelo preço de novo. Se quisessem, poderiam importar enquanto não produzem aqui, mas mesmo assim, podem ser grandes os problemas de logística, etc.

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João Almeida 15 de maio de 2022

Todos nos sabemos que esse papo de tropicalização de veículos é papo furado. O que falta para o Brasil é prestígio mesmo, na Europa e América do Norte p, ainda somos considerados índios Latrino -Americanos. Portanto para os fabricantes de veículos mundiais, dois ou três anos de defasagem está de bom tamanho ?

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