Conheça as 5 fábricas de veículos que a Ford já fechou no Brasil
Multinacional exerceu atividades industriais no país entre 1921 e 2021: nesse período de 100 anos, operou diferentes fábricas
Multinacional exerceu atividades industriais no país entre 1921 e 2021: nesse período de 100 anos, operou diferentes fábricas
Na última semana, completaram-se dois meses desde que a Ford anunciou o fechamento das fábricas de Camaçari (BA) e de Taubaté (SP). A multinacional segue atuando no país apenas como importadora, sem produção local. É o fim de uma história centenária, uma vez que veículos da marca eram montados no país desde a década de 1920.
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O AutoPapo aproveita, então, para relembrar as 5 fábricas que a Ford operou no Brasil. Atualmente, elas pertencem ao passado: é uma história que se entrelaça à da própria indústria automobilística nacional, bruscamente encerrada no dia 11 de janeiro de 2021. Confira o listão!
A trajetória da Ford no Brasil começa oficialmente em 1919, com a inauguração de um galpão na rua Florêncio de Abreu, no centro de São Paulo. Naquele mesmo ano, a multinacional assumiu as operações no país: veículos da marca já rodavam por aqui desde 1904, mas as importações ocorriam por iniciativa de representantes.
Nos anos seguintes, a Ford mudou duas vezes de endereço: primeiro, instalou-se na Praça da República e, por fim, na rua Sólon, no Bom Retiro. Foi ali que a multinacional construiu sua primeira fábrica propriamente dita no Brasil, com uma linha de montagem estruturada. A inauguração ocorreu em 1921.
A unidade paulistana empregava, inicialmente, 124 trabalhadores e tinha capacidade para montar 4.700 automóveis e 360 tratores por ano. Contudo, todas as peças vinham de fora: os operários apenas finalizavam os veículos, em um regime conhecido como CKD (Completely Knocked Down). De lá, saía o icônico Ford Modelo T, posteriormente substituído pelo Modelo A.
Ao contrário do que aconteceu nas fábricas de Camaçari (BA) e de Taubaté (SP), o que decretou o fechamento da planta do Bom Retiro foi um ato expansionista da Ford: a multinacional simplesmente a substituiu por uma unidade maior (que é a próxima do listão). Assim, a primeira sede industrial da empresa fechou as portas na década de 1950. O imóvel ainda está de pé, mas já não abriga atividades do setor automotivo.
A segunda e, até então, maior das fábricas da Ford no Brasil entrou em operação em 1953. A estrutura incluía uma área de 200 mil metros quadrados e cerca de 2.500 empregados. Embora estivesse situada no bairro vizinho de Vila Prudente, o complexo ficou conhecido como “do Ipiranga”.
Inicialmente, a unidade também operava em esquema CKD, mas isso durou pouco. Em 1957, saía da fábrica do Ipiranga aquele que, de fato, foi o primeiro Ford brasileiro: um caminhão F-600. A unidade logo passou a fornecer também o modelo F-350 e a picape F-100. E, em 1967, começou a produzir o Galaxie, pioneiro entre os carros de passeio nacionais da marca.
O complexo do Ipiranga permaneceu em atividade até o ano 2000, quando produzia unicamente caminhões Ford. Com a construção da fábrica de Camaçari (BA), a Ford transferiu a manufatura de veículos pesados para São Bernardo do Campo (SP). Posteriormente, ocorreu a demolição dos prédios: parte do terreno abriga atualmente um shopping center.
Uma das mais tradicionais fábricas de carros do Brasil não surgiu por iniciativa da Ford, e sim da Willys Overland. A unidade do Taboão, em São Bernardo do Campo (SP), iniciou as atividades em 1954, montando o utilitário Jeep. A linha cresceu rapidamente com a inclusão do sedã Aero, do compacto Gordini e da familiar Rural, entre outros.
Em 1967, a Ford adquiriu todas as operações da Willys Overland no Brasil, inclusive a fábrica no ABC paulista. No complexo, a empresa produziu seu primeiro best-seller no país: o Corcel. Vários outros produtos de sucesso da marca, como o Escort e as primeiras gerações de Ka e Fiesta, são originários de São Bernardo do Campo.
A unidade no ABC produziu até veículos Volkswagen, como Apollo, Logus e Pointer. Isso ocorreu durante a Auto Latina, que durou de 1987 e 1996. Nos últimos tempos, a fábrica manufaturava a última geração do Fiesta e a gama de caminhões Ford, cujas linhas de montagem vieram transferidas do Ipiranga. Com o fechamento da planta, em 2019, esses veículos saíram de linha.
O fim das atividades industriais em São Bernardo do Campo resultou na demissão de aproximadamente 1.350 trabalhadores. Atualmente, os imóveis pertencem a uma construtora, mas seguem desocupados. Neste mês, operários iniciaram a retirada de letreiros e e placas de identificação da Ford do local.
Ao contrário das demais fábricas enumeradas aqui, a unidade da Ford em Taubaté não produzia automóveis, e sim motores e transmissões. Mas como esses conjuntos são vitais para os veículos, é merecidíssimo citá-la no listão. Além do mais, a unidade operou por quase 50 anos.
A inauguração da fábrica da Ford em Taubaté ocorreu em 1974. A unidade logo fez história: o primeiro produto, o motor 2.3 de quatro cilindros que equipava originalmente o Maverick, foi exportado inclusive para os Estados Unidos. Moderno para os padrões da época, esse propulsor recebeu o codinome industrial LL23.
Nos últimos tempos, a Ford fabricava em Taubaté motores de três cilindros, além de transmissões, para as linhas Ka e EcoSport. A planta ainda está exercendo algumas atividades, mas o fechamento ocorrerá até meados deste ano.
A mais moderna das fábricas que a Ford mantinha no Brasil não escapou do destino das demais. A planta de Camaçari operou por cerca de 20 anos, mas ainda assim entrou para a história: afinal, foi a primeira de grande volume industrial do setor automotivo construída na Região Nordeste.
A inauguração da unidade baiana ocorreu em 2001. Inicialmente a Ford produzia em Camaçari o Fiesta, com carrocerias hatch e sedã. Em 2003, a unidade começou a fornecer o EcoSport, que teve grande aceitação no mercado. Por fim, em 2014, a planta começou a fabricar a última geração do Ka, também nas configurações hatch e sedã.
Assim como ocorre em Taubaté, a fábrica da Ford em Camaçari ainda está parcialmente em operação. Porém, a suspensão total dos trabalhos deve ocorrer dentro de alguns meses. O fim da produção de veículos da marca no país resultará na extinção de aproximadamente 5.000 postos diretos de trabalho. O governo da Bahia busca compradores para o complexo.
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A Troller pertence à Ford desde 2007. Quando anunciou o fechamento das fábricas de Camaçari e de Taubaté, a Ford informou que a unidade industrial da Troller, localizada em Horizonte (CE) continuará operando até o quarto trimestre de 2021. Até lá, é possível que a planta seja vendida, o que garantiria o futuro das atividades.
Pesam a favor dessa possibilidade o fato de a Troller ser uma marca independente e já consolidada no mercado off-road. Além do mais, a fábrica de Horizonte é pequena em relação às de Camaçari e de Taubaté: tem 21.736 metros quadrados de área construída e emprega 470 funcionários. Assim, sua aquisição demandaria investimentos mais baixos.
O governo do Ceará já anunciou que está em busca de compradores para a Troller. Todavia, até o momento, nenhum negócio concreto ocorreu. Pesa negativamente a crise que vem afetando o mercado automotivo. Resta esperar para saber se a unidade de Horizonte terá o mesmo destino das demais fábricas da Ford.
Fotos: Divulgação
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A despedida da Ford em São bernardo do campo, Taboão deixou aqueles funcionários arrogantes,chefes metidos a besta desapontados, decepcionados, nunca imaginaram ficar desempregados, ser abandonado pela mãe Ford, agora chupa que a cama é doce bando de preconceituosos aos terceirizados.
O maior erro da Ford foi ter permanecido com aquela mesma mentalidade da época do Modelo T, e se acomodado a cada golpe de sorte que teve. Daí ficou com muita inércia quando precisava reagir a alguma mudança no mercado brasileiro.
Brasil não e um país. Para empresa alguma economicamente e um desastre impostos ridículos taxas abusivas quem consegue ficar aqui de portas abertas são guerreiros parabéns para Ford que por tanto tempo permaneceu nesse campo de batalha valeu Ford obrigado pela sua tecnologia
B O I C O T E a tudo que é da Ford
O país vai de mal a pior…o carro popular já não existe mais. Com as normas de airbag, freios ABS, luzes diurnas, e outras exigências deixaram os carros muito caros para a família. Exigências que custam caro e acompanhadas de todos os impostos que temos.
Só vive as custas do governo da incentivo fiscal de 30 anos acabou fecha
Tbem tinha uma Philco Ford no Tatuapé em S.Paulo e Ford tratores em Curitiba que hoje e New Holand.
Sou Ex funcionário Ford Ipiranga e Taboão S B do Campo
Para completar integralmente a história, séria Importante salientar que Fora estas fábricas fechadas ainda tem mais outras, como as duas de latex para pneus na Amazônia (Fordilandia e depois Belterra), a Motorcraft de fundição de peças em Osasco/SP, e as duas de auto-rádios (FIC Ford industria e comércio depois philco-ford) sendo uma em Guarulhos/SP e a outra em Manaus/AM que foram vendidas, restando agora somente o prédio administrativo na zona sul de SP(Vila Olímpia) e a pista de provas no Interior de SP(Tatuí).
Uma curva na fábrica do Ipiranga se fazia também tratores.
A Ford abandonou o Brasil? Trocou o Brasil pela Argentina e Uruguai? #FordNuncaMais! Simples assim não compre Ford que é fod.
A Ford não acompanhou o ritmo de evolução das outras marcas.Fica fora da competição. Não tem alternativas se não . A de fechar suas atividades
Quer mais que a courier. Ficou pra traz no modelo. Não fabricou mais nenhum.
Lembra da FNM única fábrica totalmente nacional. Foi vendida para a FIAT e extinta é a concorrência desleal.quem paga é o trabalhador e e seus familiares lembra da COSIPA ?
Talvez um insentivo maior por parte dos politicos más quem garante uma volta dessa gigante Ford com novas tecnologia olhando para o presente em futuro proximo.
EUA,pátria da administração…Ford marca da demissão…
Para evitar uma parada da TROLLER, o Governo do Ceará poderia assumir a a fábrica até aparecer um comprador, preferencialmente uma empresa brasileira.
Só vai ter oferta de carros caros, SUV, utilitários, bicicleta, moto e veículo usado. O oposto do sonho de Henry Ford, por isso a família Ford quer estar fora do Brasil não quer participar desse genocídio e destruição de uma Nação chamada Brasil com a participação da Diretoria da Ford Brasil que se envolveu com PSDB,com explícito apoio ao golpe dos políticos corruptos para empossar Michel Temer,o cone do Mercado Financeiro,e ativo de serviços de Segurança dos EUA
É ser muito cego prá escrever um monte de asneiras, como se entendesse de alguma coisa ligada a indústria automotiva.
Henry Ford vai ressuscitar e voltar aqui para te conhecer!
Tudo e um questão denecios, se não tem lucro se fecha e acaba tudo inclusive o emprego,.,.Mas não e disse que eu queria fala ,. que eu quero dizer e que o Brasil não tem neuma fabrica de carros nacional , igual a troller que nem e mais nacional,nada no Brazil tem insentivo para ser 100% nacional
Não há como negar o peso das medidas adotadas pela empresa no cenario atual..
Mas não podemos esquecer quanto colaborou com nosso país e nosso povo nestes 100 anos de atuação.
Meu pai foi funcionário da FORD entre 1949 a 1978, com muito orgulho ele se referia ao trabalho.
As condições que a empresa concedia permitiram criar uma vida digna de muitas familias como a minha.
Temos criticas ao que está acontecendo e gratidão ao que antecedeu !!
JOSÉ RUBENS PARABÉNS PARA SEU PAI QUE EM TODOS ESSES ANOS TRABALHOU COM AMOR AO EMPREGO E COMO ELE TE DISSE CRIOU A FAMÍLIA, MEU CUNHADO DESDE O SENAI, FUNCIONÁRIO E AGORA TERCEIRIZADO DEVE FAZER UNS 40 ANOS DE FORD E NUNCA MAL DISSE, MAS ME EXPLIQUE COMO DE 1.800 FUNCIONÁRIOS ELA TINHA 2.000 PROCESSOS TRABALHISTAS NA FÁBRICA DE CAMIÕES?
Parabéns Rubens!
Você soube reconhecer o que foi bom e ruim nessa passagem de mais uma multinacional pelo país.
A Ford infelizmente não ergueu a cabeça com relação ao futuro.
Foi excessivamente conservadora e sua tecnologia ficou obsoleta.
Os carros elétricos estão ai para provar isso! Abraços!
Isso realmente é uma pena
Observa-se q os comentários são úteis e bem embasados. Eu tinha curiosidade sobre a fábrica do Ipiranga. Agora esclareci. A Ford está se tornando especialista em destruir. Depois de engajarem o Gov do RS, Agora estão saindo da Bahia. A Ford parece aquela criança q os pais chamam a atenção: olho maior do q a barriga. Agora não se recupera mais. Vá vender suas lata em cacimbinhas.
A Ford cometeu vários erros por aqui. Mas isso todos cometem e se recuperam. A Ford não faliu ou simplesmente deixou de produzir automóveis; ela saiu do Brasil, acredito, por causa da carga tributária que existe por aqui ( cerca de 45% do valor do automóvel são impostos). Enquanto seus concorrentes eram Chevrolet e Volkswagem, ela dominava o mercado. Quando a concorrência aumentou, o lucro diminuiu. Produzirá em países com menos corrupção e ladrões no poder.
Eu tenho interesse nesta planta da Troller.
TINHA UMA FABRICA DE FUNDIÇÃO EM OSASCO QUE ERA WILLYS E HOJE UM GALPÃO ACHO. OUTRA EM JABOATÃO – PE ONDE MONTAVA RURAL E CAMIONETA F-75.
Bem lembrado, Oscar. Eu me recordava vagamente de “Ford Nordeste (Jaboatão)” mas você foi mais preciso e certeiro.
A de fundição de peças em Osasco/SP ficava também a marca de peças Originais Ford (Motorcraft), fora estas tinha as duas de auto rádio e partes
de acabamento, uma em Guarulhos outra em Manaus, e as de látex para pneus na Amazônia, no início em Fordilandia e depois transferida para Belterra
Na atual conjuntura, acredito ser difícil alguém ter interesse pela fábrica de Horizonte (CE).
Acredito que a Troller será adquirida por algum empresário do setor. Essa crise mundial cria dúvida quanto a investir, mas haverá de passar e, aí tudo se acomoda e vida que segue
A família Ford quer estar fora do Brasil porque não quer participar desse genocídio e destruição de uma Nação chamada Brasil com a participação da Diretoria da Ford Brasil,que se envolveu com PSDB com explícito apoio ao golpe dos políticos corruptos para empossar Michel Temer, o cone do Mercado Financeiro, e ativo de serviços de Segurança dos EUA.
O troller vendia mais qdo o primeiro projeto, ñ sei se por parecer mais com o lendário JEEP ou se era mais barato ou se era os acessórios de vários modelos e marcas na junção das marcas se tornaria mais barato para mantê-lo