7 mentiras sobre carros elétricos
No 1º de abril, o Dia da Mentira, confira os principais mitos que ainda cercam os veículos movidos puramente a bateria
No 1º de abril, o Dia da Mentira, confira os principais mitos que ainda cercam os veículos movidos puramente a bateria
Dizem que o futuro é o veículo elétrico (VE). Realmente, os automóveis movidos a bateria desempenham um papel importante no caminho em busca da mobilidade do futuro. Mas achar que ele é a salvação e única saída é só alguma das mentiras sobre carros elétricos que já te contaram.
AutoPapo selecionou alguns mitos e lendas que ainda rodeiam os VEs. Manutenção, recarga, bateria e a chamada “pegada verde”. Todos os aspectos que envolvem os carros elétricos e suas mentiras.
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Falar que o conjunto de um carro elétrico é mais complexo é uma das grandes mentiras que envolvem o tema. Pelo contrário. Nesse tipo de veículo não existem correias, velas de ignição ou bombas de óleo e de combustível.
O motor elétrico tem, sim, rolamentos, porém é muito mais compacto e leve, e usa bem menos peças que um propulsor de combustão. A transmissão – em geral, uma caixa de redução com duas marchas – só demanda atenção ao fluido.
A propósito, outra das mentiras em relação ao carro elétrico é dizer que ele não usa lubrificantes. Tire dessa conta só o óleo do motor. Câmbio, sistema de resfriamento das baterias e freios demandam fluidos específicos.
Deveria, às vezes nem é, mas um dia ainda vai ser. Isso porque no Brasil a quantidade de carros elétricos ainda é pequena e a mão de obra qualificada ainda é tímida. Normalmente se fica refém da concessionária – existem poucas oficinas independentes especializadas – , que ainda precisa de maquinário específico e funcionários em constante treinamento.
Como base de comparação, as três primeiras revisões com preço fixo do Renault Kwid com motor flex custam um total de R$ 1.685. Na variante E-Tech do mesmo subcompacto, as mesmas visitas vão somar R$ 2.557.
Falar que carro elétrico dá choque é uma das mais famosas mentiras. O sistema de baterias e do conjunto como um todo é muito bem vedado e não há qualquer chance de dar choque ou de ter fuga de corrente. O mesmo ocorre com os carregadores, soquetes e bocais de carregamento.
Também pode dirigir o veículo elétrico sem preocupações na chuva ou em trechos alagados. O próprio sistema do carro, se perceber alguma improvável infiltração de água, corta toda a corrente e o automóvel para de funcionar imediatamente.
Várias fabricantes importam seus carros aqui e alardeiam alcances de mais de 400 km, às vezes superiores a 500 km. Não chega a ser uma mentira, mas são números bem distantes da realidade dos carros elétricos para o Brasil.
Em geral, as marcas usam o padrão europeu WLTP, sigla para algo como “procedimento mundial de testes para veículos leves”. No Brasil, o Inmetro esfriou o ânimo das empresas e estabeleceu um padrão próprio, que leva em consideração condições de estradas, de temperatura e topografia do nosso país.
Continua a ser só uma referência, mas as autonomias aferidas pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE) tendem a ser mais realistas. E são, em média, 30% inferiores aos números europeus.
Não é preciso deixar a bateria chegar perto do zero para carregar o carro elétrico. Isso não vai melhorar o tempo de recarga nem a vida útil da bateria, pelo contrário. Especialistas dizem que o melhor é sempre manter o nível de carga entre 20% e 80%.
Isso tornou-se uma mentira recente acerca dos carros elétricos. A ofensiva de modelos chineses, principalmente da BYD e da GWM, deflagrou uma guerra de preços no mundo e no Brasil. Por aqui, o primeiro ato aconteceu com a chegada do BYD Dolphin, em 2023, com espaço de médio, maior autonomia e preço de SUV compacto.
Hoje, o carro elétrico mais barato do país, o Renault Kwid E-Tech, custa abaixo dos R$ 100 mil. Outros três veículos têm preços inferiores aos R$ 150 mil. Mesmo SUVs médios puramente elétricos e bem equipados saem por entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.
Se contarmos o rodar com o carro elétrico, aí é indiscutível: é um automóvel zero combustão, que nos seus trajetos não emite um poluente sequer. Porém, se considerarmos o que a indústria chama “do poço à roda”, ou do “poço ao túmulo”, chamar o carro elétrico de amigo do meio ambiente beira a mentira.
Vamos começar pelos insumos para fazer as baterias, geralmente lítio, cobalto e fosfato, minerais que causam um impacto ambiental já no processo de extração – tem gente cavucando o fundo do mar atrás de outras matérias-primas, e isso, obviamente, não tem como dar certo.
Tem mais. O processo de produção de um carro elétrico ainda tem muitas similaridades com o dos veículos a combustão, em termos de componentes e plataforma. O uso do chamado alumínio verde, por exemplo, é baixo, mesmo nas fábricas europeias.
Por fim, a matriz energética. Mas aí falaremos da Europa. Carro elétrico lá, na tomada, usa geralmente energia proveniente de termelétricas. Ou seja, queima-se carvão ou diesel para carregar a bateria do VE.
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Uma coisa que m preocupa é as lombadas assassinas das rodovias e dos bairros… teve uma que pegou o carro no meio do assoalho do meu Onix 1.4-L ano 2019. Se fosse um carro elétrico poderia ter estragado algum módulo de baterias.
Acho que o governo devia abolir as lombadas e substituir por lombadas eletrônicas.
Meu comentário ainda é sobre o carro de 3 cilindros e sua retifica é duração com o turbo. Muitos comentários contra inclusive sobre a garantia da fábrica. O que o sr. Boris pode falar sobre isso? Grato pela atenção. Abraços amigo.
Um dos pouco sites que fala da realidade do carro elétrico, e não uma fantasia de unicórnios. Carro elétrico não terá manutenção barata (apesar de mais espaçada) e não tem nada de ecológico. Parabéns Fernando.