Confira 7 ‘melhorias’, gambiarras e acessórios que depreciam o carro
7 coisas que as pessoas costumam colocar em seus veículos que podem causar problemas e desvalorizá-los na hora da revenda
7 coisas que as pessoas costumam colocar em seus veículos que podem causar problemas e desvalorizá-los na hora da revenda
Tem gente que não sossega com o automóvel. Pode ser zero ou seminovo, o dono dá um jeito de fazer uma modificação no carro. Mesmo que sejam melhorias em prol da segurança pessoal ou de economia, são mudanças que afetam a dirigibilidade, eficiência e até depreciam o carro.
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Veja agora alguns exemplos de “melhorias” que depreciam o carro.
O serviço tem como principal função a segurança do motorista e passageiros. Previne contra projéteis de arma de fogo de determinados calibres. Mas também implicam em outros aspectos do veículo.
Um carro blindado passa por uma modificação estrutural na carroceria, tem um aumento de peso, que pode chegar a até 250 kg adicionais. Em um SUV compacto, por exemplo, isso pode representar quase 20% do seu peso em ordem de marcha.
Por isso, o carro sofre mais desgastes do que para os quais foi projetado. Especialmente na parte de suspensão, freios e pneus. Em uma blindagem correta, vários outros itens de automóvel serão redimensionados. Mesmo assim, o veículo também terá sua dinâmica alterada.
“Devido ao peso extra, todo o conjunto trabalha de forma constante em uma condição muito mais severa, o que influencia no comportamento e na eficiência dos componentes”, diz Juliano Caretta, supervisor de treinamento técnico da Driv Tenneco, detentora da Monroe.
Só que veículos blindados precisam de manutenção da blindagem, algo que muitos donos não fazem – por exemplo, a cada 15 mil km é preciso realizar revisões dos vidros. E a blindagem, de uma maneira geral, tem uma vida útil de três a quatro anos.
É uma das melhorias que depreciam os carros. Não admira que carros blindados usados desvalorizem mais que seus pares sem a proteção. Há até serviços de reversão de blindagem, mas os orçamentos pedem mais de R$ 40 mil. E terá de ser feita toda a readaptação do veículo ao desblindar.
A remoldagem, recapagem e recauchutagem de pneus são daquelas economias porcas, que podem sair bem mais caras. Tais serviços vão implicar diretamente na dinâmica, dirigibilidade e estabilidade do automóvel, podem interferir no consumo de combustível e comprometem a segurança veicular.
A recauchutagem consiste em manter a carcaça de um pneu usado, mas com nova tira de borracha na banda de rodagem e nos ombros laterais. Já a recapagem, utiliza a mesma carcaça, mas aplica-se uma camada de borracha apenas na superfície de contato da peça. Uma prática muito comum em pneus de caminhão e ônibus.
Já o remoldado usa apenas a carcaça para fazer um novo pneu sem a obrigação de manter, (como na Europa), suas características originais. Ou seja, para que tipo de carro o pneu foi fabricado. E o mais gritante, a prática é certificada pelo Inmetro, por pressão das empresas que atuam neste ramo.
A pseudo-economia já se dá na durabilidade. Um pneu novo tem vida útil, em média, de 60 mil km. Com sorte, um pneu remoldado aguenta 40 mil km – perda de mais de 30% – e o recauchutado, nem 30 mil km – menos 50%.
Além disso, qualquer pessoa que for avaliar seu usado – seja lojista ou pessoa física – com pneu remold, ou vai por o preço lá embaixo ou vai fugir do negócio.
Cortar os elos das molas e mudar os amortecedores para deixar o carro rente ao chão faz a cabeça de muita gente. Em geral, esses procedimentos feitos sem critérios detonam o veículo. Mais baixo, o carro tende a raspar em rampas de garagem, ou ter alguma parte de baixo que bate ao passar por valetas ou quebra-molas.
O rebaixamento ainda afeta a dirigibilidade do carro e aumenta o consumo de combustível. Sem falar que os pneus podem raspar em partes das caixas de rodas quando o motorista esterçar o volante, o que é proibido por lei.
“Um veículo rebaixado não passou por testes de durabilidade e segurança. Tampouco há um padrão para os graus e medidas para a geometria do sistema de suspensão e dos amortecedores, que não foram projetados para esse fim” , ressalta Juliano Caretta.
Tem gente que tasca um LED ou uma luz azul no conjunto óptico do veículo e acha que está arrasando. Está arrasando, sim, com a vista dos pedestres e demais motoristas, já que muitas vezes o serviço é feito sem qualquer qualificação por parte do instalador e da “loja”. Ou seja: desregulado, incomoda a terceiros e não ilumina corretamente a via.
Além disso, desde 2021 é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) a troca de lâmpadas por peças de LEDs em veículos que não têm esse equipamento como componente original.
O botijão de gás adiciona uma carga extra ao carro, não tem jeito. Além disso, afeta a distribuição do peso pelo veículo – o kit e o cilindro ficam na traseira. Obviamente, pode ocorrer o desgaste acinturado de componentes instalados na traseira, como itens da suspensão e pneus.
O gás natural também pode tirar até 10% da potência original do motor. Lembre-se que os propulsores, em geral, não são projetados para aproveitar a combustão do GNV. Devido a todos estes fatores, é outra das melhorias que depreciam e desvalorizam o carro na hora da revenda.
Colocar aquela desgraça de pino bola só para proteger o para-choque do carro e machucar a canela dos pedestres é uma das “melhorias” que depreciam o carro. Isso se o dono instalar o engate na chapa inferior do veículo. Quando for puxar uma carretinha ou reboque, pode esgarçar o metal nos pontos de fixação – e até arrancar o para-choque.
A colocação desse engate fora das especificações também interfere no sensor de ré. E em uma eventual colisão traseira mais forte, a distribuição de forças para o qual o automóvel foi projetado será alterada.
Acessórios não homologados pela fabricante e instalados fora das concessionárias geralmente são melhorias que depreciam o carro. Desde uma famigerada calha de chuva até um sensor de ré, passando por centrais multimídias, defletores externos e aquele bendito reboque pino bola.
Lembre-se, ainda, que, conforme o acessório instalado, ele pode interferir na garantia de fábrica do veículo. Ainda mais quando falamos de equipamentos que mexem na parte elétrica do automóvel.
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Dentre todos os itens citados, o ÚNICO que eu faço questão de instalar é a calha de chuva, pois esta realmente é útil! O restante eu dispenso e mantenho o veículo o máximo original possível. Kit GNV nem em sonho eu quero essa bomba!
Depois da banalização do ar condicionado (graças a Deus) penso que não se faz mais necessária a calha de chuva, mas concordo que talvez esse acessório ainda tem sua função.