Airbags Takata fazem outra vítima no Brasil; GM não comenta falta de recall
Denatran investiga se modelo deveria ter sido chamado para troca do equipamento de segurança; Secretaria Nacional do Consumidor pede esclarecimentos
Denatran investiga se modelo deveria ter sido chamado para troca do equipamento de segurança; Secretaria Nacional do Consumidor pede esclarecimentos
A Polícia Civil do Sergipe confirmou a segunda morte causada por airbags Takata no Brasil. O condutor Plínio Lobato perdeu a vida em um acidente de trânsito no dia 20 de janeiro, em Aracaju, quando foi atingido por fragmentos metálicos projetados pelo equipamento de segurança.
Apesar do problema afetar mais de 3,5 milhões de veículos no país, o Chevrolet Celta 2013/2014 envolvido não tinha sido chamado para recall.
Em resposta ao AutoPapo, a General Motors (GM) afirmou, quatro dias após o anúncio, que não tem conhecimento do caso. “Estamos apurando. Não temos mais nada a comentar neste momento”, registrou a assessoria de imprensa da fabricante.
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O recall envolvendo os airbags Takata é o maior da história mundial. São mais de 100 milhões de bolsas de ar afetadas, 320 feridos e 30 mortes.
No Brasil, 14 montadoras já convocaram proprietários para substituírem o equipamento problemático. A primeira vítima fatal dos insufladores no país foi confirmada pela Honda em fevereiro.
Tratava-se do motorista de um Civic LXS 2008, veículo que tinha sido chamado em 2015 – mas não foi levado para reparo. O fato aconteceu no Rio de Janeiro.
A causa morte de Lobato, em janeiro, foi um corte no pescoço provocado por um fragmento metálico projetado após a ruptura anormal do airbag do volante.
De acordo com a delegada Daniela Lima, da Delegacia Especial de Delitos de Trânsito,
Foram ouvidas as testemunhas presentes no local. Todas relataram que a vítima tinha uma lesão no corpo e que existia uma diferença no funcionamento dos airbags: um havia insuflado e outro não.
Havia também um cheiro de queimado dentro do veículo e poucos danos externo. Então, em princípio, seria um acidente relativamente simples.
O inquérito do acidente – uma colisão traseira – mostra que Chevrolet Celta 2013/2014 estava a mais de 40 km/h. Durante a coletiva de imprensa, a delegada afirmou ainda que
A vítima tinha uma lesão na região do pescoço. Posteriormente, com os exames, o perito verificou que havia o rompimento de uma peça do airbag. Também foi feito um exame complementar na própria delegacia.
Da vítima, foi retirado um fragmento metálico e foi possível verificar que o fragmento fazia parte do airbag.
A Secretaria Nacional do Consumidor confirmou que o modelo em questão não foi chamado para recall e pediu esclarecimentos à GM.
A Coordenação-Geral de Segurança Viária do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), por sua vez, afirmou que vai investigar se o Celta deveria ter sido convocado para substituição do airbag Takata.
O defeito nos airbags está em um componente chamado deflagrador. A peça é um recipiente de metal que contém um químico gerador de gás.
O deflagrador é responsável pela expansão imediata da bolsa de ar que amortece o impacto contra os ocupantes em acidentes. A falha ocorre apenas em caso de colisão, quando o equipamento de segurança é ativado.
Em um acidente com redução brusca de velocidade, o deflagrador defeituoso explode, rompendo a bolsa de tecido e lançando estilhaços de metal, em alta velocidade, contra os ocupantes do carro.
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