Alagamento? 10 dicas essenciais para passar por ele com o seu carro
Verão traz chuvas fortes e as inevitáveis enchentes. Confira o que fazer para evitar que seu carro fique à deriva
Verão traz chuvas fortes e as inevitáveis enchentes. Confira o que fazer para evitar que seu carro fique à deriva
As fortes chuvas de verão estão impiedosas neste começo de 2022. Várias regiões do país, como áreas da Bahia e de Minas Gerais, vêm sendo castigadas por temporais e pelas consequentes alagamentos. Nos tristes registros que vemos pelas redes sociais e pela TV, volta e meia tem um carro arrastado pelas águas.
Muitas vezes, a enxurrada é tão forte que é inevitável. Mas em outras, os veículos são atingidos porque os motoristas insistiram em enfrentar determinado trecho alagado sem necessidade. Mas é preciso ter cuidados para encarar o alagamento e dar uma de Indiana Jones com o automóvel.
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O ideal é tentar encostar o carro em um local seguro ou mais altos. Calçadas, postos de combustível e meios de cruzamentos costumam ser os ideais. Mas nem sempre isso é possível – seja porque a água está subindo ou pela própria segurança do motorista e passageiros. Por isso, reunimos algumas dicas para atravessar aquela rua ou via alagada.
Fique atento ao nível da água e veja os carros que tentaram atravessar ou que estejam parados no alagamento. Se a enchente já tiver superado metade da altura da roda, nem se aventure.
Além disso, também não arrisque se o volume de água estiver como um rio corrente: o seu carro pode ser arrastado como em um rapel. Redobre a atenção em locais que você não esteja habituado a passar, com canais ou valas, já que o veículo pode ser “sugado” para um rio que esteja “escondido” pelas águas.
Não se importe de tem gente buzinando atrás. Antes de encarar o trecho alagado, preste atenção onde é a parte mais alta da via – geralmente, o centro da rua. Mais uma vez vale dar aquela checada no nível da água nas rodas dos carros que tentaram atravessar para evitar os trechos mais “fundos”.
Hora de encarar o trecho alagado, engate a primeira marcha e mantenha o pé no acelerador a uma velocidade contínua, de preferência com o ponteiro do conta-giros entre 2.800 e 3.000 rpm. Em carros automáticos, use marcha reduzida “L” ou segure a mais baixa possível nas mudanças sequenciais. Manter uma aceleração constante ajuda a evitar a entrada de água no escapamento.
Evite mudar de marchas durante a travessia e nada de virar o volante sem necessidade. Não é aconselhável, ainda, executar acelerações ou frenagens bruscas – isso pode criar marolas na parte alagada e esta “onda” pode atingir outros veículos ou bater em um muro, voltar e pegar o seu carro.
Seguir outro carro que “corta” caminho à frente serve para você encarar o trecho alagado com um menor nível de água. Porém, pode ser bom só até a página 13. Se ele parar no meio do alagamento, você terá de frear. E toda aquela água que ele abriu pode virar aquela marola sobre a qual falamos, que pode atingir o seu automóvel.
Outro ponto de atenção deve ser em relação a caminhões e ônibus. Se alguns desses veículos atravessar o alagamento ao lado do seu carro, há grande risco de a onda que eles vão formar na enchente pegar em cheio o seu veículo e até deslocar o automóvel.
Se o carro morreu no meio do alagamento, não tente fazer o motor pegar novamente. Muito provavelmente entrou água na câmara de combustão. A insistência em ligar o automóvel pode causar o calço hidráulico, que é quando a água trava o movimento do pistão dentro do cilindro e quebra, não só o pistão, como a biela e outros componentes do motor – que necessitará de uma retífica.
Nada de sair do carro depois de passar o trecho alegado para contemplar o rio que ficou para trás e pagar uma de Indiana Jones do asfalto. Continue rodando com o carro, sem acelerações fortes e com leves pisadas no freio para “secar” as pastilhas.
Mesmo que seu carro tenha passado aparentemente ileso pelo alagamento, leve-o ao seu mecânico para uma revisão. É recomendável trocar os óleos do motor e da transmissão, além de checar o filtro de ar, pastilhas e discos de freios e ver se os faróis não foram comprometidos. Também vale fazer uma limpeza na parte externa do radiador.
Se a água chegou a entrar dentro da cabine, o ideal é retirar bancos, tapetes, carpete e todas as forrações, lavar tudo muito bem e deixar secar naturalmente. O veículo também deve ficar com as portas abertas para evitar mau cheiro, e ter o assoalho limpo e seco – o acúmulo de sujeira e água pode causar corrosão de várias partes.
Verifique se é necessário fazer o procedimento também no porta-malas.Há empresas especializadas em higienização de automóveis que foram atingidos por enchentes.
Boa parte dos seguros têm coberturas para os chamados acidentes naturais, como alagamentos, enchentes e quedas de árvores.Porém, existem cláusulas que invalidam o sinistro caso fique comprovado que o motorista tenha assumido o risco e encarado a enchente de forma inconsequente.
Boris Feldman explica essa situação que irá se tornar cada vez mais comum:
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Calço hidráulico pode quebrar o bloco do motor devido a biela travar.
Se der azar de quebrar uma galeria de óleo quando o bloco for quebrado pela biela travada é decretada a perda total do bloco.
Já se não quebrar a referida galeria tem casos que se imenda o rombo no bloco com solda quando possível.
Por essas e outras eu nem arrisco passar por alagamentos.
Eu já me dei mal em uma enchente. Enquanto atravessava um alagamento, um caminhão veio em sentido contrário e trouxe junto uma onda enorme. Meu carro morreu e entrou água no motor. Por burrice minha tentei ligá-lo depois e deu calço hidráulico e ainda entrou água no assoalho. Fiquei 3 meses sem o carro até a seguradora conseguir repará-lo. Depois dessa nunca mais passo por regiões alagadas.
Já vi casos de a biela quebrar o bloco do motor e ter quebrado a área de uma galeria de óleo. Quando quebra uma galeria de óleo é perda total no bloco do motor, já quando não atinge ela pode soldar o bloco.
Mister, no meu caso uma biela quebrou e furou o bloco e outra ficou torta, não tinha como reparar, só trocando tudo. O carro era um Focus 1.6 com motor Sigma de alumínio. Na época a oficina fez a troca parcial do motor. Trocaram bloco, virabrequim, pistões e bielas. Ficou bom, mas demorou porque tive que acionar o seguro, no fim o prejuízo foi só com a franquia. Se eu não tivesse tentado ligar o carro, talvez daria pra tentar desmontar a parte de cima e tirar toda água.