Mancadas dos alemães: falhas de engenharia criaram 5 “carros bomba”
Indústria germânica tem renome mundial, mas derrapou feio em alguns veículos, que "explodiram" nas mãos dos proprietários
Indústria germânica tem renome mundial, mas derrapou feio em alguns veículos, que "explodiram" nas mãos dos proprietários
A engenharia germânica tem fama de ser a mais avançada do mundo. Por isso, não chega a surpreender que a indústria automobilística daquele país tenha grande tradição, além de enorme participação no mercado global. Porém, de vez em quando, até os alemães erram no momento de desenvolver novos carros.
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É o que mostra o listão de hoje: relembramos 5 vezes nas quais os carros alemães apresentaram problemas sérios. A relação envolve veículos de diferentes marcas, vendidos em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Mas todos têm em comum a origem germânica. E, claro, as falhas graves que surgiram nas mãos dos consumidores. Confira!
Nos anos 90, a BMW, introduziu uma nova geração de motores V8. Eles tinham bloco confeccionado em alumínio, enquanto os antecessores utilizavam o tradicional ferro fundido. Por causa dessa mudança, as paredes dos cilindros passaram a ser revestidas em uma liga de níquel e silício, batizada de Nikasil.
Foi aí que surgiram os problemas: a tal liga não apresentava falhas na Europa, mas mostrou-se inapropriada para a gasolina utilizada na América, que tinha alto teor de enxofre. Esse elemento químico atacava o Nikasil, causando forte corrosão. O defeito manifestou-se em milhares de veículos, em especial no sedã Série 5, em diferentes países, entre os quais Brasil e Estados Unidos.
Diante do problema, a BMW trocou vários motores em garantia e acabou desenvolvendo rapidamente outra liga: Alusil, à base de alumínio e silício. As ações imediatas acabaram preservando a imagem dos carros alemães do fabricante.
Talvez você nunca tenha ouvido falar na NSU. Pois saiba que essa fabricante, cujas iniciais significam Neckarsulm Strickmaschinen Union (algo como Fábrica de Máquinas de Costura de Neckarsulm, uma vez que a empresa iniciou as atividades produzindo equipamentos têxteis), é uma das mais antigas da indústria germânica.
Em 1967, a NSU lançava o Ro 80, o mais sofisticado e avançado de seus carros até então, para concorrer com os sedãs alemães da época. Considerado muito à frente de seu tempo, ganhou o título de Carro Europeu do Ano em 1968. Uma das inovações tecnológicas, porém, acabou sendo o calcanhar-de-Aquiles do modelo: o motor do tipo Wankel.
Nesse tipo bastante incomum de motor, não há cilindros nem pistões, e sim rotores. O problema é que a unidade que equipava o NSU Ro 80 apresentou baixa durabilidade, devido a problemas de vedação. Alguns veículos precisaram de retífica antes dos 50 mil quilômetros.
Os custos com reparos em garantia e, principalmente, os danos comerciais causados pelo problema foram graves demais para a NSU. Em 1969, a empresa foi incorporada ao Grupo Volkswagen. A partir de 1970, as falhas de vedação foram enfim resolvidas, mas as vendas do sedã já estavam em ruínas. O Ro 80 saiu de linha em 1977 e foi o último produto da marca.
Quem viveu a década de 90 deve se lembrar do problema de estabilidade envolvendo o Mercedes Classe A. O compacto causou uma revolução na gama do fabricante, devido ao projeto incomum. A carroceria elevada, característica marcante do modelo, devia-se, entre outros motivos, a uma estrutura de deformação programada sob o assoalho. Mas, ironicamente, a altura trouxe um problema de segurança.
Ainda recém-lançado no mercado mundial, o Classe A deu vexame no chamado teste do alce. O veículo simplesmente tombou durante a manobra, que consiste em um desvio rápido de trajetória. O péssimo resultado na prova, realizada pela publicação sueca Teknikens Värld, rodou o mundo.
O fabricante agiu rápido e providenciou aperfeiçoamentos, que incluíam alterações nas suspensões e nas rodas, além da adoção de controle de estabilidade de série. Isso permitiu que a trajetória do Classe A continuasse até os dias de hoje, após a chegada de novas gerações. Vale lembrar que os alemães da Mercedes produziram esses carros em Juiz de Fora (MG) entre 1999 e 2005, já com as devidas correções.
O Dieselgate é um dos maiores escândalos da indústria automobilística. A protagonista é a Volkswagen, mas outros fabricantes de carros, inclusive alemães, como Mercedes-Benz, Porsche, Opel e Audi também participaram da fraude. O caso veio à tona em 2015, quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) descobriu altos índices de emissões de poluentes.
Um software instalado em motores 2.0 a diesel identificava quando eles estavam passando por testes de emissões. Nessas situações, o equipamento fazia com que as exigências legais fossem cumpridas. Contudo, em situações comuns, os gases expelidos, em especial os óxidos de nitrogênio (NOx), ultrapassavam o limite legal em até 40 vezes.
A descoberta do problema desencadeou recalls e até prisões de executivos. Um dos veículos envolvidos no escândalo do Dieselgate é bem conhecido dos consumidores brasileiros: a picape Volkswagen Amarok 2.0 turbodiesel.
Tudo bem: esse defeito só aconteceu com carros produzidos no Brasil, mas a Volkswagen é uma marca com todos os vínculos alemães. Além do mais, o projeto da Kombi foi, inicialmente, desenvolvido no país de origem. Logo, não há como abonar as falhas da equipe local de engenharia.
A versão a diesel da Kombi foi lançada em 1981 para as configurações picape (com carroceria de cabine simples ou dupla) e furgão. O motor foi criado a partir do do 1.6 de refrigeração a líquido que equipava, na época, o Passat.
Um erro de desenvolvimento, porém, deixou o sistema de arrefecimento subdimensionado, fazendo com que a temperatura de funcionamento permanecesse constantemente acima da faixa ideal. Consequentemente, logo começaram a surgir casos de motores fundidos com baixa quilometragem.
A Volkswagen custeava os reparos apenas quando o problema ocorria no período de garantia. Após esse prazo, cabia ao proprietário arcar com a retífica. A Kombi a diesel acabou saindo de linha 1986 sem que a falha fosse solucionada. A maioria das unidades fabricadas recebeu diversas adaptações: a mais comum era a troca do motor pelo tradicional Boxer, de refrigeração a ar, a gasolina.
Fotos: Divulgação
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Sobre a Kombi movida a diesel, me foram mostrados em Araçatuba, SP, uma troca curiosa: o motor diesel da Kombi utilizava o mesmo bloco do motor à gasolina do Passat. E, assim, permutaram os dois motores, instalando-se o diesel no Passat (o que era proibido) e a Kombi recebeu o motor à gasolina. Dando bons resultados em ambos os veículos. O Passat alemão já utilizava o tal motor na Europa com sucesso (legalmente) e a Kombi não tinha problemas de superaquecimento pois o motor à gasolina não se aquecia tanto quanto o motor diesel.
Claramente uma materia totalmente viesada, mostrando carros alemaes como sendo bombas. Tecnologia alema é a melhor do mundo, seguida pelos japoneses.
As enormes porcarias sao os franceses e italianos de larga escala, salvo exceções que sempre existem.
Porque nao colocaram o fiasco do Marea, que teve motores fundidos por erro da Fiat? Tipo que pega fogo? Ou Citroen XM,AX, Picasso com cambio bomba? GM Onix que pega fogo no motor por rachadura no bloco? Onix com nota zero no cash test? Cruze G1 com cambio bomba tbm? Cambios Powershift da ford?
Todos esses sim com problemas muito mais graves! E de segurança! Verdadeiras bombas!
Amarok e uma das melhores e mais vendidas pick ups grandes, Kombi e saveiro diesel rodam ate hoje, Classe A nada tem a ver com a geração atual.
MG
Ótima reportagem, parabéns! O NSU Ro80 é um dos meus carros preferidos, desenho muito a frente de seu tempo … mas o motor … teria um fácil, mas só para expor em eventos.
Matéria sem sentido….e as deficiências das outras marcas/países…???? Como diz o ditado: só se atira pedra em árvore que dá frutos…!!!! Também deveriam mencionar em que país foram desenvolvidas as principais invenções da industria automotiva: Made in Germany !!
Alexandre, não precisava retroceder aos anos 80 para mostrar a mancada da Mercedes com a falta de estabilidade do Classe A, temos exemplos atuais na linha Toyota com a hilux apelidada de tombilux capotalux e mais recentemente a RAV4 também reprovada no teste do alce.
Olá, Jorge.
Os casos envolvendo modelos da Toyota realmente ocorreram mais recentemente. Porém, como a matéria é sobre falhas de engenharia de fabricantes alemães e os modelos mencionados por você são de uma marca japonesa, não seria coerente citá-los aqui.
Abraço e obrigado por comentar!
Tão avançado que criaram um software que reduzia as emissões dos veículos à diesel = dieselgate, não compro veículos da VW pela reputação deixada pela marca.
Melhores carros alemães: Volkswagen e Gol.
Volkswagen é marca. Gol não vende não Alemanha.
Faltou mencionar o VW Fiz que quando o dono ia rebater os bancos traseiros decepava o dedo da pessoa.
Fox…