[Avaliação] Equinox Midnight é SUV bom, mas à beira de atualização
SUV da Chevrolet tem bom desempenho e pacote de equipamentos generoso, mas reestilização iminente é fator a ser levado em conta
SUV da Chevrolet tem bom desempenho e pacote de equipamentos generoso, mas reestilização iminente é fator a ser levado em conta
A chegada do motor 1.5 turbo da Chevrolet ao Brasil está diretamente relacionada à alta do dólar. É que os preços dos produtos importados, inclusive dos automóveis, foram empurrados para cima pela valorização da moeda estadunidense. O propulsor de menor cilindrada, que estreou na linha 2020 e equipa o Equinox Midnight, é uma solução para manter o valor de compra em um patamar semelhante ao praticado anteriormente.
Boris Feldman dirigiu o Equinox 2020 com motor 1.5 turbo, na versão Premier: veja o que ele achou!
Trocando em miúdos, o Equinox Midnight custa R$ 137.290. Longe de ser barato, o preço de tabela é competitivo diante de Volkswagen Tiguan, Peugeot 3008 e Jeep Compass. Assim como as versões Midnight de outros veículos Chevrolet, o Equinox quase não tem detalhes cromados ou acinzentados. Praticamente tudo é pintado de preto, inclusive as rodas de 19 polegadas e o logotipo do fabricante.
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Isso é, grosso modo, o que diferencia tal configuração: na mecânica e nos equipamentos, ela é similar à básica LT. Mas o melhor é que, ainda assim, o desempenho do modelo é bastante interessante frente aos concorrentes. É bem verdade que não há mais aquelas acelerações dignas de esportivo, capazes de fazer o corpo grudar no banco.
Em comparação à linha 2019, a performance o SUV é nitidamente inferior. O caso é que isso não constitui, efetivamente, um problema. Afinal, enquanto a versão Premier (única que manteve o motor 2.0 como opção) é até exagerada nas respostas ao acelerador, o Equinox Midnight 1.5 entrega desempenho mais contido, mas ainda em nível muito bom.
Os 172 cv de potência e 27,8 kgfm de torque ainda sobram para os 1.551 kg de peso do veículo. Mesmo com lotação máxima a bordo, há bastante fôlego para ultrapassagens e retomadas. Além do mais, o motor tem funcionamento suave inclusive em altas rotação. O torque máximo é entregue entre 2.500 rpm e 4.500 rpm, mas por volta dos 1.500 rpm já há grande oferta de força.
Desse modo, o SUV é ágil também no trânsito urbano. Mérito das tecnologias embarcadas, entre as quais comandos de válvulas variáveis, injeção direta e turbocompressor. Há ainda corrente de sincronização, que, ao contrário da correia dentada, dispensa trocas periódicas. Mas há um problema: ele não é flex e, assim, só aceita gasolina.
O câmbio automático de seis velocidades (são nove com o motor 2.0) também não prejudica. Devido ao escalonamento com relações longas, a 120 km/h o motor trabalha sereno, a 2.500 rpm. O pecado da transmissão, como de praxe nos carros da Chevrolet, é a ausência de borboletas no volante para trocar as marchas. Por sua vez, os freios, com discos nas quatro rodas, são bem eficientes.
No mais, o restante do conjunto mecânico parece até mais coerente com o propulsor 1.5 que com o 2.0. A suspensão, que pede uma calibragem mais firme com o motor mais potente, está bem de acordo para o Equinox Midnight. Ela permite um rodar suave sem deixar a carroceria excessivamente solta em curvas. Mérito do sistema independente nas quatro rodas, com sistema multilink no eixo de trás.
A boa capacidade de absorver as imperfeições do solo, geralmente, faz com que o veículo percorra vias sem pavimentação ou malconservadas com conforto. Contudo, no caso do Equinox, isso não acontece por outra razão: a altura em relação ao solo.
O vão livre da versão Midnight, idêntico ao das demais configurações, é de 16 cm. É pouco: um SUV, mesmo sem tração 4×4 ou proposta off-road, deve ter alguma desenvoltura para ir um pouco além do asfalto. O veículo avaliado chegou a raspar a parte de baixo do para-choque dianteiro em uma entrada de garagem.
Por sua vez, a direção, um tanto indireta e artificial, mas bastante progressiva, faz boa figura em um SUV familiar sem pretensões esportivas. Entretanto, se, por um lado, o sistema é razoavelmente responsivo, por outro deveria propiciar maior ângulo de esterçamento das rodas. O grande diâmetro de giro de 12,7 m, faz com que o motorista precise fazer muitas manobras para entrar ou sair de vagas apertadas.
E o consumo? Como quase tudo até aqui, é coerente com a proposta e as características do veículo. Nas mãos do AutoPapo, o Chevrolet Equinox Midnight cravou 8,9 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada. Desse modo, o tanque de combustível de 59 l permite uma autonomia superior a 700 km em viagens.
Os números aferidos pela reportagem são bem parecidos com os informados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE). Segundo o Inmetro, são 9,5 km/l no ciclo urbano e 11,7 km/l no rodoviário. Vale lembrar que o modelo é equipado com sistema start-stop “desligável”.
No interior, está aquele que, provavelmente, é o ponto forte do Equinox Midnight: espaço. Mesmo que duas pessoas de estatura elevada se acomodem nos bancos dianteiros, outras duas, também corpulentas, ainda ficarão folgadas no assento traseiro. Ali, até mesmo três adultos conseguem se sentar com relativo conforto. Nesse aspecto, o modelo da Chevrolet se destaca inclusive diante de outros SUVs médios.
As bossas não acabam por aí. O habitáculo tem grande quantidade de porta-objetos e porta-copos, o que é típico de projetos voltados para o mercado estadunidense. Há duas saídas de ar-condicionado dedicadas ao banco traseiro, além de entrada USB e tomada 12V. Mas nem tudo é alegria: falta iluminação no porta-luvas, detalhe que destoaria até mesmo em veículos populares.
Por outro lado, o acabamento Equinox Midnight é não mais que razoável. Há muito plástico duro, ainda que de boa qualidade, nos revestimentos internos. Para disfarçá-los, a Chevrolet adotou apliques metálicos nas maçanetas e em torno dos difusores de ar. Material macio está presente em uma porção do painel e nas quatro portas, que têm acolchoamento. Arremates e encaixes, contudo, são bastante corretos.
Os bancos são revestidos em material sintético que imita, sem grande fidelidade, o couro natural. Mas eles apoiam bem o corpo, sendo que o do motorista tem múltiplas regulagens (inclusive lombar), todas elétricas, além de duas memórias. Assim como do lado de fora, tudo é preto, com exceção do forro do teto e do revestimento das colunas.
Quanto à ergonomia, não há nada a reclamar do Equinox Midnight. O volante, comum ao Cruze, tem boa pegada e é ajustável em altura e em distância. Os instrumentos proporcionam leitura fácil, enquanto os comandos são bem-posicionados. A visibilidade é boa, exceto para trás: felizmente, a câmera de ré ajuda a driblar essa deficiência em manobras.
O espaço do porta-malas não impressiona quanto o da cabine. Ainda assim, com 468 litros, o compartimento tem volume muito adequado ao porte do veículo. Os nichos sob o assoalho, segundo a Chevrolet, são capazes de acomodar 79 litros extras. O vão de acesso é grande, com base baixa, o que facilita o manuseio de bagagens e volumes. É possível abrir a tampa sem as mãos, por meio de movimentos.
A central multimídia, posicionada na parte superior do painel, é compatível com Android Auto e Apple CarPlay. A tela sensível ao toque tem 8 polegadas e há navegador integrado. O sistema é complementado pela já conhecida concierge remota que a Chevrolet chama de OnStar. Há ainda um carregador wireless para smartphone no console.
A Chevrolet tem apostado na oferta de equipamentos em seus produtos mais recentes, e o Equinox Midnight não é exceção. O SUV vem de série com sistema de estacionamento semi-automático para vagas paralelas e perpendiculares, controle de velocidade em declive, retrovisores com rebatimento elétrico, sistema de partida sem chave, sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura.
O conteúdo destinado à segurança também é farto. O Equinox Midnight é equipado com indicador de distância do veículo à frente com frenagem de emergência, alerta de ponto cego, alerta de esquecimento de pessoas ou objetos no banco traseiro, assistente de permanência em faixa e faróis Full LED, além de seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina) e controles de tração e de estabilidade.
Antes da alta do dólar, a Chevrolet apostava no desempenho para atrair compradores para o Equinox 2.0 turbo, com direito até a campanha publicitária com o ex-piloto de Fórmula 1 Felipe Massa. Agora, com motor 1.5, também sobrealimentado, não há esse diferencial. Porém, se a performance não é mais arrebatadora, ainda situa-se em patamar muito bom, e, de quebra, vem acompanhada de um farto pacote de equipamentos.
Essa receita, pelo preço de R$ 137.290, parece ser bastante interessante. Mas há um problema mercadológico que acaba fazendo com que o Equinox 2020 perca poder de atração. É que a Chevrolet está preparando um face-lift para seu SUV médio, que vai alterar, principalmente, a dianteira.
Não fosse a pandemia, essa atualização já estaria à venda na América do Norte. Ocorre que a fábrica da GM em San Luis Potosi, no México, foi fechada por questão de saúde pública. É essa unidade industrial que fornece o Equinox tanto para o Brasil quanto para Estados Unidos e Canadá. Portanto, mudanças no produto chegam, necessariamente, a todos esses mercados.
Por aqui, o fabricante ainda não revelou informações sobre essa reestilização. Entretanto, a expectativa é que ela marque a chegada da linha 2021, no segundo semestre. Portanto, quem adquirir o Equinox Midnight agora pode ter, dentro de poucos meses, um produto desatualizado na garagem. Diante disso, há dois caminhos a seguir: ou esperar um pouco para fechar o negócio ou barganhar um desconto muito generoso no ato imediato de compra.
A garantia de fábrica para a gama Equinox é de três anos ou 100 mil quilômetros (o que ocorrer primeiro). De acordo com a Chevrolet, durante todo esse período, os preços das revisões são tabelados: porém, os valores do plano de manutenção para a linha 2020 ainda não estão disponíveis para consulta no site do fabricante.
Ficha técnica | Chevrolet Equinox Midnight 2020 |
---|---|
Motor | Dianteiro, transversal, a gasolina, 1.490 cm³, com quatro cilindros, de 74 mm de diâmetro e 86,6 mm de curso, 16 válvulas com duplo comando variável, injeção direta e turbocompressor |
Potência | 172 cv a 5.600 rpm |
Torque | 27,8 kgfm entre 2.500 rpm e 4.500 rpm |
Transmissão | automática de seis marchas, tração dianteira |
Suspensão | McPherson na dianteira e multilink na traseira |
Rodas e pneus | Rodas de liga leve 19”; pneus 235/50 R19” |
Freios | discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira, com ABS e EBD |
Direção | assistida eletricamente, diâmetro de giro de 12,2 m |
Dimensões | 4,270 m de comprimento, 1,791 m de largura, 1,626 m de altura e 2,570 m de distância entre-eixos |
Vão livre do solo | 160 mm |
Peso | 1.551 kg |
Carga útil | 494 kg |
Tanque de combustível | 59 litros |
Porta-malas | 468 litros |
Fotos Alexandre Carneiro | AutoPapo
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Carro automático com cambio borboleta,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk a menos que o sujeito seja um entomólogo!
Autopapo / Boris Feldman EXPERT! Deus abençoe!
Obrigado, Alex! Grande abraço!
Reparem bem se esse veículo não tem muita coisa da velha CAPTIVA. Até os botões do painel, console são iguais. precisa renovar o interior também. Será que não é tão barulhento quanto a captiva?
Ainda não se tocaram que ao se utilizar motor pequeno, mesmo que seja turbo, tem que também se preocuparem com o peso do carro, caso contrário ficam tão beberão quanto a um 2.0 turbo. Naqueles casos também o CX baixo vai ajudar a beber menos combustível. Ser o caso desse aí Chevrolet Equinox: que pesa acima de 1500kg (!).
O verdadeiro carro velho novo, ainda em 2020 chega uma versão com novo design que vai desvalorizar e tornar sem interesse o modelo atual.
Verdade…a beira da atualização, os descontos devem beirar os 15 a 20 mil nesses modelos 2020!
A carga útil de dessa Equinox é só 384 kg??? menos que os 452 kg do meu Fiesta Sedan… Tá certo mesmo isso?
Olá, Eduardo. Foi um erro de digitação: a capacidade correta é 494 kg.
Obrigado e abraço