Com a chegada do WR-V, com valores mais palatáveis, versões aspiradas do HR-V estão na berlinda, mas SUV ainda tem bons argumentos para custar mais
A chegada do novo Honda WR-V reposicionou a estratégia da marca no segmento de SUVs compactos no Brasil. Com preços abaixo dos R$ 150 mil, o modelo passou a disputar consumidores diretamente com o HR-V, que parte de R$ 163.200, na versão EX, e R$ 170.900, na versão EXL, equipadas com 1.5 (aspirado) e chega a ter diferença superior a R$ 25 mil dependendo das versões.
Assim, o WR-V iniciou uma espécie de guerra familiar com o HR-V. Conta a favor do novato seu preço mais agressivo. No entanto, o HR-V tem seus trunfos, com maior qualificação de contéudos, para justificar a etiqueta mais salgada.
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O HR-V consolidou sua presença desde 2015, quando se tornou um dos primeiros SUVs compactos com produção e oferta regular no país. A nova geração, introduzida em 2022, adotou design minimalista e silhueta próxima à de um coupé, posicionando o SUV num patamar de preços mais elevado que os demais compactos. A própria Honda nunca escondeu que o HR-V, apesar das medidas, se comparava aos modelos médios em termos de refinamento e tecnologia embarcada. Na linha 2026, o SUV passou por ajustes sutis na parte frontal, com leve redesenho da grade e detalhes dos para-choques.
O retorno do WR-V, agora com carroceria própria e porte maior que o antecessor derivado do Fit, permitiu que a se posicionasse novamente entre os SUVs compactos e os aventureiros de entrada. O modelo oferece mais espaço interno e porta-malas superior a 430 litros, superando os 354 litros do HR-V, cujo desenho da área de carga privilegia profundidade, mas é mais raso. A proximidade técnica entre os dois SUVs exige um claro distanciamento no pacote de conteúdo para manter o HR-V como produto de maior valor agregado.
No interior, a principal diferenciação está nos equipamentos. O HR-V EXL adota ar-condicionado digital de duas zonas, enquanto o WR-V utiliza climatização simples. O sistema LaneWatch, com câmera no retrovisor direito para auxiliar em conversões e manobras, também é exclusivo do HR-V. Outro ponto relevante é o pacote Honda Sensing. Ambos utilizam o conjunto de assistências ADAS, mas apenas o HR-V conta com função de stop & go, que permite ao veículo retomar a movimentação automaticamente em situações de tráfego parado, recurso dependente do freio de estacionamento eletrônico e do auto hold, itens indisponíveis no WR-V, que utiliza freio de mão mecânico.
A modularidade interna também diferencia os dois SUVs. O HR-V mantém o sistema Magic Seat, originado no Fit, que permite múltiplas configurações de banco, incluindo a elevação completa do assento traseiro para acomodação de objetos altos no assoalho. O WR-V rebate os bancos, mas não oferece a mesma flexibilidade.
No uso prático, o conjunto mecânico do HR-V apresenta características conhecidas da linha Honda. O motor 1.5 aspirado entrega comportamento adequado ao trânsito urbano, sem respostas imediatas em rotações baixas, mas sem perda acentuada de fôlego em subidas prolongadas. O câmbio CVT simula sete marchas e foi programado para entregar funcionamento progressivo. O comportamento dinâmico privilegia conforto, com suspensão que isola irregularidades e bom nível de isolamento acústico na cabine.
O desafio do HR-V passa a ser manter sua posição superior dentro da própria linha da marca. Com o WR-V oferecendo maior volume de bagagem e preço inferior, a decisão de compra tende a concentrar-se nos equipamentos exclusivos do HR-V e no nível de conveniência proporcionado por itens como stop & go, auto hold, LaneWatch e o sistema modular de bancos.
A disputa entre os dois SUVs deve se intensificar à medida que o consumidor avalia a relação entre espaço, equipamentos e preço, agora distribuídos em duas opções próximas tecnicamente, mas separadas por até R$ 25 mil. Mas qual seria sua escolha? Deixe nos comentários.
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