Entenda o que é o procedimento, como funciona, quais drogas e substâncias ele detecta e se existe alguma estratégia para escapar da reprovação
A Lei Federal 13.103 , conhecida como Lei do Caminhoneiro ou Lei do Motorista, exige que todos os condutores das categorias C, D e E a realizem o exame toxicológico para obtenção, renovação e alteração de categoria da Carteira Nacional de Habilitação. No entanto, caso o Projeto de Lei 3965/21 seja sancionado pelo presidente Lula, essa obrigatoriedade passará a valer também para quem for tirar as carteiras A (moto) e B (carros de passeio).
Se virar lei, essa determinação vai complicar a vida de muitas pessoas que fazem uso de substâncias ilícitas, que podem tentar arranjar métodos para escapar da reprovação no teste. Mas, afinal de contas, é possível burlar o exame toxicológico? Antes de saber isso, é preciso entender o que é esse procedimento e como ele funciona.
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O exame toxicológico utilizado para obtenção da CNH tem o objetivo de averiguar se o candidato faz uso de substâncias psicoativas, incluindo drogas, que podem afetar ou prejudicar sua capacidade de conduzir um veículo.
O procedimento específico que é validado pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) de cada estado é o que possui larga janela de detecção. Ele é um tipo de teste que utiliza amostras de cabelo, pelos ou unhas em sua análise para identificar o consumo de substâncias ilícitas em um período de 90 a 180 dias. Ou seja, o procedimento consegue detectar as drogas consumidas nos últimos seis a três meses a partir da data de coleta da amostra.
É diferente dos exames feitos a partir de sangue e urina, por exemplo, que não são aceitos no processo. Essa recusa acontece porque o seu período de detecção é muito curto e não atende às exigências da Lei.
O exame toxicológico é simples e não requer nenhuma preparação para ser realizado. O motorista deve comparecer a um dos laboratórios credenciados pelo Detran, onde serão coletadas as amostras de cabelos, pelos ou, em casos mais específicos, de unhas.
O exame é feito dessa forma, pois depois que a droga é consumida, a corrente sanguínea, a oleosidade da pele e a transpiração transportam as substâncias e as depositam na queratina espalhada no corpo. Essa é uma proteína fibrosa amplamente encontrada nos cabelos, pelos e unhas.
Sabendo como o exame funciona e o que ele utiliza para avaliação, você pode etar se perguntando, existe alguma forma de escapar da reprovação? A resposta é não. E é melhor nem pensar em tentar burlar esse exame, pois as tentativas vão ser vão.
As substâncias psicoativas detectáveis estão presentes na queratina dos cabelos, pelos e unhas, localizada em camadas muito internas. E por mais que a internet apresente métodos de contornar o procedimento, como cortar o cabelo, eles não são efetivos.
Se o coletor do laboratório identificar que a amostra de cabelo não é suficiente para a análise, ele realiza a coleta de pelos de outra parte do corpo, que também contém a queratina. Outra solução falha muito comentada é o uso de shampoos de limpeza profunda para eliminar a presença de tóxicos nos fios
Porém, o uso de qualquer shampoo, gel, condicionador, pomada, spray ou qualquer outro produto capilar não tem capacidade para burlar o exame toxicológico, eles não interferem em nada na análise. Portanto, não há como adulterar o teste.
Esse procedimento detecta vários tipos de substâncias, entre elas as mais comuns são:
O tempo que a droga fica no organismo para ser identificada no exame toxicológico depende de diversos fatores, como:
Vale ressaltar que, o menor consumo de substâncias psicoativas podem resultar na detecção da droga no exame toxicológico. Dessa forma, mesmo que o consumo seja feito em um único dia, será possível identificar a droga e a sua concentração em um período de 90 a 180 dias, a depender da amostra do material (cabelos ou pelos).
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