Câmbio de dupla embreagem é bomba ou só estão fazendo terror?
Após uma estreia conturbada, esse tipo de câmbio está voltando a se popularizar no Brasil devido a maior eficiência energética
Após uma estreia conturbada, esse tipo de câmbio está voltando a se popularizar no Brasil devido a maior eficiência energética
O câmbio automatizado de dupla embreagem está voltando com tudo no mercado brasileiro. Lançamentos de grande volume estão adotando esse tipo de caixa e algumas montadoras já confirmaram a adoção em carros que chegam nos próximos anos.
Como é de costume no Brasil, tudo quanto é novidade nos carros chega junto de críticas. A Ford deixou uma mancha nos câmbios de dupla embreagem com o problemático PowerShift e muitos influencers associam esses defeitos a projetos novos para engajar.
VEJA TAMBÉM:
A bola da vez é o Hyundai Creta 1.6 turbo, que utiliza câmbio de dupla embreagem. O SUV estreou no Brasil uma caixa nova, que é usada pela linha da marca no exterior.
Ao contrário do que é dito na Internet, não é a mesma caixa Powershift da Ford, é um projeto próprio da Hyundai. Ela tem embreagens a seco, uma característica que gerou alerta devido ao histórico ruim de um câmbio similar que a Volkswagen ofereceu por aqui no Golf.
Não podemos afirmar que o carro será bomba ou não por ser um câmbio inédito. Só o tempo dirá se é confiável ou não.
Atualmente as montadoras buscam deixar os carros sempre mais eficientes. As normas de emissões estão mais existentes e os consumidores querem carros mais econômicos.
O câmbio de dupla embreagem nasceu pensado na performance, suas trocas de marchas são praticamente instantâneas. Essa característica também é boa na hora de gastar menos, sem contar que ele rouba menos potência do motor que o conversor de torque de uma caixa automática tradicional.
Esses câmbios novos de dupla embreagem também trazem outro trunfo: muitos já estão prontos para receber sistemas híbridos. A Stellantis, por exemplo, anunciou que terá híbridos de 48 volts com a caixa e-DCT.
Esse câmbio possui um motor elétrico em seu interior, que ajuda a fracionar o carro e pode até mantê-lo em movimento com o propulsor a combustão desligado. Esse tipo de híbrido reduz mais o consumo que os leves com o motor no lugar do alternador.
“A transmissão de dupla embreagem tem ótimo funcionamento, com trocas rápidas e pefeito sincronismo das embreagens. O segredo é o desenvolvimento, se for bem feito não dará problemas. Além disso, é preciso ter preço e oferta de peças, o que permite reparabilidade rápida. A indústria teve problemas no passado, mas hoje a tecnologia amadureceu”, explica o vice-presidente de Desenvolvimento de Produto da Stellantis para América do Sul, Marcio Tonani.
Apesar de se mostrar muito satisfeita com a caixa CVT que equipa equipa os modelos que utilizam o motor Turbo 200, como Fiat Fastback, Peugeot 2008 e Citroën Basalt, a Stellantis trabalha no desenvolvimento de uma caixa de dupla embreagem eletrificada, que será utilizada em um futuro modelo híbrido do grupo.
O lançamento do novo Hyundai Creta, equipado com caixa de dupla embreagem, foi ofuscado pela quantidade de criticas a esse câmbio. Ele já foi taxado de bomba antes mesmo de chegar às concessionárias.
De acordo com a montadora coreana, esse câmbio é inédito no Brasil. A caixa DCT7 já é usada pelo Elantra, pelo Tucson e pelo Kona em outros mercados pelo planeta, incluindo a Europa. Ela é uma evolução da DCT7 usada pelo New Tucson nacional.
Ela é com as embreagens a seco, o que gerou parte do alarde nas redes sociais por ser uma característica em comum com a famigerada Powershift da Ford. Nessa nova geração as melhorias foram focadas nesse parte do câmbio: discos de embreagem vêm com design de superfície, material de atrito e dureza dos rolamentos aperfeiçoados.
O DCT7 da Hyundai também ganhou rolamentos esféricos de menor fricção, junta selada no diferencial e simplificação de conectores e chicotes elétricos. Tudo isso foi testado no Brasil rodando 90 mil km em condições severas para aferir a durabilidade.
Após esse período o câmbio foi desmontado e as embreagens ainda possuíam dois terços da vida útil remanescente. A Hyundai dá garantia total para o carro de 5 anos sem limite de quilometragem, isso inclui a caixa de dupla embreagem.
Outro carro que foi alvo das críticas dos especialistas da internet foi o Renault Kardian. Entramos em contato com a montadora e ela alegou não ter conhecimento de defeitos no componente desde seu lançamento no início de 2024.
A marca francesa já usa esse tipo de câmbio na Europa há alguns anos, com mas de 1,3 mil unidades produzidas. Sua caixa EDC será usada por outros produtos da marca que chegarão nos próximos anos.
A quantidade de carros com grande volume no Brasil de vendas equipados com câmbio de dupla embreagem diminuiu. Se você tem interesse nesse tipo de caixa — ou quer evitá-la — confira a lista com os principais modelos:
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
Um câmbio maravilhoso para o fabricante, que reduz custos mas cria uma dor de cabeça pro cliente. Khda homérica da Hyundai.