Arrizo 5: o que esperar do novo sedã da Caoa Chery

Bom espaço interno é trunfo do modelo, mas ainda não foi possível dirigi-lo e tirar conclusões sobre o conjunto mecânico

caoa chery arrizo 5 9
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 24/10/2018 às 12h45
Atualizado em 11/08/2022 às 16h04

Porte entre os sedãs compactos e os médios, montagem brasileira e expectativa de vendas entre 300 e 400 unidades por mês (número elevado para um fabricante cuja rede assistencial só deve chegar a 100 concessionárias em dezembro próximo). Esse é o Caoa Chery Arrizo 5, que chega ao mercado em novembro.

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Os preços ainda não foram definidos, mas ficarão entre R$ 69 mil e R$ 79 mil; na média do segmento, portanto. Ele faz parte de uma leva de lançamentos cujo objetivo é elevar a participação da marca no país. Mas, afinal, será que modelo tem cacife para atender às expectativas?

O AutoPapo viu o Arrizo 5 de perto em um evento de apresentação à imprensa. Infelizmente, não foi dessa vez que pudemos dirigi-lo: a Caoa Chery ainda não disponibilizou o sedã para test-drive de jornalistas. Sem experimentá-lo em ação, não é possível chegar a um veredicto. Porém, conhecemos o interior do modelo e alguns dados técnicos, que permitem chegar a algumas conclusões.

Arrizo 5: o que nós achamos do novo sedã da Caoa-Chery, que já está sendo montado no Brasil
Caoa Chery Arrizo 5

Primeiramente, vale destacar que o Arrizo 5 tem presença, graças ao porte e ao design. As linhas da carroceria são harmoniosas, embora um pouco genéricas: remetem a alguns modelos Hyundai, como Elantra, Sonata e Accent. De qualquer modo, a julgar pela reação de quem o viu, o carro parece agradar quando o assunto é estética.

Por dentro do Arrizo 5

Outro quesito no qual o sedã se destaca é no espaço interno. No banco traseiro, há vãos amplos para as pernas dos ocupantes e área razoável para a cabeça. A largura do habitáculo, como é comum no segmento, não permite que três adultos se acomodem de modo exatamente confortável, mas a pouca altura do ressalto central do assoalho ajuda o quinto ocupante. Ali, todos contam com cintos de três pontos e encostos de cabeça, e há ainda ganchos Isofix para fixação de cadeirinhas. O porta-malas de 430 litros, porém, é menor que o de Volkswagen Virtus, Chevrolet Cobalt e Honda City, seus concorrentes diretos.

O acabamento do Arrizo 5 está na média da categoria. O material predominante a bordo é o plástico duro, que molda o painel e quase todas as forrações das portas: ali, somente os apoios de braço têm acolchoamento. Já a face interna da tampa do porta-malas tem revestimento parcial. O padrão de montagem é correto, sem peças desalinhadas ou falhas aparentes de fixação.

Arrizo 5: o que nós achamos do novo sedã da Caoa-Chery, que já está sendo montado no Brasil

As versões mais caras de alguns concorrentes têm benesses que não estão presentes na gama do Arrizo 5. É o caso dos difusores de ar-condicionado dedicados ao banco traseiro do VW Virtus, ou das aletas para trocas de marchas no volante do Honda City. Mas a falta desses itens, inexistentes até em alguns modelos mais caros, é perdoável. Porém, a ausência de outros detalhes salta aos olhos no segmento, como a coluna de direção sem ajuste telescópico (profundidade), o banco traseiro sem encosto bipartido (ele é inteiriço, o que limita as possibilidades de rebatimento) e o porta-luvas sem iluminação.

Mecânica exclusiva na linha Caoa Chery

O Arrizo 5 é equipado com um motor 1.5 turboflex, com quatro cilindros e 16 válvulas. Ele tem sistema de partida a frio com bicos aquecidos, que dispensa o tanquinho auxiliar. Todavia, o sistema de injeção é indireto, e não do tipo direto, mais eficiente. Até então inédito no Brasil, ele desenvolve 147 cv de potência com gasolina e 150 cv com etanol. São números coerentes com a cilindrada e a tecnologia embarcada, que fazem dele o sedã mais potente da categoria. Porém, o torque máximo é de 19,4 kgfm, um tanto baixo para um propulsor sobrealimentado.

Mais que o valor máximo de torque, chama a atenção a rotação no qual ele aparece: 5.500 rpm, segundo a Caoa Chery. Atualmente, é comum que motores turbo entreguem força máxima por volta das 2.000 rpm. Isso causa desconfiança de exista um acentuado turbolag, como é conhecido o período no qual o turbocompressor fica fora de ação. Nessa situação, o motor responde mal ao comando do acelerador e demora a ganhar giro. É possível, contudo, que apesar de o torque máximo surgir apenas em alta rotação, uma parte significativa dele seja disponibilizada em regimes mais baixos. Para ter certeza, só mesmo dirigindo o Arrizo 5.

Arrizo 5: o que nós achamos do novo sedã da Caoa-Chery, que já está sendo montado no Brasil
Painel do Caoa Chery Arrizo 5

O câmbio é sempre automático do tipo CVT. Segundo o fabricante, existem sete marchas simuladas, que podem ser operadas sequencialmente pelo motorista. Para fazê-lo, recorre-se a toques na alavanca. Fazer trocas sem tirar as mãos da direção é mais cômodo, mas a ausência de aletas no volante não chega a desabonar o sistema, principalmente dentro do segmento do Arrizo 5. Os freios utilizam discos nas quatro rodas, o que é bom sinal. Trata-se de solução tecnicamente superior aos tambores traseiros aplicados à maioria dos concorrentes.

Montado no Brasil

A Caoa Chery já começou a montar o Arrizo 5 na unidade de Jacareí (SP), que recebeu uma linha adicional. A empresa não informou o índice de nacionalização do modelo, mas confirmou que ele é baixo: por enquanto, apenas itens como guarnições de borracha, materiais fonoabsorventes e emblemas são produzidos no país. Motor e câmbio são importados separadamente e acoplados na planta paulista, mas alguns componentes da injeção também são nacionais, devido à adoção do sistema flex.

Todos os demais componentes também são trazidos da China, incluindo os painéis da carroceria, já estampados, que são soldados na fábrica brasileira. A Caoa Chery afirma que pretende utilizar mais autopeças locais no Arrizo 5 ao longo do tempo.

Fotos Caoa Chery | Divulgação

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7 Comentários
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Leopoldo Feitosa 19 de março de 2019

O carro é lindo, o conjunto de opcionais de série é muito superior aos seus concorrentes. Tenho um FOCUS SEDAN 2014, e estava comparando as dimensões com o ARRIZO 5, praticamente as mesmas. Amanhã irei na concessionária fazer um teste drive e sentir de verdade como o veículo se comporta. Quanto ao VW VIRTUS, sinceramente, é bonito, porém não confio na qualidade da VW, pois comprei um GOL zero km e antes dos 2.000km vazou óleo do sistema de direção hidráulica. Entendo todo preconceito por se tratar de um veículo Chinês, porém a CAOA nunca trouxe veículos ruins ao mercado, por exemplo os veículos HYUNDAI. Por fim vou testar o veículo e compará-lo ao meu FOCUS, sei que são bem diferentes, mas se me agradar vou arriscar, o preço aqui em Pernambuco está por 73.990,00 com o frete o modelo top de linha.

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Beto 21 de janeiro de 2019

Entre Arrizo RXT e Virtus Highline… Fico com Arrizo, Muito mais bonito e com motor de muito mais potencia, sendo que sai por 72 mil completo e o Virtus passa dos 79 mil com todos os opcionais.

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Valmyr 9 de dezembro de 2018

Não acho interessante pagar possíveis R$ 79.000 nesse chinês, se com mais R$ 6.000 ou até 10.000, pode-se adquirir um Cruze ou Focus; talvez com mais R$ 15.000 um Civic ou Corolla.

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JMaggi 8 de dezembro de 2018

Pelo amor de Deus a VW está situada no Brasil a séculos e ainda trata o consumidor como lixo. E faz carros baratos e vende super caro. Acordem VW não vale o que custa.

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EDSON MARCONDES 22 de novembro de 2018

O CARRO CHAMA ATENÇÃO SIM E PARECE BEM BACANA.
MAS, COM CERTEZA A VOLKSWAGEN VAI TOMAR A FRENTE DO SEGMENTO AINDA MAIS.
VEJA POR EXEMPLO QUE O VIRTUS PRA PCD NESTE MÊS CAIU DE R$ 55.000 PARA R$ 49.000.

NÃO VAI SER FACIL PRA CHERY CAOA EMPLACAR ESTE VEICULO.

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Wilfredo Marquardt 4 de novembro de 2018

Com esse preço não deverá decolar , a concorrência não dará oportunidade.

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Alberto Saga 26 de outubro de 2018

O preço tinha que ficarm entre 49 e 59 mil, para ter atratividade. Mais que isso, todos vão preferir o VW Virtus.

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