Carro blindado: 10 dicas e cuidados para comprar ou blindar
Além da parte burocrática e contratar o serviço, é preciso ficar atento a questões como seguro, desvalorização e garantia
Além da parte burocrática e contratar o serviço, é preciso ficar atento a questões como seguro, desvalorização e garantia
A criminalidade não dá trégua e um segmento que pouco conhece crise é o de carros blindados. Dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) mostram que só este ano, 14.736 automóveis de passeio foram blindados no país de janeiro a setembro de 2021, número que já é 6% superior ao de todo o ano de 2020..
Fazer a blindagem do carro, porém, implica em uma série de procedimentos. Tem a parte burocrática, para pedir autorização e mudar documentos. E também questões como seguro, desvalorização e garantia do automóvel. Sem contar que é preciso ter em mente que a blindagem acarreta em um peso extra que afeta o desempenho e estabilidade do automóvel.
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O primeiro passo para fazer a blindagem do carro é procurar uma blindadora. Como é um serviço controlado pelo Exército brasileiro, é preciso atestar se a empresa tem registro (CR ou TR) ativo junto à corporação militar para exercer tal atividade.
Também confira a reputação da empresa nas redes sociais e em sites como o do Reclame Aqui. Aproveite e pesquise sobre os materiais balísticos utilizados pela loja, como se dá o processo de blindagem, como é o pós-venda e quais tipos de testes o estabelecimento costuma fazer.
Outra dica é pesquisar no site da Abrablin as companhias autorizadas a fazer blindagem do carro.
Nível de blindagem do carro
A Portaria 55 do Comando Logístico (Colog) do Exército permite seis níveis de blindagem, mas só quatro são autorizados para uso civil:
O III-A é o nível permitido a civis que oferece a maior proteção balística e, por isso mesmo, o mais popular no segmento de blindagem veicular.
Para que a empresa contratada solicite autorização junto ao Exército para blindagem do carro é preciso que o dono do veículo providencie diferentes documentos. Em caso de pessoa física, é necessário ter em mãos:
Além dos documentos, é necessário pagar uma taxa ao Exército, elaborar uma Declaração de Idoneidade para assinatura do contrato e solicitar um “nada consta”, o atestado de antecedentes criminais do cliente.
Só com todos esses documentos é que a blindadora solicita a autorização para a proteção balística. Importante ter ciência de que a empresa só pode dar início ao processo de blindagem do carro depois da emissão da autorização.
Depois de iniciado o processo de blindagem do carro é que o cliente deve solicitar o Certificado de Registro junto ao Exército. E quando o automóvel estiver pronto, a blindadora precisa fornecer o Termo de Responsabilidade, que descreve os materiais usados, o nível de resistência da blindagem e a validade da proteção balística.
Com esses documentos, o proprietário do carro deve fazer a vistoria e solicitar ao Detran do seu estado um novo CRLV, já com a informação de que o veículo é blindado.
Se o seu carro é novo ou está dentro da garantia, veja no contrato de compra se serviços como a blindagem implicam em perda da cobertura. Caso contrário, qualquer futuro defeito que o veículo blindado eventualmente venha a ter pode ter o conserto recusado pelo fabricante.
Muitas montadoras têm parcerias com blindadoras homologadas, o que, nesse caso, não compromete a cobertura de fábrica. Verifique também junto à blindadora as garantias para o serviço. Em geral, a cobertura da empresa é de três a sete anos – e de até cinco anos só para os vidros.
A blindagem acrescenta, em média, até 200 kg a mais ao peso do automóvel. Além disso, o peso dos vidros blindados altera o centro de gravidade do veículo. Desta forma, o comportamento dinâmico do carro é naturalmente alterado.
O motorista deve lembrar que as acelerações e retomadas de velocidade não serão mais as mesmas, devido ao peso excedente, assim como o consumo de combustível. Além disso, é preciso se acostumar à nova dinâmica veicular, especialmente às mudanças nas frenagens e à oscilação da carroceria nas curvas.
Além da manutenção veicular preventiva e regular, o carro blindado pede cuidados especiais. A começar pelas revisões dos processos de proteção balística, que variam conforme a blindadora. Pode ser a cada ano, como pode ser a cada quatro meses ou em intervalos de 15 mil km – depende da empresa.
É preciso observar desde ruídos e borrachas, até a parte elétrica e fixação do acabamento interno. Também devem ser verificados o funcionamento dos vidros e a regulagem das portas e maçanetas, além de teste de infiltração de água e checagem de amortecedores e molas trocados na blindagem do carro.
Uma das principais recomendações é evitar que o veículo fique muito tempo exposto ao sol e que seja submetido a “choques térmicos”. Por exemplo, lavar o automóvel depois de ele ter ficado por horas sob a incidência de raios solares. Os materiais do bloco balístico têm graus de dilatação diferentes, e esse contraste quente/frio pode provocar trincas.
Também vale ter atenção com os vidros e portas, que não devem ficar abertos por longos períodos. Nada de lavar as janelas com produtos abrasivos. Também recomenda-se não fechar as portas com os vidros baixados, para evitar avarias.
As apólices para carros blindados costumam ser mais caras. Segundo a Minuto Seguros, isso acontece por vários motivos, mas o principal envolve o custo de manutenção que esse tipo de veículo demanda, maior do que em modelos convencionais. Além disso, o custo do conserto de um carro com blindagem é maior em casos de colisão.
Fique atento também porque muitas companhias deixam de fazer o seguro quando o carro tem blindagem.
Um carro blindado, geralmente, perde mais valor se comparado a um similar do mesmo modelo, ano e versão – às vezes, pode chegar a 20% de diferença entre o preço de um e outro. Isso acontece pelas próprias alterações na originalidade do automóvel devido ao processo de blindagem.
O carro fica mais pesado, tem a dinâmica alterada, bebe mais e requer mais custos de manutenção e revisão. Ao mesmo tempo, os componentes tendem a ter a vida útil encurtada pelo acréscimo de peso e o futuro comprador ainda vai precisar fazer uma revisão da blindagem e pesquisar sobre a empresa que fez o serviço. Tudo isso contribui para uma desvalorização mais acentuada do blindado.
Boris Feldman leva até tiro experimentando o Audi Q5 blindado; confira:
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a espessura das paredes das panelas são iguais às das frigideiras?
Pois o foco está somente na frigideira.
Grato.