Carro tem prazo de validade?! Mais ou menos, e você corre risco

Não adianta explicar que pneu é como remédio e que até o sobressalente expira - mesmo guardado no porta-malas

estepe
Estepe: depois de um tempo, estraga! (Foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 03/12/2022 às 09h03

Prazo de validade é um tema controverso no setor dos automóveis e muitos motoristas insistem em não respeitá-lo. “Mas meu pneu ainda tem muita borracha e ainda não chegou nem no TWI, o indicador de troca”, ou “tenho mesmo que trocar o óleo do motor de um carro que ainda não rodou 3 mil km?”

Se o carro é levado regularmente para a revisão programada pelo fabricante, a oficina substitui os componentes e fluidos que têm prazo de validade. Mas alguns outros, como pneus, devem ser verificados periodicamente pelo próprio dono do automóvel.

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Cinto de segurança

cinto de seguranca portal
Foto: Adobe Stock

Para o cinto de segurança, não existe prazo para ser substituído. É considerado o mais importante componente de segurança (passiva) do automóvel. Muitos inclusive se enganam achando que são os airbags. Negativo, tanto que as bolsas são chamadas de SRS: “Supplementary Restraint System”, ou Sistema Suplementar de contenção, em inglês. Ou seja, o airbag é um suplemento à proteção oferecida pelo cinto.

Deve-se contudo substituir o cinto de segurança no caso de um impacto em que ele tenha efetivamente protegido o ocupante, pois perde sua resistência inicial. E também nos casos de carros mais antigos, em que dá sinais de desgaste, fios se soltando ou esgarçados.

Pneus e palhetas

palheta de limpador de para brisa ruim shuttertsock

Todos os compostos de borracha se deterioram (oxidam) com o tempo. No caso do automóvel, as palhetas de borracha dos limpadores de parabrisas (e dos faróis e vidros traseiros) devem ser substituídas a cada dois anos. Os pneus têm durabilidade – consensual entre seus fabricantes – de 5 a 6 anos. A partir daí, perdem suas características originais e a aderência com o asfalto. Depois de dez anos de fabricação, os pneus tornam-se perigosos e podem até estourar em velocidade maiores.

Seu carro tem aquele estepe que nunca rodou? Pode ser armadilha

Fluídos

fluido de freio podcast
Fluido de freio tem validade!

Não está prevista a substituição de diversos  fluídos do carro, como da direção hidráulica ou da caixa de marchas manual. Outros têm validade, como o dos sistemas de refrigeração e de freios, que devem ser substituídos cada dois anos, independente da quilometragem. E também algumas caixas automáticas devem ter o óleo trocado. Mas o nível de todos eles deve ser sempre verificado, para se detectar um possível vazamento.

Óleo do motor

Aditivo e óleo não combinam

Apesar de sua essencial importância para a vida do motor, muitos não respeitam o prazo de substituição do óleo do motor. Ou não observam as características recomendadas pelo fabricante de viscosidade e aditivação ao trocá-lo. Ou ainda decidem substituir seu filtro apenas a cada duas trocas do óleo, apesar do custo quase insignificante.

Catalisador

catalisador no sistema de escapamento

Equipamento da maior importância para o meio ambiente, o catalisador é colocado no sistema de escapamento para eliminar a nocividades dos gases emitidos pelo motor. Até o ano passado, ele deveria manter suas características durante 80 mil km.

Com a nova legislação de emissões, deve mantê-las por 160 mil km. Mecânico desonesto insiste em substitui-lo – sem necessidade – para faturar algum no mercado paralelo dos valiosos elementos químicos que o constituem: paládio, rodio e platina. Tem até ladrão especializado em roubar o catalisador para vender estes componentes.

Velas do motor

mao segurando vela de ignicao de motor de carro

Não existe um prazo determinado para a substituição das velas do motor, pois depende de sua qualidade, do combustível, etc. Mas há um consenso de que devem ser analisadas cada 50 mil km, pois muitas vezes sua aparência já indica a necessidade de substituição. Ou por alguns sintomas do motor (falha, variação da marcha-lenta, tosse, consumo, desempenho) que podem também revelar a necessidade de troca, muitas vezes junto com seus cabos.

Correia dentada

shutterstock correia dentada comando duplo de valvulas

Nem todos os motores tiveram sua corrente metálica substituída pela correia dentada, de borracha. E muitas fábricas que o fizeram estão voltando atrás, pelos problemas que apresentam. Teoricamente são ótimas, silenciosas. Mas na prática, a teoria é outra…

Sua durabilidade varia de 50 mil a 100 mil km, prazo indicado no manual. Algumas mais modernas, lubrificadas por óleo (do motor) podem ultrapassar os 200 mil km. Mas todas exigem especial atenção caso o carro circule frequentemente em estradas de terra ou em ambiente de mineração. Em caso de dúvida, recomenda-se trocar a correia dentada antes mesmo do prazo previsto, pois, se arrebenta, costuma provocar danos substanciais ao motor.

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7 Comentários
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Denilson Massaferro 8 de dezembro de 2022

O meu estepe tem mais de 10 anos e nunca foi rodado. Devo substituir por um pneu novo?

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Claudio 5 de dezembro de 2022

Como qualquer máquina, o carro esta sujeito a ação do tempo.
Borrachas e fluídos expostos a atmosfera sofrerão deterioração e precisarão ser substituídos, incluindo itens da suspensão, como buchas.
Metais podem sofrer oxidação e, com isso, perderem a características mecânicas (resistência, elasticidade) e formatos originais, podendo ocasionar problemas sérios, caso seja um item estrutural da carroceria ou da suspensão.
Quilometragem nem sempre é o melhor indicador para substituição, principalmente para veículos com pouco uso.

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Rodrigo MARTINIANO 4 de dezembro de 2022

… lembrando também que as borrachas dos limpadores de para-brisas viraram um caldo preto, só não marcando feio o para-brisas porque eu coloquei um papelão para o proteger…

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Rodrigo MARTINIANO 4 de dezembro de 2022

É oportuno acrescentar que mesmo parado sem maiores providências, o veículo estraga. Aliás, nós também, caso fiquemos parados indefinidamente, mesmo sobre a melhor cama (com o melhor colchão).
Eu tenho um Voyage 2013/14 estacionado com o propósito de, no futuro, receber as placas pretas.
É óbvio, duas baterias já eram, e, quando eu instalei a terceira, ao rodar com o carro os rolamentos de roda chiaram.
Bastante diferente do meu up! “pau-pra-toda-obra”, em termos estruturais o Voyage é um carro desconjuntado, cujas portas só se fecham (sem forçar) após múltiplas tentativas, sobretudo agora, nove anos passados.
Imagino que quando ele ganhar placas pretas (talvez em minha posse) poderá até não ser aprovado na inspeção veicular.

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Rodolfo 3 de dezembro de 2022

O tema é carro como um todo, mas o texto são partes…
A essência do carro é o motor e ele depende de várias variáveis como:
1. Manutenção preventiva;
2. Combustível de qualidade;
3. Óleo especificado no manual do proprietário;
4. Modo de condução;
5. Uso severo ou normal.
Estima-se que um motor dure uns 250.000 km, se bem tratado.

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Rodolfo 3 de dezembro de 2022

* corrigindo: 250.000 km de vida estimada de projeto, mas já vi taxista chegar a mais de 480.000 km sem nunca abrir o motor (Zafira 2.0-L – câmbio automático).

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Rodrigo MARTINIANO 3 de dezembro de 2022

, TUDO É FEITO POR NÓS HUMANOS, BEM À NOSSA IMAGEM: o efeito chama-se em FADIGA DOS MATERIAIS, de DANO ACUMULADO.
Aos 66, por melhor que meu corpo funcione, há 66 anos de danos acumulados.
Com qualquer estrutura feita pelo ser humano ocorre o mesmo: a estrutura passa a nuclear trincas (rugas, em nós) e cede.
Alguns carros de que gosto muito – GOL ‘QUADRADO’, EXEMPLIFICANDO – quebra facilmente a parede-de-fogo,
TUDO TEM VALIDADE SIM!

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