Lançado no ano 2000 e produzido até 2015, compacto foi porta de entrada da GM no Brasil e é opção de carro usado acessível
Carro de entrada no Brasil sempre teve aquela função de atrair o consumidor do primeiro veículo e também fazer volume no mercado. O Chevrolet Celta foi criado justamente para isso. O modelo foi lançado na virada do século com a função de ser o modelo da General Motors mais acessível. Além de justificar uma fábrica novinha em folha no Sul do país.
Hoje, o Chevrolet Celta mantém uma de suas funções no segmento de carros usados. É boa opção de compacto econômico e bom para a cidade, além de barato.
VEJA TAMBÉM:
Veja agora 10 fatos sobre o Chevrolet Celta.
Nos anos 1990, a General Motors tinha sacudido o segmento de compactos com a linha Corsa. Foi o carro que “popularizou” a injeção eletrônica e trouxe uma plataforma europeia moderna.
Mas os rivais tinham modelos que ainda brigavam em uma prateleira abaixo. Tais como Fiat Uno Mille e Volkswagen Gol 1000.
Da necessidade de atuar nesse mercado de entrada nasceu o projeto Arara Azul. Assim, surgiu o Chevrolet Celta, hatch compacto para inaugurar a então nova fábrica de Gravataí (RS) e para ficar posicionado abaixo do Corsa.
Para baratear as coisas, o novo hatch aproveitou justamente a arquitetura do primeiro Corsa – cuja segunda geração já estava sendo desenvolvida pela GM. Desta forma, o Chevrolet Celta foi lançado em setembro de 2000.
Ao longo de 15 anos, se consolidou como um dos carros mais baratos do país e um dos mais vendidos. Teve diferentes versões, atualização dos motores, passou por duas reestilizações e deixou de ser fabricado em 2015 com mais de 1,5 milhão de unidades emplacadas.

Para se ter uma ideia de como o Chevrolet Celta começou sua estratégia de baixo custo, o hatch iniciou as vendas apenas na configuração duas portas e com motor 1.0.
As opções iniciais da linha do compacto sequer tinham conta-giros ou para-choques pintados. Ar-condicionado? Nem como opcional, algo só disponível a partir de 2001.
O tempo foi bom com o Chevrolet Celta. Nos anos seguintes ao lançamento o motor 1.0 ganhou um fôlego extra de potência e a família cresceu com a chegada da opção 1.4 de 85 cv, que durou pouco, de 2003 a 2007.

A grande virada veio em 2006: o Celta passou por uma reestilização e um upgrade nos materiais de acabamento. Naquele ano o hatch ainda deu origem ao sedã Prisma.
Em 2011, o Celtinha mostrou que ainda tinha gás, recebendo nova maquiagem para a linha 2012. E em 2013, o compacto se adaptou às novas regras, incorporando freios ABS e airbag duplo frontal, conforme a lei exigia.
Detalhe é que o Chevrolet Celta conviveu lado a lado com outros compactos pesos-pesados da GM como o Corsa 2, o Agile e até mesmo o seu sucessor, o Onix.
A Internet tinha nascido no Brasil uns anos antes, mas o que conhecemos hoje como e-commerce ainda era mato em 2000. Foi nessa selva que o Chevrolet Celta se tornou um dos primeiros carros vendidos pela internet em nosso país.
Na venda on-line, o preço do modelo de entrada do compacto tinha desconto de 5,6%. Em cifras, saía por R$ 13.300.
Mas o cliente nem precisava ter internet em casa. Grande parte das concessionárias da Chevrolet tinha pontos, mesas ou mesmo quiosques com um computador para que o cliente pudesse fazer a compra digital ali mesmo na loja.
O motor 1.0 Família I foi o protagonista da linha Chevrolet Celta. Inicialmente, o conjunto entregava 60 cv.
Contudo, em 2002, ele recebeu uma atualização importante: a taxa de compressão foi elevada, ganhando o codinome VHC (Very High Compression), o que elevou sua potência para 70 cv.
Três anos depois, o motor virou flex, mantendo os mesmos níveis de potência, independentemente do combustível. O aprimoramento mais significativo, contudo, ocorreu em 2009.
O motor 1.0 foi otimizado e o Celta ganhou o recurso de acelerador eletrônico. Essa mudança resultou no lançamento do motor VHCE (o “E”, de Economy), que trouxe novo aumento de desempenho:
A GM fez um marketing danado em cima da eficiência do Celtinha naquela época.
Para se ter uma ideia, de acordo com a fabricante, o ciclo rodoviário do Celta com gasolina era de 17,8 km/l. Como a GM tinha aumentado o tanque do hatch para 54 litros, o modelo prometia autonomia de cerca de 1.000 km.

A proposta do carro sempre foi ser barato e o acabamento reflete isso, com muito plástico rígido de aparência simples.
Quanto ao espaço, é o comum a um compacto dos anos 2000. Vão justo para pernas e joelhos, aquela posição meio torta de dirigir, mas uma ergonomia satisfatória.
O porta-malas segue a lógica e leva 260 litros. O suficiente para duas malas médias.

Sugerimos o Chevrolet Celta LT 2014, que já incorpora os freios com ABS e o airbag duplo frontal exigidos por lei. No mais, apenas o básico em equipamentos.
Banco traseiro rebatível, limpador, desembaçador e lavador do vidro traseiro, conta-giros, vidros verdes e volante de três raios (novidade da linha 2014). Ar-condicionado e direção hidráulica são opcionais facilmente encontrados.
Na linha 2014, alguns detalhes incorporados à gama. Um porta-objetos com porta-copos entre os bancos dianteiros, frisos cromados na grade dianteira e adesivo preto decorativo na coluna central nas versões quatro portas.
Na KBB Brasil, o Chevrolet Celta LT 2014 tem preço médio de revendedor de R$ 36.645 (apurado na segunda quinzena de dezembro de 2025).

O Chevrolet Celta leva fama de manutenção simples e barata, como tem de ser. Fora isso, o motor Familia I é velho conhecido do setor de reparação.
Veja os preços de alguns componentes do Chevrolet Celta 1.0.
Nos fóruns de proprietários do Chevrolet Celta e no Reclame Aqui, é comum encontrar relatos sobre diversos tipos de vazamentos, incluindo:
Além dos vazamentos, o motor VHCE merece atenção especial. No período de lançamento, este propulsor apresentou falhas devido a uma incompatibilidade entre o desenho dos pistões e o alumínio do conjunto, o que resultou em algumas quebras.
Outras fontes de dor de cabeça para os donos de Chevrolet Celta incluem o tensor da barra estabilizadora, infiltração de água na cabine e falhas na bobina de ignição.
O Celtinha ainda protagonizou um inusitado recall. Em abril de 2011, a GM fez uma convocação devido aos infames airbags da Takata – o maior recall da história da indústria automobilística.
O ponto notável é que a Chevrolet não apenas chamou os proprietários de Celta (produzidos entre 2012 e 2016) para a troca, mas também ofereceu brindes como incentivo aos clientes.
O Chevrolet Celta provocou um certo frisson em sites e redes sociais. Isso porque foi veiculado que o compacto voltaria a ser vendido em 2025.
O que suscitou a fake news foi a apresentação, no México, da nova geração do Aveo, que é feito na China pela Saic, parceira de longa data da GM por lá.
Mas se você tem saudades do Celtinha, vai ter de ser usado – esqueça qualquer novo Celta 2025 por aqui.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
|
|
|
|
X
|
|
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio
|
AutoPapo Podcast
|