Carro usado: 10 fatos sobre o Chevrolet Corsa Wind
Hatch que popularizou a injeção eletrônica nos anos 1990, Chevrolet Corsa é referência no mercado e opção de usado barato
Hatch que popularizou a injeção eletrônica nos anos 1990, Chevrolet Corsa é referência no mercado e opção de usado barato
“Eu sou do tempo do velho e bom carburador. Para onde esse mundo vai?”, reclamava o senhor na memorável propaganda do futuro compacto da General Motors, em 1994. Bem, o mundo automotivo foi para injeção eletrônica completa e irrestrita, mas coube ao Chevrolet Corsa Wind “democratizar” a tecnologia.
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Foi o primeiro hatch de entrada a trazer injeção eletrônica de série, sistema até então restrito a uma versão esportiva do Volkswagen Gol e a uma série especial do Chevrolet Monza. E de um carro fruto de uma plataforma moderna, lançado na Europa apenas meses antes.
Com isso, o Chevrolet Corsa Wind é considerado revolucionário no mercado brasileiro. Hoje, é uma opção de carro popular usado barato, maior que um Fiat Mobi e com atributos que vão além da injeção eletrônica.
Veja agora 10 fatos sobre o Chevrolet Corsa Wind.
O Chevrolet Corsa foi lançado no Brasil exatamente no dia 10 de janeiro de 2024 em versão única Wind com duas portas. Projeto da alemã Opel – então marca da GM -, o hatch tinha sido apresentado na Europa um pouco antes, em 1993, sendo a segunda geração do hatch por lá.
Mas o grande atrativo do carro estava mesmo sob o capô, com a injeção eletrônica do motor 1.0 de 50 cv. À época, um prosaico sistema monoponto (single point), mas que trouxe inovação para a categoria de entrada do mercado brasileiro. Pouco tempo depois o 1.0 passou a ter injeção multiponto e ganhou 10 cv a mais.
No ano seguinte da estreia, além da Wind, o Chevrolet Corsa ganhou configurações quatro portas e a versão GL com motor 1.4 de 60 cv. Além da inesquecível GSi, variante esportiva com o conjunto 1.6 16V de 108 cv importado da Hungria.
Depois, esta primeira geração nacional do hatch começou a dar suas crias. Em 1995 é lançada a picape Corsa, um ano depois é a vez do Sedan – que se perpetuaria por mais de uma década – e em 1997 foi a vez da station Corsa Wagon.
O Chevrolet Corsa também teve edições especiais, entre elas a Champ 98, baseada na versão Wind e em alusão à Copa do Mundo da França. Outra marcante foi a Piquet, com pintura amarela e limitada a 120 unidades – mas com motor 1.0…
Em 1999, o Corsinha passou por uma reestilização e trouxe o motor 1.0 16V de 68 cv. As mudanças também foram aplicadas nas demais carrocerias, todas praticamente sucessos de vendas.
A vida do primeiro Corsa hatch durou até 2002, quando a GM lançou a segunda geração do compacto por aqui – como dito, o velho sedã sobreviveu até os anos 2010.
Um dos episódios mais marcantes do começo das vendas do Chevrolet Corsa Wind foi a cobrança de ágio. O carro chegou às concessionárias de fato um mês após sua apresentação, mas a fila de espera já era enorme e o tempo de entrega do carro era de três meses.
Muitas revendas Chevrolet passaram a faturar em cima disso e cobravam quase 50% a mais sobre o preço de tabela do Corsa Wind para pronta-entrega. A GM teve de montar um comitê de crise e o vice-presidente da montadora, André Beer, foi à TV em horário nobre pedir paciência aos clientes e que ajudassem a empresa a manter o “preço justo”.
Na virada do século, o ChevroletCorsa Wind, demais versões e suas variações sedã, picape e station wagon passaram por um dos maiores recalls da história da indústria. Cerca de 1,3 milhão de veículos produzidos entre 1994 e 1999 – destes, 264 mil vendidos para a América Latina – foram convocados por causa de um defeito nos cintos de segurança dianteiros.
A peça de encaixe do item de segurança apresentava desgaste acentuado e o cinto poderia se romper em um acidente. À época, 25 ocorrências relacionadas ao problema foram relatadas pelos veículos de imprensa, com duas vítimas fatais.
A cereja do bolo do Chevrolet Corsa Wind é (ou era) o motor 1.0 EFI transversal. Mas não se empolgue muito, pois são singelos 50 cv. Como em todo carro “mil” aspirado daquela época tem arrancadas e retomadas que demandam paciência e o 0-100 km/h se dá em incontáveis 19 segundos.
Como o modelo pesa 870 kg, o desempenho naquele anda-e-pára da cidade é satisfatório. Com a vantagem do câmbio manual de cinco marchas, que, apesar dos engates meio ruins, casa bem com o propulsor.
Com injeção multiponto e os 60 cv a partir de 1996 o Corsinha 1.0 MPFI melhora um pouco, com 0-100 km/h na faixa dos 17 segundos. O torque máximo de 8,3 kgfm a 3.000 rpm também não faz milagre nas subidas ou retomadas, quando é preciso reduzir bem as marchas – dependendo da ladeira, até subir em primeira.
O conhecido motor Família I da GM dá outra vida ao Corsinha com seus 92 cv de potência. Não é um esportivo como o GSI, mas as arrancadas melhoram significativamente, ajudadas pelas relações mais curtas das marchas iniciais: 0 a 100 km/h em 12,5 segundos.
Também melhora bastante nas retomadas, principalmente graças aos 13 kgfm de torque máximo oferecidos em 2.800 rpm. Na estrada, o Chevrolet Corsa Wind com motor maior também embala bem em velocidades de cruzeiro.
A injeção eletrônica e um carro leve e popular tornou o Chevrolet Corsa Wind um dos automóveis mais econômicos do país. Testes de veículos de imprensa dos anos 1990 apontavam médias urbanas das versões 1.0 que ficavam entre 13 km/l e 14 km/l, enquanto na estrada chegava-se perto dos 18 km/l.
Com o motor 1.6, os números oscilam entre 10 km/l e 11 km/l na cidade e por volta de 12 km/l, na estrada. Além do baixo peso, a favor do Corsa tem o seu coeficiente aerodinâmico de Cx 0,35 que ajudava nesse consumo – como base de comparação, o rival Volkswagen Gol “Bolinha” tinha Cx 0,45.
É um dos destaques do Chevrolet Corsa Wind. Nas curvas, o carro se comporta bem e demonstra boa rigidez torcional. Nas freadas bruscas também não “mergulha” a frente. A direção se mostra obediente a maior parte do tempo, mas em velocidades de 100 km/h na estrada pede algumas correções.
Vamos de Chevrolet Corsa Wind 1.6 8V ano 2000. Afora a direção com assistência hidráulica, é preciso buscar modelos usados com ar-condicionado original de fábrica e travas e vidros elétricos. Falamos de uma época em que os hatches de entrada eram realmente “populares” no pior sentido da palavra.
Preços médios do Chevrolet Corsa Wind 1.6 2000, segundo a KBB Brasil:
É um projeto com mais de 30 anos e com motores para lá de conhecidos. A manutenção e os preços das peças costumam ser bem mais em conta.
Preços de peças do Chevrolet Corsa Wind 1.6 ano 2000:
* há uma troca de especificação de óleo ao longo da vida do Chevrolet Corsa. Recomenda-se consultar o manual ou buscar orientação em uma concessionária.
Um carro com essa idade precisa de uma vistoria mais minuciosa e do cuidado e manutenção corretos. Então, o zelo dos antigos donos é fundamental. De qualquer forma fique atento a estalos na coluna da direção, portas que não fecham corretamente, vazamentos na bomba d’água e ao desgaste precoce das buchas das suspensão.
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Corsa Wind lançado no Brasil em janeiro de 2024 ? MDS, cadê o editor? Foi comprar cerveja ?