Minivan compacta da Fiat surfou na onda dos monovolumes do começo e foi o modelo que serviu a Sua Santidade no Brasil
Carro familiar no começo desse século era minivan. Tanto que tinha uma infinidade de opções do tipo nos anos 2000, entre eles a Fiat Idea.
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O monovolume derivado da plataforma do Palio chegou para medir forças não só com outras minivans, mas também com hatches altinhos e as ainda sobreviventes station-wagons do mercado.
Entre os atributos, a funcionalidade do aproveitamento de espaço interno e a ampla área envidraçada. Fatos que fizeram o Papa Francisco escolher a Fiat Idea para transitar pelo Rio de Janeiro há 12 anos.
Veja agora 10 fatos sobre a Fiat Idea.
A estreia da Fiat Idea no mercado brasileiro ocorreu em 2005. Feito sobre a base do primeiro Palio, o monovolume foi lançado com apenas duas versões de acabamento e motores 1.4 e 1.8.
Entre o fim dos anos 2000 e começo dos 2010, passou por uma reestilização e adotou os motores da linha E.torQ. A Idea foi mais um dos muitos Fiat a ter versão Adventure e o controverso câmbio Dualogic.
Em 2013, a Fiat Idea ficou famosa por ser o carro do Papa Francisco em sua participação na Jornada da Juventude, evento católico que aconteceu no Rio. Um ano depois a minivan teve a grade dianteira redesenhada.
Em 2016, a Idea saiu de linha na limpa que a Fiat promoveu em seu portfólio. Foi descontinuada no mesmo ano que Bravo, Linea, Palio Fire e Freemont.
Quando a Fiat Idea foi lançada no Brasil as minivans sobravam no mercado. O monovolume chegou para brigar com a Chevrolet Meriva.
As duas eram opções mais baratas em relação às minivans médias Chevrolet Zafira, Citroën Xsara Picasso e Renault Scénic. Mas o segmento de monovolumes compactos ainda receberia a companhia da Nissan Livina e da Citroën C3 Picasso.
A vida da Fiat Idea começou com o motor
1.4 Fire nas versões de entrada. Já as opções mais caras usavam outro velho conhecido do mercado, o 1.8 Família I da General Motors.
É que a Fiat tinha um contrato com a GM à época. A estadunidense fornecia os motores 1.8 8V para diversos modelos da marca italiana.
A parceria perdeu a razão de ser depois que a Fiat adquiriu a fábrica da Tritec – joint venture entre BMW e Chrysler. A partir de 2010, a montadora começou a substituir os motores GM pela gama E.torQ.
Com isso, a Fiat Idea teve também os motores 1.6 16V e 1.8 16V. E manteve o 1.4.
O 1.4 Fire gera 84 cv de potência com etanol e 81 cv, com gasolina. É bom para andar na cidade, porém tem desempenho apenas regular, com 0 a 100 km/h na faixa dos 14 segundos.
Nas subidas é preciso reduzir para se ter força e encarar a ladeira com paciência. Mesmo com o torque de 12,4/12,2 kgfm a 2.250 rpm.
Com o 1.8 da GM a história muda. São 114/112 cv e saídas de semáforo bem mais espertas. O 0-100 km/h cai para 12 s e as retomadas são garantidas pelos 18,5/17,8 kgfm a 2.800rpm.
Já os motores E.torQ melhoram o desempenho, apesar de ainda terem um rodar áspero. Com o 1.6 16V de 117/115 cv, o 0 a 100 km/h fica por volta de 10 segundos.
O 1.8 16V, por sua vez, apesar dos 132/130 cv, tem arrancadas bem similares. Mas trabalha melhor em giros médios e pede menos trocas de marchas.
De qualquer forma, os dois motores só deixam a desejar justamente no torque em baixos giros – apesar do nome. A força só está disponível mesmo acima das 4 mil rpm.
A posição alta de dirigir é o que se espera em uma minivan. O motorista desfruta de espaço interessante, ergonomia bem pensada e ótima visibilidade, um dos fatores que fez o Papa Francisco escolher a Fiat Idea.
O espaço geral é o que se espera em um compacto. O banco traseiro recebe dois adultos e uma criança. O acabamento e o isolamento acústico são apenas razoáveis, e o porta-malas tem 380 litros.
A suspensão trabalha de forma eficiente e absorve as imperfeições da pista. Nas curvas, lembre-se que é um carro alto e estreito, e que torce bastante a carroceria.
A Fiat Idea teve três séries limitadas. Em 2011, a edição Italia homenageou o “Momento da Itália no Brasil”. Foi um circuito de atividades culturais e comerciais entre os dois países naquele ano.
A Fiat Idea Italia é baseada na versão Essence 1.6. As 580 unidades eram equipadas com airbag duplo e freios ABS, rodas de liga leve com design exclusivo e aros de 16 polegadas, faróis e lanternas com lentes escurecidas, detalhes cromados na carroceria e spoiler preto integrado à tampa do porta-malas.
Em 2014, depois do Papa Francisco fazer sucesso a bordo de uma Fiat Idea, a opção Essence 1.6 novamente serviu à série especial Sublime. Desta vez, a minivan ganhou frisos cromados, adesivos foscos escurecidos nas colunas, o nome da edição nas laterais e nas soleiras das portas, além de rodas aro 16” diferenciadas e a máscara escura nos faróis e lanternas.
Bancos revestidos de couro marrom, painel frontal bicolor e partes de tecido e couro no revestimento das portas também eram exclusivos da tiragem. Na parte de equipamentos, som Connect com entrada USB e Bluetooth, além de comandos no volante, descansa-braço dianteiro e vidros elétricos traseiros.
Ainda teve tempo para a Fiat lançar a Idea Adventure Extreme, em 2016. Com central multimídia com tela de 6,2” e câmera de ré, a série limitada ainda tem sensor de ré, rede de porta-objetos no porta-malas, rodas diferentes e comando elétrico para os vidros traseiros.
A Fiat Idea não escapou da tradicional e famosa versão Adventure. Acabou se tornando a configuração topo de linha, com direito aos apliques estéticos típicos: molduras plásticas nas caixas de rodas, nas laterais e nos para-choques, rack no teto, entre outros.
Além disso, usa motor 1.8 e tem faróis de longo alcance e de neblina, suspensão elevada com amortecedores reforçados, pneus de uso misto e aquele piercing off-road: o estepe pendurado na traseira.
Isso significa 30 cm a mais de comprimento e mais peso, mas é preciso levar em consideração o nada prático sistema de abertura da tampa traseira na Fiat Idea Adventure.
É que o suporte do pneu sobressalente não “sobe” junto com a tampa do porta-malas. É preciso destravá-lo em uma alavanca ao lado direito, depois apertar outra alavanca para, aí sim, puxar toda a peça.
Ou seja, se você precisar acessar o porta-malas vai precisar de mais meio metro de distância para um muro ou outro veículo.
A nossa dica é a Fiat Idea que serviu ao Papa Francisco. Não exatamente o mesmo carro em que ele andou, devidamente guardado no acervo da montadora em Betim (MG) com os amassados originais causados pela multidão que se aproximou do veículo para ver o religioso.
Mas podemos sugerir a versão Attractive da Fiat Idea ano 2013, a mesma usada pelo Papa Francisco. Sim é uma das mais simples da minivan e isso foi escolha do próprio pontífice.
É que a marca disponibilizou diferentes carros para Francisco, mas todas eram topo de linha. O Papa queria um carro mais simples e escolheu a Idea justamente pela posição alta e área envidraçada, o que facilitaria o contato visual com os fiéis.
Com isso, a Fiat teve de alugar uma Idea Attractive em uma locadora – o carro foi comprado depois.
Com motor 1.4, a Fiat Idea Attractive é tão simples quanto o falecido Papa Francisco gostava de demonstrar. Na segurança, só tem airbag duplo, freios com ABS, encosto de cabeça para cinco ocupantes e capas dos retrovisores com repetidores de setas.
Dentro, ajuste de altura do volante e encosto traseiro bipartido. Só os vidros dianteiros têm comando elétrico – isso aí, sua Santidade teve de baixar o vidro na manivela.
Ar, som, retrovisores e vidros elétricos traseiros e sensor de ré eram opcionais e podem ser encontrados em modelos usados.
Preços da Fiat Idea Attractive 2013, segundo a KBB Brasil.
A manutenção da Fiat Idea não tem complexidades e as peças são fáceis de encontrar.
Confira os preços de componentes da Fiat Idea Attractive 1.4:
Proprietários da Fiat Idea costumam reclamar de desgaste prematuro das correias dentadas e infiltração de água na cabine e nos faróis e lanternas.
Outra queixa recorrente é quanto à deformação do eixo traseiro. Então, fique de ouvido ligado em possíveis ruídos quando a minivan está em movimento – como se as rodas estivessem encostando em alguma peça interna.
Recalls da Fiat Idea:
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