Carro usado: 9 fatos sobre o Renault Fluence 2015

Sedã médio é espaçoso e tem bom desempenho para ser opção de carro para a família, mas demanda algumas atenções

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Sucessor do Megane no Brasil, o Fluence foi a aposta da Renault para ganhar mercado no segmento de médios (Fotos: Renault | Divulgação)
Por Fernando Miragaya
Publicado em 21/06/2025 às 15h00

Todo carro que tenta a sorte no segmento de sedãs médios geralmente se dá mal. O Renault Fluence foi um deles, modelo que chegou em 2009, foi atualizado em 2015, mas padeceu em 2018.

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Mas não por ser despido de qualidades. Pelo contrário, o modelo da marca francesa é confortável, oferece desempenho adequado e boa dose de equipamentos.

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Fluence oferece bons atributos, mas era incapaz de fazer frente aos inabaláveis Toyota Corolla e Honda Civic

O problema é que o Renault Fluence foi mais um que padeceu à sombra da dupla Toyota Corolla e Honda Civic. Assim como seu predecessor Mégane e outros carros que se aventuraram nessa categoria (Nissan Sentra, Chevrolet Cruze, Citroën C4 Lounge, Ford Focus…).

Por isso, hoje o Renault Fluence é uma boa opção de usado, espaçoso e bom de dirigir. Sem cobrar o mesmo que um modelo da dupla japonesa – mesmo no mercado de segunda mão.

1. Trajetória

A primeira aparição do Renault Fluence ocorreu em agosto de 2009, quando foi lançado para o continente europeu. Produzido na Turquia, foi o sucessor do Mégane em muitos mercados emergentes.

Em 2010 o Renault Fluence começou a ser montado na fábrica de Santa Isabel, Córdoba, na Argentina. Foi lançado no Brasil na sequência, em fevereiro de 2011.

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Fluence GT entregava esportividade ao sedã francês

O sedã chegou em duas versões, sempre com o motor 2.0 16V. Em 2013 surgiu a versão esportiva GT e, em 2014, teve espaço para a série GT-Line, essa só com uma roupagem mais esportiva – falaremos sobre as duas mais adiante.

Já o Renault Fluence 2015 ganhou uma atualização no design, porém não durou muito tempo. Em 2018 a  produção do sedã argentino foi encerrada. Ao todo, foram 62 unidades vendidas do modelo no Brasil.

2. Renault Fluence tem alma coreana

O Renault que conhecemos aqui como Fluence pode ser facilmente encontrado nas ruas da Coreia do Sul. Só que lá ele é conhecido como a segunda geração do Samsung SM3.

Isso aí. O carro usa a plataforma C, compartilhada pela aliança Renault Nissan. Contudo, o Fluence era baseado no sedã da Samsung Motors, marca de propriedade da fabricante francesa.

Inclusive, o carro só foi sair de linha na Coreia em 2020. Lá o SM3 teve até versão 100% elétrica.

3. Desempenho e consumo

O motor M4R 2.0 de origem Nissan empresta desempenho apropriado à proposta de conforto do Renault Fluence. Ou seja, aquela performance bastante tradicional: potência suficiente, sem qualquer pitada mais arrojada.

Com quatro cilindros e comando variável de válvulas na admissão, gera 143 cv de potência com etanol e 140 cv, com gasolina. As arrancadas são comportadas e suaves, enquanto o câmbio CVT dosa as acelerações. O 0 a 100km/h pode ser feito na faixa dos 10 segundos.

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O Fluence agrada pelo acabamento e pacote de conteúdos

Nas retomadas, inclusive, é bom apelar às mudanças sequenciais da caixa de seis velocidades virtuais, que dá mais agilidade ao Fluence. E minimiza aquela típica segurada de giros em acelerações fortes. O torque máximo é de 20,3 kgfm (etanol) e de 19,9 kgfm (gasolina) a 4.000 rpm.

O consumo é que desanima para um desempenho tão pacato. Com etanol na cidade, as médias ficam em 6 km/l. Com gasolina, 8,5 km/l. Na estrada, respectivas médias de 7,5 km/l e 11 km/l.

4. Espaço e conforto do Renault Fluence

Quando falamos que o Renault Fluence pode ser um bom carro familiar não é exagero. São 4,62 metros de comprimento e 2,70 m de entre-eixos, o que resulta em espaço suficiente para cinco ocupantes. Na frente, motorista ainda desfruta de vão suficiente para joelhos e posição funcional.

A suspensão, apesar do prosaico eixo de torção na traseira, foi bem calibrada para lidar com os buracos do nosso dia-a-dia. O acabamento é que deixa a desejar, em termos de qualidade e de design, mas o quadro de instrumentos que mescla mostradores analógicos e digital até que é legal.

Tem ainda o porta-malas. São 530 litros de volume no compartimento e espaço suficiente para bagagens grandes e médias.

5. Renault Fluence esportivo?

Em contraste à proposta pacata e citadina do Fluence, a marca francesa tratou de lançar uma variante esportiva para o sedã. Com a sigla GT, a versão foi desenvolvida pela Renault Sport Technologies, com motor 2.0 turbo a gasolina de 180 cv e 30,6 kgfm de torque máximo disponível a 2.250rpm.

O Renault Fluence GT se vale de calibragens especiais nos freios e na suspensão. A esportividade fica ainda mais em evidência com o câmbio manual de seis marchas adotado nesta configuração do sedã médio.

Só não se empolgue, já que o Renault Fluence GT não é assim tão nervoso como se possa imaginar. Segundo a fabricante, acelera de 0 a 100 km/h em 8 segundos. Só que publicações especializadas à época falavam em desempenhos acima dos 9 segundos durante testes instrumentados.

No design externo, rodas exclusivas, saias laterais e defletor traseiro. Na cabine, revestimentos com acabamento escurecido, costuras vermelhas nos bancos esportivos e na manopla de câmbio, além de pedaleiras cromadas e quadro de instrumentos com grafismos diferentes.

6. Só na vontade…

Além da versão esportiva, o Renault Fluence experimentou também uma versão esportivada. Chamada de GT-Line, foi uma edição especial baseada na versão Dynamique, com o mesmo motor 2.0 aspirado do restante da família do sedã.

Essa tiragem foi desenvolvida pelo Renault Design América Latina (RDAL). Na roupagem, saia dianteira, faróis de neblina com molduras cromadas, rodas com cinco raios, aros de 17 polegadas e pinças de freio aparentes, maçanetas em cromo fosco e defletor na ponta da tampa do porta-malas.

No interior, o GT-Line chama a atenção pelos detalhes que misturam acabamento cromado, revestimentos cinzas e partes em preto brilhante. Detalhe é que essa série do Renault Fluence foi replicada em 2015, após a versão esportiva GT sair de cena.

7. Nossa dica de Renault Fluence 2015

Vamos aproveitar o ano de 2015 e sugerir o Renault Fluence Privilége, com câmbio automático CVT e já com a atualização no design. Na segurança, a opção topo de linha oferece seis airbags, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, câmera e sensor de ré, faróis de xenônio e DRL.

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Na linha 2015, o Fluence já traz visual atualizado

No conforto tem ar-condicionado automático bizona, bancos revestidos de couro, rebatimento elétrico dos retrovisores, sensores crepuscular e de chuva, teto-solar, chave presencial tipo cartão para partida do motor por botão e coluna de direção com regulagens de altura e de profundidade.

A reestilização no Renault Fluence 2015 agregou a central multimídia R-Link. Essa reúne na tela de 7 polegadas conexão Bluetooth, GPS nativo da TomTom e as ferramentas Eco Scoring e Eco Coaching – que permitem medir e controlar o consumo de combustível.

Preços do Renault Fluence Privilége 2015, segundo a KBB Brasil

  • Preço de Loja: R$ 54.140 – R$ 57.731
  • Preço de Particular: R$ 48.672 – R$ 52.011
  • Preço de Troca: R$ 38.906 – R$ 43.201

8. Manutenção

A manutenção do Renault Fluence não tem fama de ser muito complicada e as peças (especialmente do motor) são fáceis de encontrar. Contudo, partes da carroceria merecem a atenção e pesquisa.

Peças do Renault Fluence 2.0 2015:

  • Jogo com quatro pastilhas de freio dianteiro: de R$ 140 a R$ 300
  • Kit com quatro velas de ignição: de R$ 180 a R$ 260
  • Kit troca de óleo (6 litros 10W40 + filtro): de R$ 290 a R$ 420
  • Bomba de combustível: de R$ 700 a R$ 1.000
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 480 a R$ 750
  • Farol dianteiro: de R$ 1.000 a R$ 1.500
  • Para-choque traseiro: de R$ 450 a R$ 700

9. Principais problemas do Renault Fluence

Quando for pesquisar o seu Renault Fluence 2015 faça um teste e sinta o volante, em especial nas manobras. Se estiver com folgas ou der estalos, pense duas vezes. Depoimentos no site do Reclame Aqui e em fóruns com donos do sedã falam muito sobre a necessidade de troca da peça.

Veja o estado do tanquinho de gasolina para partidas a frio, que frequentemente também é razão de idas à oficina. Ainda há relatos de problemas na pintura, que costuma apresentar bolhas e manchas.

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