Placa preta: 5 carros nacionais que estão fazendo 30 anos
Alguns veículos nacionais importantes já podem receber a tão desejada placa prata, listamos cinco deles para os colecionadores ficarem de olho
Alguns veículos nacionais importantes já podem receber a tão desejada placa prata, listamos cinco deles para os colecionadores ficarem de olho
A placa preta é o equivalente automotivo do tombamento histórico. Carros com 30 anos ou mais, que tenham alto índice de originalidade podem receber esse registro.
Não importa a data exata da fabricação do carro para receber a placa preta, apenas o ano de produção. Por isso, separamos alguns carros que foram lançados em 1994 que já podem receber o “tombamento histórico” automotivo.
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Até 1994 a referência em carro compacto no Brasil era o Fiat Uno, um carro com 10 anos de mercado que ainda assim era mais atual que os rivais. Isso acabou com o lançamento do Chevrolet Corsa, que causou uma revolução no mercado.
Ele substituiu o longevo Chevette, apresentado em 1974. O projeto era moderno, foi lançado na Europa em 1993 e foi o primeiro carro popular do Brasil com injeção eletrônica.
Ele estreou em 1994 com duas opções de motores, o 1.0 e o 1.4. Ambos são da Família 1, que estreou com o primeiro Corsa em 1982 e trazia concepção atual. Na Europa o 1.0 era um 3 cilindros chamado de Família 0, mas a GM do Brasil só foi adotar essa configuração com a atual geração do Onix.
O Chevrolet Corsa completar 30 anos é um feito significativo para o nosso mercado. A partir daí, os carros populares ficaram mais modernos e alinhados com o mercado externo.
O carro que o Corsa combateu há 30 anos era o Volkswagen Gol. O compacto da marca alemã era famoso por sua mecânica simples e robusta, porém o motor longitudinal e a concepção antiga faziam dele apertado.
A VW já estava preparando uma segunda geração, que acabou estreando oito meses mais tarde. Esse modelo foi apelidado de “Gol Bolinha”, por ser mais arredondado que o modelo anterior.
Sua plataforma não era inteiramente nova, tratava-se de uma grande atualização da antiga arquitetura — que por sua vez tinha parentesco com o Passat de 1976. Deficiências como o motor longitudinal e o interior mal aproveitado seguiram presentes.
Mas, assim como o Corsa, todo Gol de segunda geração trazia injeção eletrônica e um interior mais caprichado. Os clientes mais “rústicos” ainda tinham a primeira geração, com motores carburados, à disposição nas lojas.
A Fiat sempre foi a montadora que mais tenta emplacar inovações nos carros de volume do nosso mercado. Há 30 anos ela lançou o primeiro carro turbinado de fábrica do Brasil, o Uno Turbo.
O compacto já tinha aversão esportiva 1.6R, que dava canseira em carros maiores e mais potentes. O Uno Turbo estreou já sendo o carro mais rápido do Brasil.
O motor 1.4 turbo vinha importado da Itália e produzia 118 cv, 2 cv a mais que o 2.2 8v do Chevrolet Omega GLS. Força mais que suficiente para mover o peso de 975 kg, menor que o de muitos 1.0 de entrada modernos.
O Uno Turbo foi o carro mais rápido do Brasil há 30 anos. Só foi superado por outro Fiat turbinado, lançado no mesmo ano.
A Fiat trouxe a primazia do turbo aos carros nacionais em dois segmentos. Meses após o lançamento do Uno veio o Tempra Turbo, com motor 2.0 8 válvulas similar ao do Lancia Delta HF Integrale.
O sedã lançado há 30 anos atrás rendia 165 cv e 26,5 kgfm, números próximos aos do 1.3 turbo que a Fiat usa atualmente. Isso fazia que ele passasse de 210 km/h, números notáveis para um carro nacional.
O Tempra Turbo vinha apenas na carroceria de duas portas, que era exclusiva para o Brasil. Seu acabamento era mais esportivo, saindo da linha mais luxuosa que a Fiat adotava para o sedã.
A Chevrolet lançou o Omega no Brasil igual ao modelo europeu, nisso incluía o motor 3.0 de seis cilindros em linha com comando no cabeçote. Esse propulsor foi feito para trafegar em altas velocidades nas rodovias alemãs, apresentando pouco torque em baixas rotação e entregando sua força em giros altos.
Quando o Omega de primeira geração saiu de linha na Europa, em 1994, esse motor saiu de cena junto. A segunda geração do sedã executivo estreou com um V6 que não cabia no modelo brasileiro.
A solução para o cofre do motor estreito foi revitalizar o antigo 4.1 do Opala, que ainda era usado nas picapes. A Chevrolet do Brasil chamo a britânica Lotus para essa modernização.
O resultado foi um motor praticamente novo, com comando duplo, 24 válvulas e quase 300 cv. A Chevrolet achou que seria um exagero, além de ter que recalibrar suspensões e freios.
Os britânicos fecharam em uma solução mais simples, com injeção eletrônica e um coletor de admissão que simulava o fluxo cruzado. A força de 168 cv e 29,1 kgfm agradou, dando o torque em baixa que o brasileiro gostava tanto.
Os fanáticos por Omega são divididos entre os puristas, que preferem o 3.0 alemão, e os que preferem o torque do 4.1. Se você curte seu carro com força em baixa, as primeiras unidades do sedã já estão com 30 anos e podem receber a placa preta.
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O motor Família 1 não foi usado pelo Monza, antes do Corsa (embora não 1.4) ?
E, até onde me lembro, o Passat é de 1974 (no Brasil), não de 1976.
Não, o Monza usou apenas o Família 2. Os 1.6 e 1.8 usados pelo Monza são diferentes dos 1.6 e 1.8 Família 1 que foram usados por Corsa, Meriva, Spin, Cobalt, carros da Fiat e outros. O motor que segue em produção atualmente na Spin é o Família 1 inclusive. Esses dois motores são visualmente bem parecidos, o que muda é o tamanho físico do bloco, o Família 2 é maior e isso permite cilindradas de até 2,4 litros. Mas, como está na matéria, ambos foram lançados no início dos anos 80 pela Opel na Alemanha, o Família 1 para carros pequenos e o Família 2 para carros médios e grandes.