Efeito Milei: 11 carros feitos na Argentina que podem dar adeus ao Brasil
Veja modelos que podem deixar de serem vendidos aqui se o novo presidente do país vizinho levar à risca suas ideias de campanha
Veja modelos que podem deixar de serem vendidos aqui se o novo presidente do país vizinho levar à risca suas ideias de campanha
O candidato Javier Milei venceu com folgas as eleições presidenciais na Argentina com um discurso que pode impactar diretamente as relações comerciais com o Brasil. Pouco simpático ao nosso (e a outros) país(es), se o discurso do novo mandatário for levado à prática isso resultaria em carros feitos na Argentina que deixarão de ser vendidos por aqui.
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Por mais de uma vez, o então candidato mostrou má vontade com o Mercosul, para citar só um exemplo de sua doutrina econômica. E já disse não estar disposto a ter relações comerciais “com países que não respeitam a democracia liberal”. Se isso na mente por baixo do cabelo de Playmobil do novo presidente inclui o Brasil, não sabemos, mas é bom termos noção de quais carros feitos na Argentina podem deixar de ser vendidos aqui.
Boa parte dos carros feitos na Argentina e vendidos aqui são picapes. Entre elas, a mais novinha do pedaço, a Ranger, que acaba de estrear a terceira geração com conjuntos mecânicos inéditos e cujas vendas já encostaram na principal rival, a Chevrolet S10 – em outubro, foram 2.591 unidades, 500 a mais que a rival.
No acumulado do ano, a picape média da Ford já é a terceira mais emplacada da categoria. É produzida na fábrica de General Pacheco, onde era para a nova Amarok ser feita em conjunto com a Ranger, mas no Mercosul a Volks optou por não abrir a carteira e manter sua picape atual com um futuro tapa no design.
A Ranger começa em R$ 234.990 nas variantes com motor 2.0 de 170 cv. As derivações com o 3.0 V6 de 250 cv, por sua vez, têm preço inicial de R$ 279.990. Ao todo, são sete opções.
Argentino adora um sedã e o Cronos vendido aqui vem da unidade da Stellantis em Córdoba. Inclusive, a fábrica, recentemente, celebrou a marca de 300 mil Cronos produzidos localmente, enquanto aqui o modelo contabiliza quase 40 mil carros emplacados de janeiro até outubro.
Desta forma, o Cronos é o segundo sedã compacto mais vendido do seu segmento. Só perde para o Chevrolet Onix Plus, que tem 63 mil licenciamentos nos 10 meses do ano, mas está bem à frente de Volkswagen Virtus, Hyundai HB20S e Renault Logan.
Atualmente, o modelo da Fiat é comercializado em quatro versões de acabamento, com duas opções de motores Firefly, 1.0 e 1.3. Os preços vão de R$ 90.990 a R$ 110.890.
Mais uma picape média que vem da Argentina entre os carros que podem deixar de serem vendidos no Brasil. Não só a Hilux, como também sua derivação utilitário esportivo, o SW4.
A Hilux é a picape média mais vendida do Brasil. De janeiro a outubro, são 38.073 unidades, quase o dobro que a segunda colocada, a S10. Vem da Argentina em configurações chassi-cabine, cabine simples (essas duas com desenho anterior à remodelação) e cabine dupla, sempre com motor 2.8 e preços de R$ 242 mil a R$ 372 mil.
O SW4 vende menos, até por ser um produto mais caro e que atua em um segmento hoje nichado. Mesmo assim, falamos de 12.541 no acumulado de 2023, média de vendas de mais de 1.200 unidades por mês.
Nem bem estreou e o Taos já pode ser um dos carros produzidos na Argentina deixarem de ser vendidos no Brasil. O SUV médio feito em General Pacheco foi lançado em 2021 para medir forças em um segmento dominado pelo Jeep Compass e que ainda tem o Toyota Corolla Cross na prateleira.
Está bem atrás dos dois no segmento, porém foram 12.363 carros que a fábrica da Argentina mandou para o Brasil no janeiro-outubro deste ano. Com o motor 1.4 TSI de 150 cv, o Taos é vendido em duas opções de acabamento por preços de R$ 186.280 e R$ 212.480.
Feita na fábrica de Santa Isabel, em Córdoba, a Frontier é importada para o Brasil em seis versões. A S com câmbio manual é voltada para frotistas e a única com potência menor, de 163 cv. Começa em R$ 243.490.
As demais usam o mesmo motor, só que biturbo e com 190 cv. Os preços vão de R$ 264.490 a R$ 319.990. No ano, a Nissan vendeu 6.675 unidades da Frontier no Brasil, é a quinta colocada no segmento, à frente apenas de VW Amarok.
Tudo bem que o Cruze já deixou de ser feito no resto do mundo e só a unidade de Rosário faz o sedã e o hatch. Se a Argentina complicar as relações comerciais com o Brasil, aí que não faz mais sentido continuar produzindo a linha de médios por lá.
Uma pena que o Cruze Sport6 seja o único hatch médio de marca “generalista” ainda vendido no Brasil. Mesmo assim, o mercado não quer saber mesmo deste tipo de carroceria, infelizmente. De janeiro a outubro foram míseras 340 unidades. O sedã somou 997 carros e fica bem atrás de Toyota Corolla e Nissan Sentra.
Imagine um dos carros mais bonitos vendidos no Brasil deixar de ser importado da Argentina? O 208 é feito na fábrica da antiga PSA Peugeot Citroën em El Palomar, nos arredores de Buenos Aires, e desde que a Stellantis foi formada vende bem no nosso mercado.
Foram 23.084 no acumulado de 10 meses de 2023, algo louvável para um carro que enfrenta adversários como Onix, Polo, HB20 e Argo. O hatch da marca francesa é vendido em sete configurações no Brasil e recentemente estreou o motor 1.0 turbo de origem Fiat aliado ao câmbio do tipo CVT.
Tudo bem que a Volkswagen meio que esqueceu a Amarok em sua prateleira, mas seria uma pena perdemos uma das picapes médias com o melhor acerto dinâmico e das mais legais de dirigir. O modelo feito em General Pacheco é oferecido em três opções, sempre com o motorzão V6 de 258 cv, o que a torna uma das mais potentes da categoria.
Porém, ao contrário das rivais, a Amarok não tem configurações com apelos aventureiros e/ou esportivos, algo que tem sido explorado à exaustão no segmento. Também não tem versões com chamariz para vendas diretas, já que começa em quase R$ 300 mil.
Se o novo presidente argentino não levar a sério suas diretrizes de campanha, a picape pode ter melhores dias com a remodelação que a marca alemã vai promover em 2024. Não é a nova geração, mas pelo menos há esperança de que a Amarok fique melhor posicionada.
Essa nem estreou e pode nem vir do país argentino. Feita sobre a mesma base da Nissan Frontier em Córdoba, na Argentina, a primeira picape média da Renault está em uma novela para ser vendida no Brasil. Começou a ser produzida por lá em 2021, chegou a ser mostrada aqui em um Salão de São Paulo, mas até agora, nada.
A expectativa é que a Alaskan seja lançada no Brasil em 2024. Porém, a fabricante francesa ainda quebra a cabeça em termos de custos e também preço para posicionar o modelo em uma categoria com pesos-pesados, como Hilux, Ranger e S10. Fora todo o preparo da rede para um segmento que não pode pecar no pós-venda.
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Para um terraplanista assumido que, recentemente, disse que vai expulsar todos os brasileiros das universidades argentinas, capaz de fazer isso mesmo. As pessoas sem esperança acabam cometendo as maiores idiotices. Assim como no Brasil elegemos o Tiririca, lá eles também cometem seus deslizes. Eu ainda acho que carro deveria ser um projeto open-source e que vc pudesse ter o carro que vc quisesse impresso perto de sua casa em uma impressora 3D industrial. Vc pagaria no máximo royalties por componentes patenteados.
O camarada que quer imprimir um carro numa impressora 3D está reclamando dos terraplanistas.
Cara imprimir um carro! Vc so pode ta de brincadeira.
A pobreza que as politicas desastrosas da esquerda populista dexou na argentinas sao profundas….Milei vaibter muito trabalho. Sucesso pra ele.
Já está liberado colocar apelido em chefe de estado, mas só quando é do lado contrário né, pela democracia unilateral. Matéria tendenciosa e que irritou os comunas de iPhone kkkkk.
Se a politica de Milei impedir a importação desses carros, creio que grande parte dessas montadoras irá transferir a fabricação para o Brasil, maior mercado do que a própria Argentina. Será um tiro no pé, pois vai gerar desemprego a milhares de argentinos. Mas do Milei tudo é esperado….
Mas quem escreveu está matéria gosta mesmo de conversar pelas paredes, meu amigo você ou vocês precisam ter mais responsabilidade pra ser jornalista